Ciúmes ou preocupação?

740 Words
No dia seguinte, acordamos bem cedo, as duas últimas aulas foram canceladas então voltamos ainda antes do meio dia. Nesse tempo fizemos nosso ritual de “skin care”, e preparamos um almoço para fingirmos que estamos num hotel, depois passamos na academia (quando conseguimos ir uma vez por semana já é perfeito).  Ao final da tarde alugamos um filme e assistimos com pipoca e brigadeiro.   Tudo isso porque hoje é quinta-feira. E na quinta nós sempre passamos o dia inteiro juntos. Aja o que houver. Estando intrigados ou não, tem que sobrar tempo para nossos programas.    —  Mata ela, Sophie! — Eu torcia.  Nós dois amávamos qualquer coisa que fosse de terror ou suspense... Já comédias românticas... Não éramos os maiores fãs.  — Eu quero ver sangue! —  Tyler completa, entusiasmado.  —  Você é m*l —  Disse, o olhando.  Tyler gargalhou e respondeu:  — Não tanto quanto você...  Eu abri a boca para retrucar, mas abrem a porta do meu quarto, me fazendo ficar assustada.  —  Já sabem as regras, se tem menino no quarto, isso deve ficar aberto — Minha mãe diz, e eu viro os olhos. Ela não se importava com isso, de fato. Mas gostava de exercer autoridade sob mim. —  Você tem uma visita, Amy. — Continuou.  —"Visita" — Falo mostrando aspas na mão — Como família, ou "visita"... — Repito e expresso uma feição maliciosa. Tyler sorri.  —  Eu não entendo você e suas linguagens, mas não, não é ninguém da nossa família.  Então, eu desci até lá, mas Tyler preferiu ficar em cima terminando de assistir ao filme.  —  Eu volto logo — Avisei antes de descer.    Chegando lá em baixo, vejo Jake, um jogador de beisebol da escola, ele era alto, tinha corpo de atleta, e até que era bem bonitinho.  — Oi, Amy, tudo beleza? —  Ele diz.  —  Tudo, mas quem deve estar m*l é você, né? — Ironizei o fato de que nós não éramos amigos, e até este momento nunca havíamos trocado nenhuma palavra.  —  Eu? Por que? — Retrucou.  —  Ah, porque você vindo aqui em casa, é meio... Impossível! O que você quer comigo?  — Eu queria te levar pra sair, sabe... Você tá sendo muito comentada desde o dia 13 de agosto. E eu senti uma “vibe” diferente em você.  Sim, 13 de agosto! Maldito dia em que eu peguei todos os garotos numa festa. Mamãe me mataria se soubesse disso tudo.  — Deixa eu ver se eu entendi... Você quer sair comigo? — Perguntei, buscando esclarecer minhas dúvidas.  —  Quero, quero muito. — Confessou o garoto.  Eu estava esperando que ele gargalhasse a qualquer momento e dissesse que aquilo era somente uma brincadeira, mas isso nunca aconteceu.  —  Então, a gente pode ver... Sábado talvez? —  Sugeri, por fim.  —  Às sete, ok?  Eu fiz sim com a cabeça, e ele vai embora, como se nada tivesse acontecido.  Eu subo as escadas para contar a novidade a Tyler.  — Nem precisa dizer nada, eu ouvi — Tyler fala, tedioso. — Esses caras não perdem tempo.  — E está feliz por mim? — Falo, sentando ao seu lado, e colocando o braço dele por cima do meu ombro. Tyler estava emburrado, como criança que não consegue o que quer.  —  Ele está te usando, Amy.  Eu bufo, cansada, e saio de perto dele, me jogando na cama.  — Você está chato hoje, viu.  —  Pode ficar aí — Concluiu, se levantando. — Mas eu estou indo embora —  Ele continua — Depois a gente se fala.  — Mas hoje é quinta-feira, Tyler! A gente sempre passa o dia juntos na quinta-feira!   — Eu sei, mas é que eu realmente preciso ir. Compenso tudo com você amanhã.   Tyler coloca as mãos no bolso, e como o conheço bem, sei que algo o incomodava. Ele nunca era inquieto assim a menos que algo estivesse lhe perturbando muito.  — Se eu não te conhecesse tão bem, diria que você está com ciúme do Jake... — Provoco.  — Isso é ridículo, Amy. —  Ele revira os olhos, e ri fracamente, saindo do quarto.  — Então você não n**a? — Um sorriso malicioso surge no meu rosto. Eu gostava de irrita-lo quando ele já estava irritado, só para vê-lo ficar mais.   Tyler não me responde. Antes, sai do quarto.  —  Ty! —  Chamo, e ele se vira pra mim — Cadê meu beijo? — Faço bico e espero ele vir até mim.   Ele respira fundo, caminha até onde estou, e me dá o nosso "selinho secreto" de sempre. Eu soube naquele momento, que tudo ficaria bem, independente do que fosse.  —  Você pode ser meu amante se eu me casar com o Jake! —  Brinco, gargalhando  —  Vai a m***a, Amy — Ele diz, e começamos a rir. 
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD