sol Narrando
Sol:
voando em pensamento, nâo consigo parar de pensar em besteras
olho para o lado minha irmã está dormindo,
aleia a tudo .
eu queria ter a paz dela.
depois de tudo que aconteceu na nossa vida nos últimos três dias.
-Lembrança
Sol, Lua minha mãe chama de longe
agente ajuda ela na reciclagem.
segundo minha mãe, não temos familia.
Ela engravidou de um amor na adolescência.
Logo após, o muleque sumiu. Dois meses depois, ela descobriu que estava grávida e foi tão bem botada que logo era nós duas.
Meus avós eram pobres, moravam em um barraco de lona e trabalhavam no que havia e podiam no momento. Porém, duas bocas a mais para sustentar eram muitas para a realidade deles.
Minha mãe foi mandada embora com 30 reais no bolso e uma trouxinha de roupas, se aventurando nas ruas. Passou sufocos, trabalhou reciclando e vendendo balas no sinal. Não tinha tempo r**m para ela; era moradora de rua e aprendeu a sobreviver. A barriga crescia e o desespero por um lar também.
Foi assim que encontrou um barraco com lona na beira de uma estrada. Tinha barracos ali, e quem comandava era o Sapo. Ela contou a sua história e abraçaram a causa.
Foi assim que, nas ruas, minha mãe não só conseguiu refúgio, mas também amigos e uma família. O Sapo e o Lula se tornaram padrinhos; eles garimpavam tudo que viam de recém-nascido. Dona Sisa nos fez fraldas de pano com lenções velhos e desmanchou umas peças de lá para fazer toquinha e sapatinhos. Letícia garimpou algumas peças de roupa na igreja mais próxima. Nosso padrinho Lula também conseguiu garimpar um carrinho em bom estado e até uma bolsa de maternidade. Foram eles que montaram nosso enxoval. Minha mãe sempre foi muito grata a eles.