Diante da atitude escrota do Marcio de mandar os caras cobrarem a divida dele em cima de mim, fiquei assustada, confesso que vivo muita coisa naquela casa, mas não consigo me separar da dona Joana, ou deixar ela sozinha naquela casa com aquele homem. Fico pensando em como seria para a Linda, passar pelo que passei com esse velho asqueroso que me espiava tomar banho e tentava tocar nas minhas partes intimas alegando que era minha obrigação, pois ele me alimentava e aceitou se casar com a minha mãe que já era repassada.
Sei que o João está tentando me salvar desse homem, ele é um ser humano maravilhoso, esforçado e eu nem sei se estou a altura dele, mas se eu pudesse o amava para sempre, vivia esse amor e iria embora desse morro, mas como vou deixar elas duas sem mim nessa cidade? Isso seria algo impossível nesse momento, não penso em fazer isso e não vou fazer.
Enxuguei as minhas lagrimas e continuei caminhando até a minha casa, lá estava o Marcio sozinho, ele era cínico e quando me viu mordeu os lábios.
— Voltou para a gente brincar? Quero uma b****a cheia de juventude — balbuciou tentando se aproximar de mim.
— Não encoste em mim, seu verme! Tentou me dar para os traficantes que te vendem droga, você não presta. O Fera me salvou e eu agradeço a Deus por isso. Se não fosse por ele, eu… eu estaria ferrada agora — gritei.
— Cachorra! Isso foi uma sorte, mas nem sempre você vai ter o Fera para te defender — ele disse dando uma gargalhada.
Queria revidar, mas não deu tempo, pois a Pamela entrou na casa procurando por mim.
— Amiga, o que aconteceu? Eu fiquei sabendo que esse desgraçado tentou te vender… — ela gritou.
— Chegou a aspirante a p**a! Deveria ensinar essa garota a satisfazer um homem, pois ela não sabe e não quer que eu ensine — alfinetou me deixando furiosa.
— Seu desgraçado! Você merece que eu vá a policia para contar todos os abusos que sofri desde pequena, sua sorte é Linda — gritei me tremendo.
— Não vale a pena conversa com um filho da p**a. A sua mãe deveria largar ele de mão, você deveria contar toda a verdade a ela — aconselhou me deixando sem graça.
De imediato os fogos estouraram no céu e o Marcio deu uma gargalhada.
— Olha o que você fez, Bella! Tenho certeza que o VP ta voltando ai para te pegar e o Fera não vai travar uma briga, nem que essa p*****a que dorme com ele implore — disse e eu comecei a me tremer.
Meu coração acelerado, os olhos escurecidos e cobertos de lagrimas, a mão tremula. O medo começou a tomar conta de mim de um jeito que eu não esperava, de alguma forma as palavras dele me deixou em choque.
— Calma! — Pamela pediu, mas era tarde demais.
Aquele homem tinha toda razão, alguma coisa estava acontecendo e isso ficou bem claro quando arrombaram a porta da minha casa e me puxaram pelos cabelos para fora, eram 3 homens com capuz.
— Espera, não leva ela, vou chamar o Fera — Pamela suplicou por ajuda.
— Por favor, não me machuca, eu imploro — sussurrei me tremendo.
— Solta a minha amiga — Pamela tentou me ajudar, mas logo foi empurrada caindo no chão.
Aqueles homens não falaram nenhuma palavra, eles eram fortemente armados e a Pamela não tinha como ficar enfrentando. Eles me jogaram em um carro e um deles se sentou ao meu lado em silêncio.
— Isso é pela divida do Marcio? Eu juro por Deus que pago ela, não precisa me levar. A minha mãe vai ficar preocupada, por favor — sussurrei e ouvir uma voz conhecida.
— Por que se importa tanto. Eu te acompanhei durante muito tempo a pedido de alguém e você leva na cara. Ninguém se importa com você, só o meu chefe — disse puxando a mascara e me revelando sua identidade.
— Palmito? Você é X9? Estava esse tempo todo infiltrado na tropa do Fera? — indaguei confusa e ele deu uma gargalhada.
— Em breve você vai perceber tudo! Se sinta privilegiada, pois é a única coisa no mundo que faz o chefe ficar fraco. Ele se importa contigo e essa é a única verdade — alfinetou.
— Se importa? Me sequestrando? Eu não to indo pela minha vontade — deixei uma lagrima teimosa escapar.
— O chefe deixou você seguir sua vida e tomar suas decisões, em nenhum momento ele interferiu em nada, mas a senhora é uma i****a completa que permitiu viver muitas coisas. Você deveria saber que o Marcio foi escolha da sua mãe, que a Linda não é sua responsabilidade. Agora você vai ter chance de viver a sua vida sem precisar se preocupar com nada — confessou me deixando ainda mais assustada com a situação.
— Quem é o seu chefe e o que ele tanto quer comigo? — indagou tremula.
— Agora não importa, pois ele mesmo vai te dizer o que quer, no momento certo — falou sorrindo.
Aquele homem era um dos soldados fieis do Fera, ele tinha um espião no meio da tropa e nem sabia. Assim como ele me sequestrou a mando do chefe dele, pode muito bem fazer alguma coisa com o Fera e isso não é algo que eu possa esta me metendo agora, pois estou complicada demais.
Algo no meu coração dizia que era os homens que tentaram me levar, com toda certeza do mundo nesse momento ele esta ali comigo, não sei o que vai acontecer, mas quando o carro parou em uma casa gigante, longe do morro comecei a me senti ainda mais nervosa.
— Que lugar é esse, Palmito? Você vai me deixar aqui sozinha? — perguntei me tremendo.
— Não ta sozinha, aqui dentro tem empregados e soldados que vai fazer a sua vontade. Se alimente que logo o chefe vem para conversar contigo — disse abrindo a porta para que eu passasse.
— Isso é um sequestro, por favor, não quero ficar nesse lugar, me ajude a fugir — implorei.
— Não posso! Não tente fugir, a sorte sorriu para você e vai perceber isso com o tempo — brincou.
— Como a sorte sorriu para mim? Eu estou presa aqui contra a minha vontade, será que não percebe isso? Eu não queria está aqui, não queria! A minha mãe é cardíaca, por favor, ela vai sofrer muito e pode ter um m*l súbito — implorei chorando.
— Não adianta se justificar, essa foi a decisão do chefe e nada vai mudar! A senhorita fica aqui — falou me trancando em um quarto. Ele tinha pétalas de flores espalhados por todos os lados.
— Palmito! Por favor, você não pode fazer isso comigo, não pode me deixar presa nesse lugar, não pode me humilhar desse jeito. Se você realmente gosta de mim, por favor! — chorei desesperada.
— Não tem por favor, me perdoe, mas você não tem como sair desse lugar — confessou me deixando sem chão.
Me joguei no chão abraçando minhas pernas em posição fetal, era a primeira vez que alfo me afetava daquele jeito, pois estava em uma situação na qual não tinha nenhuma noção do que iria me acontecer e de como eu deveria me sentir agora, pois isso era uma loucura para mim.
Quem era o possível chefe e o que ele queria comigo? O que me aconteceria naquele lugar? Isso era coisas que eu ainda não sabia, mas tinha que tentar descobrir de qualquer forma.