Prologo
As nuvens negras cobriam o céu escondendo o sol, o céu estava tão n***o que parecia uma noite sem estrelas, como um manto denso e sombrio, sendo iluminado apenas pelos raios que cortavam o céu com fúria contida, cada junta de ferro da nave rangia com a força do vento e da chuva que caia sobre ela. Para leigos, pareceria mais uma tempestade vorás, uma tempestade tão furiosa que arrancaria telhados de suas casas. em Acazmien, tempestades eram perfeitas para conseguir energia. os Cristais Arquimes, encontrado no subsolo do reino, esses cristais absorviam a eletricidade de raios e fornecia energia para toda a cidade.
Apenas para leigos. pois para aqueles que conhecia tal evento não era normal. entretanto a tempestade não parecia incomodar a Quii que se encontrava dormindo profundamente, entorpecida de mais pelo sono para se preocupar com a tempestade do lado de fora. ela entenderia se pudesse ouvir a chuva caindo e os gritos de desespero e fúria que a acompanhava. o choro que o vento carregava.
Em seus sonhos, tão sombrios quanto as nuvens que adornava o céu tempestuoso. ela tentava acordar, mas sabia que precisava esta lá. não era o primeiro sonho premonitório ou de aviso que ela tinha, e também não seria o ultimo. Em seus sonhos, á Quii se encontrava na água, ela podia sentir as ondas e podia ver ao longe sirens aleias ao que acontecia na superfície, sendo levadas e trazidas pelas ondas, sem poder fazer nada para fugir das ondas que as carregavam contra rochedos, o sonho era tão vivido que ela podia sentir seus dedos dormentes pelo frio em suas extremidades
A Quii podia sentir o sabor da agua salgado na sua boca, assim como a água molhando seus pés e o frio a deixar dormente, sentia os olhos arderem e ouvia cada osso de seu corpo protestar em dor pelo frio que adentrava seu corpo e ossos. Olhando as Sirens ela notou mais ao fundo uma tempestade que se aproximava de forma rápida e letal. De repente, o mar que estava apenas um pouco revolto, ficou ainda mais agitado com as ondas se chocando violentamente contra as pedras e rochedos, carregando tudo e todos em seu caminho. Trovões cortavam o céu que agora se encontrava n***o como um abismo de escuridão.
Algo parecia estar emergindo das profundezas, as sirens agora se lançavam a nadar desesperadamente pra tentar sair do meio de tudo isso. Algumas simplesmente sumiam como se estivesse sendo puxadas. A Quii estava com uma sensação de angustia em seu peito, ela queria gritar, contudo, ao abrir a boca som algum saia, apenas mais agua entrava a fazendo engasgar. Ela estava paralisada assistindo o ocorrido.
Ao olhar para baixo com mais atenção, ela pode ver, parecia umas nuvens n***a dentro da água, tragava tudo e a todos. Ela tentou nadar, mas a força das ondas apenas a jogava de um lado para o outro. Quando achou que havia escapado uma grande onda a envolveu com suas águas fazendo girar descontroladamente dentro dela e bater contra uma rocha, então tudo parou, o som da tempestade foi substituído por um zumbido, ela abriu os olhos se vendo em um pequeno rochedo na superfície.
O céu n***o não a assustava como o ser que vinha em sua direção, era algo maligno, algo que não se via na terra a milênios, ela sentia que esse não era como aquele, como os antigos que se fundiam aos elementos a procura de vingança, este era jovem e talvez ainda mais . ela tentou subir no rochedo para se proteger, a agua era um lugar perigoso, esse m*l estava nela, se manifestava através dela, a Quii apenas não sabia a quanto tempo ele estava lá, germinando para eclodir, mas a chuva forte deixava as rochas muito lisas e escorregadias.
- Você - um coro de diversas vozes parecia falar através da tempestade - você nos abandonou, nos deixou no escuro, no frio e sozinhos. nos abandonou.
- Quem é você ? - a Quii gritou Não vendo nada além de escuridão
- Abandonou a todos nós, mas você irá pagar, vai pagar com sua carne, com seu sangue e com a sua alma - um riso preencheu todo o lugar deixando o ar mais pesado, então em sua frente algo se ergueu, parecia um simples monstro marinho, entretanto, quando outro raio cortou o ar ela pode ver: era um grande monstro feito da mais pura água n***a - Você e todos aquele malditos, vão pagar, vão morrer.
- Quem é você? - Ela gritou desesperada!!
- Nós, somos Vocês.
O coro de vozes disse rindo outra vez.
Eu não abandonei ninguém, o que você quer de mim? o que você é ? - ela perguntou, mas não obteve respostas.
Então vários corpos e ossos começaram a boiar na água que agora emanava um cheiro podre e estava vermelha de sangue, que parecia escores dos corpos e dela própria. Eram várias sirens mortas, e no meio deles ela notou que alguns eram corpos humanos.
A Quii caiu ao chão gritando e chorando de desespero, ela queria acordar, deixar de ver aquilo, de sentir aquele medo e agonia. O que parecia ser milhares de vozes gritando socorro chegou ao seus ouvidos junto com uma leve melodia que ela não conseguia identificar, mas que lhe chamou a atenção, ela ergueu a cabeça para olhar a criatura e foi atingida por uma grande onda que a fez bater contra a rocha outra vez. Agora com mais força e acabou ferindo suas asas e lhe arrastando para o alto mar novamente. Sempre que ela subia à superfície, a maré em sua fúria a jogava para baixo novamente até que a escuridão a engoliu completamente.
A Quii acordou em sua cama tossindo e cuspindo água, desesperada por ar, a pobre Mulher se jogou de uma vez ao chão e se arrastou pelo quarto ainda cuspindo a água n***a que estava em seus pulmões, como se a tivesse chamado por telepatia. Neferet invadiu o quarto encontrando- a no chão e ajudando a se colocar de lado ate que finalmente a mulher pudesse falar
- estamos condenados... os esquecidos... eles estão chegando... eles... ele.... voltaram
Antes de terminar de falar a Quii desmaiou nos braços de neferet, Alban chegou logo em seguida e olhou as duas no chão
- ela sentiu? - Ele perguntou a Sacerdotisa.
- Sim, na verdade - a sacerdotisa olhou a Água n***a espalhada pelo chão que evaporava rapidamente - Acho que ela os viu.