O Aeroporto de Milão-Malpensa seguia seu ritmo como um organismo vivo, pulsando ao som das rodas das malas, dos anúncios pelos alto-falantes, dos passos apressados de quem chega ou parte. Era uma sinfonia de despedidas e reencontros. Naquele caos organizado, quase todos passavam despercebidos. Quase todos. Menos a mulher de vinte e cinco anos que acabara de descer do carro preto, tão silencioso quanto imponente.
Assim que a porta foi aberta por Rocco, Donna Amorielle colocou o pé no chão. O salto ecoou brevemente, vencido logo pelo som das turbinas distantes. O vento do outono soprou leve, mexendo seus cabelos escuros. Ela ajeitou os óculos de sol e olhou para Rocco.
— Obrigada, Rocco — disse, com um leve aceno de cabeça.
Rocco, com seus eternos óculos escuros e a postura ereta de um so
