Sera que ele sabe?

1798 Words
Meu coração disparou. Ele parou em um sinal vermelho e olhou para mim. -Quando eu perguntei se você estava com ciúmes de Kelly, eu não acho que você realmente estaria, Erika. Meu coração caiu para o meu estômago. Me*rda, ele sabe. -Eu não estou com ciúmes. Eu menti, as palmas das mãos úmidas agora. Eu afastei meu olhar, fogo crescendo em minha garganta. Eu tive vontade de abrir a porta do carro e sair – qualquer coisa que me poupasse da vergonha agora. -Você é... Você gosta de mim. É óbvio pelo jeito que você me trata. Isso é legal, honestamente. Mais uma pequena paixão que eu tenho certeza que vai passar em breve. Chupei meus dentes, fumegando com sua dispensa. -É por isso que você me pegou? Para que você pudesse esfregar na minha cara enquanto meus pais não estão por perto? Um sorriso puxou os cantos de seus lábios. -Não. Estou apenas sendo um bom amigo e alimentando você antes de deixar em casa. Isso é tudo, Erika Cane. -Não me chame assim. Eu rebati. A luz piscou verde e ele dirigiu, pegando a auto-estrada. -Você é muito amarga, sabia disso? Eu não tenho ideia de por que seus pais decidiram te dar um nome tão bonito. Eles deveriam ter te chamado de Fiona, combina muito mais. -Seu, idi*ota. Ele olhou para mim pelo canto do olho. -Você se sente bem quando me xinga, não é? Seu pai teria um ataque se soubesse sobre sua boca suja. Ele riu, e o profundo estrondo de sua risada fez minha espinha formigar, e não era só mau humor. -Que outros nomes você me chamou pelas minhas costas? -i*****l, grande o****o, babaca. i****a - só para citar alguns. -Divertido. Pelo seu tom, eu percebi que ele tinha achado tudo menos isso. -Você realmente sabe como partir o coração de um homem, Erika Cane. Ficamos em silêncio novamente, apenas por alguns segundos desta vez. -Eu não estou brava com Kelly. Eu finalmente disse. -Apenas me pegou de surpresa quando ela apareceu. Eu admiti. -Por que te pegou de surpresa? Não posso namorar ninguém? Evitei olhar para ele. Teria sido egoísta dizer que ele não poderia namorar enquanto eu estava apaixonada por ele? Provavelmente. -Eu não posso te dizer o que fazer. -Você pode. Disse ele, simplesmente. Descaradamente. -Mas isso não significa que eu vou ouvir. -Exatamente, então por que eu deveria me incomodar? Ele riu. -Porque você é Erika Jennings. Uma me*rdinha m*l-humorada que não sabe segurar a língua. Eu achei isso engracado, só um pouco. -Sim, tanto faz. Passei a ponta da minha unha do polegar sobre uma cutícula. -Ela nem é o seu tipo. -Ah, sim? E qual é o meu tipo, exatamente? Eu pensei sobre isso, mastigando meu lábio inferior. -Eu não sei, mas não é ela. Você parece muito... duro para ela. Ela é toda adequada e certinha, e você é apenas... Richard Cane. Você precisa de alguém que possa enfrentá-lo. Quando você está sendo ilógico e injusto. Depois de conhecer Kelly, duvido muito que ela seja o tipo de mulher para fazer isso. -Injusto? Ele repetiu, parecendo encantado. -Você acha que eu sou duro? -Eu não te chamo de idio*ta por nada. Ele riu, um suave e quente estrondo que fez meu corpo se sentir quente e pegajoso, apesar do ar condicionado gelado. Sua voz sempre fez isso. -Você me faz rir, pequena. Ele fez uma curva à direita. -Tente trabalhar para mim. Então você verá o que realmente é duro. -Você está brincando? Eu nunca trabalharia para você. Seus olhos brilharam com diversão quando ele olhou para mim. -Nunca diga nunca. Passamos uma hora e meia em um restaurante de frutos do mar no coração de Atlanta. Cane me disse para pegar o que eu quisesse, então eu fui com a lagosta e ensopado de mariscos. Ele também pediu lagosta, com batata-doce assada. -Há algo que eu quero perguntar a você. Disse Cane depois de tomar um gole de água. -O que? Eu perguntei, cavando na minha salada da casa. -Sua mãe estava me dizendo que há um cara que você está mandando mensagens de texto. Ela disse que você tem sido muito reservada sobre ele e não deu muitos detalhes. Cane arqueou uma sobrancelha. -Quem é esse garoto misterioso? Eu ri. Por que ele se importava? -Eu não acho que isso é da sua conta! Havia um cara, mas não era tão sério com ele. Seu nome era Carlos Ridley, e ele era um jogador da minha escola. A gente mandava mensagens aqui e ali, beijávamos na bochecha quando nos víamos nos corredores, mas nada mais. Seu pai era pastor e sua mãe era a pastora assistente, então ele se recusou a beijar nos lábios até que ele realmente amasse uma garota, mas eu não queria amor com ele, então não me importei. Ele era legal e meio engraçado. -Seu pai sabe sobre ele? Perguntou Tony. -Duvido. Tenho certeza de que ele teria me perguntado mais sobre ele agora se soubesse. Estou surpreso que mamãe não tenha dito nada a ele. Ela me colocou no controle de natalidade e tudo por causa disso. Seus olhos se expandiram um pouco. -O controle de natalidade já? Que dia*bos? Isso é loucura. -O que há de tão louco nisso? Eu ri. -Tenho dezoito anos, o que já passou da puberdade. Eu deveria ter conseguido isso há muito tempo, você não acha? Ele balançou a cabeça levemente. -É uma loucura que você esteja crescendo tão rápido. Ainda me lembro de quando te vi como a garotinha com tranças e meias de arco-íris, fugindo de mim por causa do perigo de um estranho. Lutei contra um sorriso. -Bem, eu não tenho mais nove anos. -Suponho que não. Ele encolheu os ombros. -Bem, sim, ela me contou sobre o cara com quem você supostamente está falando quando seu pai não esta por perto. Ela acha que eu sou um bom ouvinte. Bom em guardar segredos também. Ele se recostou na cadeira, sorrindo enquanto se concentrava em mim. -O que? Eu perguntei, de repente nervoso. Baixei meu olhar para o meu prato, mas ainda o senti olhando para mim. -Apenas certifique-se de que ele te trata bem. Ele disse depois de um breve silêncio. -A última coisa que qualquer um de nós quer ver é você se machucar. Eu levantei minha cabeça e encontrei seu olhar. Nossos olhos se encontraram, e quando o fizeram, minha língua correu pelo meu lábio inferior. Eu não tinha certeza se era coisa da minha cabeça, o jeito que ele olhava para minha boca e m*al piscava, mas quase parecia que ele não conseguia tirar os olhos de mim também. Na verdade, ele não desviou o olhar até que seu celular tocou na mesa. Aconteceu de eu ter um vislumbre da tela antes que ele a pegasse, e o nome de Kelly estava nela. Eu suspirei, movendo minha alface na tigela com meu garfo, fingindo que seu nome sozinho não me incomodava. Cane respondeu, tentando manter a conversa em silêncio. E quando ele disse: -Sim, estarei aí em uma hora. Meu coração caiu no estômago. -Desculpe por isso. Ele murmurou depois que ele desligou. Dei de ombros como se não me importasse. -Está tudo bem. Eu tenho um monte de dever de casa para fazer esta noite. Você provavelmente deveria me levar para casa de qualquer maneira. Ele assentiu. -Claro. Deixe-me pegar a conta. Depois que Cane pagou, saímos do restaurante em um piscar de olhos. Ele abriu a porta do carro para mim novamente, e eu forcei um sorriso para ele, deslizando para o banco do passageiro e prendendo meu cinto de segurança. O que estava acontecendo comigo? Eu não podia acreditar que estava tão chateada com isso. Kelly era a namorada dele e eu a filha do melhor amigo dele. Ele não via de outra forma - não conseguia ver de outra forma - então como eu poderia? Cane finalmente pegou o volante, ligou o motor e foi embora do restaurante. -Você gostou daquele lugar? Ele perguntou. -Sim. Foi muito bom. Eu disse com outro pequeno sorriso. -Bom. Eu vou ter que te levar para conhecer outro restaurante. Não é de frutos do mar, mas eles têm uma comida incrível. Ele ligou o rádio, provavelmente para evitar o silêncio constrangedor, e quando uma música de OneRepublic começou, eu me sentei no meu assento, colocando meus pés no painel. Eu tive que me soltar – fingir que não me importava muito. Esse era Cane, a única pessoa além da Fernanda que eu me permitia ser eu mesma. Nunca me senti julgada perto de Cane. Eu sabia que poderia me safar de coisas com ele que eu nunca seria capaz de me safar quando se tratava de meus pais. Mamãe estava certa sobre Cane — ele sabia guardar um segredo e era um bom ouvinte. Eu precisava apreciar isso muito mais. Eu não queria que as coisas se tornassem estranhas. Era a primeira vez que eu estava sozinha com ele, e eu não podia estragar tudo, então eu provoquei e disse: -Espero que você não se importe de eu colocar meus pés no seu carro chique. Ele riu, e seus olhos se suavizaram como se estivesse feliz por eu não estar fazendo as coisas muito estranhas. -Deixe alguma marca ai em cima, e você nunca mais vai pisar no meu carro, Boneca. Eu ri, pegando meu cabelo na mão e colocando-o sobre um ombro. Quando ele parou em um semáforo, ele olhou para mim brevemente antes de suspirar. -Eu não estava brincando sobre o que eu disse antes. Sua voz era suave, sincera. -Certifique-se de que o cara com quem você está te trata bem, Erika. Eu odiaria ter que ir atrás de qualquer um que parta seu coração. -É para isso que serve o papai. Eu provoquei com uma risadinha. -Tenho certeza que ele iria atrás do cara em um piscar de olhos. Ele sorriu um pouco, mas rapidamente escapou. -Não se ele não souber sobre ele. Pelo que eu entendi, sua mãe não planeja contar ao seu pai sobre o cara até que você decida trazê-lo à tona. Dei de ombros. -Ele é uma boa pessoa, Cane. Ele é legal e não força as coisas. Ele é diferente. "Sim", ele zombou, pisando no acelerador quando o sinal ficou verde. -Isso é provavelmente o que ele quer que você pense. Ele é um adolescente, e eu sei o que todos os garotos dessa idade pensam. Eu comecei a rir. -Só por isso, talvez eu faça dele meu namorado. Isso realmente vai te incomodar, hein? Ele me olhou de lado com as sobrancelhas franzidas. -Você não precisa de um namorado. Foi tudo o que ele disse, mas eu poderia dizer que ele queria dizer mais.
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