CAPÍTULO 04

1266 Words
-Joga agua nele, quero ver ele acordado- disse Roberto se aproximando furioso. Um dos guardas largou a arma e rapidamente encheu um balde de com água gelada e jogou sobre o corpo surrado do homem o despertando, ele sentia tanta dor, em tantos lugares que nem conseguia distinguir qual a dor era pior, seus olhos estavam inchados, e ele m*l conseguia enxergar quem estava ali, mas sabia que era Roberto. -Que loucura foi essa irmão- disse Roberto sentando numa cadeira- tentar invadir a quebrada, espalhando umas ideias erradas por ai, qual foi a sua cara? -Só achei cara, mas estou aqui pode finalizar. -Finalizar ?- ele passou a rir em alta voz- hoje estou feliz parceiro, sabe o que significa? Que hoje ninguém mais te bate se vai ficar, que amanhã sem falta eu venho tratar com você, sabe o que significa que hoje você não morre, estou tão de bom humor que vai rolar até uma aguinha para você beleza? Ele levantou e ordenou que enchessem o balde água e o deixasse com ele na sela, depois seguiu para seu quarto, viu sua namorada dormindo, ela era realmente linda, mas estava com ele apenas por causa do poder que ele tinha, ela não era a única que queria estar deitada em sua cama, mas era a menos louca que ele conhecia, Roberto não sabia se tinha algum sentimento por ela além de carência, a vida de um bom traficante as vezes era muito solitária, ele não estava nas festas, pois um descuido poderia colocar sua vida em risco e ele sabia que sua cabeça valia muito, nem tinha uma vida incontrolada nas drogas e nas bebidas saindo com uma e com outra como a mídia falava, ele até conhecia umas pessoas que viviam loucamente, mas essas morriam muito rápido e essa não era sua intenção. Roberto estava cansado de tudo tão fácil para ele, pensava se Juliana ainda era virgem, do jeito conservador que ela era não duvidava que ainda fosse, não era mentira que ele sentia falta dela, pois era diferente de tudo o que conhecia, ele sentia que era uma pessoa real, se perguntando como estava lidando ao ver os mortos espalhados pela rua, Roberto sabia que aquele era o horário que ela saia para trabalhar, na verdade sabia também o horário que chegava e desconfiava que um rapaz que aparecia as vezes era seu namorado sentindo as vezes um pouco de ciúmes dela, cuidando de longe, enviando pessoas para fazer a segurança sem que ela soubesse desde a descida até a subida do morro muito antes de e estar no controle total daquela situação. Ele sentia falta da esperança que ela falava para ele que existia e acreditava que muitas coisas era Deus que fazia na vida dele, era como se ela fosse a única fonte de luz que ele tinha em sua vida a estrada até a salvação, também pensava que ela era a única pessoa que amava como um familiar pois tinha perdido todos da sua família, mas na manhã tinha percebido que alguma coisa que não sabia estava acontecendo na vida dela, pois nunca a tinha visto triste e baqueada como estava, nem mesmo quando era zombada na escola, alguma coisa ele estava deixando passar na vida da pessoa mais importante que conhecia, pensava em fazer a visita que tinha prometido e se arrependia de não ter pego o número dela, ou falado um pouco mais da vida, ou ter deixado ela falar um pouco, mas mesmo sabendo que a viria ficou nervoso quando aconteceu, ele não imaginava que ela tinha crescido tanto naqueles anos, mas ainda tinha um olhar de criança, ela estava diferente de quando eram adolescente ela não tinha nenhum cuidado com a aparecia, agora ainda que usasse uma saia longa ela estava justa em seu corpo marcando as curvas que não conseguiu esconder com aquela blusa de frio, ela também estava com as unhas feitas e a sobrancelhas, seu rosto estava lindo, angelical e sofrido, aquela criança chata que ficava falando toda hora de Deus para ele finalmente tinha crescido e era nítido que não estava se encontrando na vida , novamente ele pensava que talvez fosse a vez dele de ouvir ela desabafando e não apenas falar, ele olhou sua namorada novamente e pensou que no lugar de estar pagando pelos luxos dela poderia estar ajudando Juliana. Roberto deitou para dormir um pouco, fechando os olhos e entregando os dois jovens que tinha morrido a Deus, pedindo perdão por novamente tirar uma vida. Ele não gostava de matar, pensava que a vida era um dom de Deus e que não tinha esse direito, mas toda vez que matava alguém ia diante de Deus em oração para lhe pedir perdão pelo o que fazia, não sabendo se o recebia porque sentia um grande peso por causa de tantas mortes, assim como também tinha pesadelos e perturbações como ver os espíritos das pessoas o voltar para buscar, ele sabia que o que era físico tinha solução, mas o sobrenatural não era dessa forma, por isso achava que o melhor era não mexer com o que não podia tratar, mas as vezes não tinha outra opção, mas as coisas não eram para ser do jeito que realmente era, ele achava que era possível ter uma forma de liderar aquela comunidade com menos morte e aos poucos vinha trabalhando da forma que achava melhor para conseguir conquistar seu objetivo, aos poucos ele vinha montando um exército dentro da comunidade, recrutando jovens de todas as idades para estar ao seu lado, sendo o traficante com mais seguidores daquela cidade, ele também era muito querido por eles, conhecido por os tratar bem e ser humilde, muito diferente até mesmo de muitos dos seus subordinados que faziam coisas loucas sem o consentimento dele, também era conhecido por pagar certo e não ser obstinado pelo dinheiro como a maioria dos traficantes, seu desempenho chamava a atenção até de quem nunca tinha sentido vontade de fazer parte do tráfico, os boatos que corriam no morro era que ele tratava o tráfico e o domínio como uma grande impressa e por isso estava dando tudo tão certo enquanto enriquecia, fazendo acordos, conquistando áreas as vezes no diálogo, outras na força com o sonho de conquistar a cidade toda e não parar por ai, ele queria expandir, crescer cada vez mais até que não faltasse nenhum lugar naquela cidade, motivo esse que uma vez ou outra um louco subia o morro na tentativa de o matar, saindo derrotado enquanto ele ficava com mais, no entanto ainda assim sabia que não era o suficiente, sabia que muita coisa tinha que acontecer para promover a paz para pessoas simples como Juliana, tinha tentado comprar a parte que ela morava para a afastar do miolo do morro mas ela não quis, dizendo que só sairia dali para um lugar longe que sempre foi seu sonho e assim quando o morro era invadido se colocavam em risco, não sabendo que também colocava ele em risco, pois estavam anos sem se ver porque sabia que a amiga nunca aceitaria uma vida no crime e muito menos sal família, ele tinha certeza que ela nunca largaria o emprego de salário pequeno porém honesto para ser sustentada por ele, motivo esse que fez com que ele se afastasse totalmente, para não a colocar na mira de seus amigos, preservando a vida simples que ela tinha escolhido viver, pois não suportaria perder a única pessoa que gerava luz em sua vida, ainda que sua escolha de vida os tinha afastado de tal maneira.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD