Fofoca interessante

2000 Words
Criados circulavam o salão com bandejas içadas na altura do queixo, várias taças cheias são equilibradas por uma mão enquanto transitam pelo lugar. Pude distinguir bebidas alcoólicas de sangue vendo o conteúdo de cima. Evitei a todo custo olhar para o trono, um aglomerado ainda mais intricado impede de contemplar, precisaria me concentrar entre as cabeças e corpos posicionados na frente, optei adiar alguns segundos para ver o rei. Os que rodeiam tem sua atenção em algo que se passa, não quero saber o que está acontecendo lá. Desde quando eu tenho o que eu quero? Ergo meu vestido vermelho púrpura, as anáguas estão pesadas sob meus dedos, há pelo menos seis camadas para o caimento da peça estar perfeito. Passo a passo chego mais perto do meu medo. Ignorei os olhares curiosos dos vampiros, prefiro cogitar que é minha beleza chamando a atenção e não minha raça. Até os vampiros recém transformados podem sentir que sou bruxa se estiverem concentrados no olfato corretamente. Um corte no corpo entrega quem somos com mais facilidade ainda, durante a o ápice do período de prata era obrigatório um corte simbólico para entrar forasteiros entrarem em Ailídia, a medida foi adotada um pouco antes da trégua entre os reinos, vendo meu estado, sequestrada e prisioneira, esse acordo foi para os ares. Eu era muito pequena para lembrar da guerra, as consequências dela ainda estavam lá, desnecessário procurar, cada casa perdeu muitos membros. Exatamente como uma Isador, altiva e prepotente, desci as escadas. O segredo jazia no fingir. Mesmo na arena, durante a luta pela posição de líder das florais, eu fingi, minha pulsação agita-se sabendo que meu noivo estava me vendo, o trono de espinhos na batalha final, lutando sentada com a herança de Safi no manejar da minha Mana, aquilo foi a arrogância em seu mais alto patamar. O sorriso satisfeito de Safi, observando a luta da platéia me encheu de prepotência sem fim, a magia amou a confiança que exalava de mim, alimentando-se disso e ficando mais rápida e mais forte. Creio que não houve uma lutadora que se ergueu em um trono e lutou contra suas oponentes sentada, com as pernas cruzadas mordendo uma fruta suculenta. Minhas oponentes me temeram, se sentiram impotentes antes mesmo de levantarmos a primeira raiz do chão. Pelo menos três das dez tinham potencial para me levar à derrota, a finalista que lutou a última partida decisiva tinha a confiança inabalável, suas raízes tinham mais destrezas no terra, éramos iguais, erguendo escudos e lançando armas, até que eu me fiz a pergunta que mamãe sempre fazia: 'Diga-me criança, quem tú es e a qual casa pertences?' Gritei a resposta mentalmente comando meus espinhos a trabalharem em um grnde trono, não pensei, simplenten aconteceu, minha mente já me via como orquestradora, manipuladora, alguém que não está abaixo, como uma rainha manipulando seus súditos. O trono verde de espinhos é a incarnação da minha Mana. A intenção e o corpo tem poder, desde a primeira luta entrei na arena como a vencedora que Safi treinara, olhei-as com desprezo cruzando as pernas e bocejando. Bocejo exatamente igual agora, usando a mesma máscara imaginária de poder, cobrindo a boca com as mãos, entediada. Que Ailim me permitisse agradecer novamente á Dora por essa armadura, o tecido que envolvia meu corpo, a tintura de batalha no meu rosto camuflaram tudo o que quis esconder. Rostos curiosos, famintos e avaliativos me acompanhavam, atentos ao próximo passo que daria, Esses não adentravam minha armadura. Eles tinham ciência do tumulto que causei? que Catarina Isador conseguiu iniciar uma luta contra um lord? Queria, esperava que sim. Um em específico me observava também, gelo agarrou minhas pernas, passei a não sentí-las, quando desaprendi a andar? Pelo amor de Ailim! Até o rei parara o que fazia para me ver descer para seu covil. Culpo Safi por me portar feito uma versão em miniatura dela. Deixo-o olhar, ver como uma Isador se comporta em um covil de cobras. "Senhorita?" Um jovem criado chama minha atenção, em pé, ao lado da escadaria de pedra. O livro em sua mão é aberto e ele levanta sua caneta tinteiro para marcar minha presença. "Sim?" A interrupção é bem vinda, respiro fundo e foco no rapaz virando levemente o tronco. "Diga-me seu nome e Clã para que eu a anuncie" o jovem pede, alheio ao que eu realmente sou, ele espera pacientemente, olhando para todos os lugares, exceto o meu decote. O mundo ainda não está perdido. "Nome e clã? Isso não será possível, não tenho um clã" informo o jovem, a dúvida que ele emana é esperada, de fato todos os presentes são vampiros, a julgar pela longa lista de nomes escritos no livro. Ponderou lhe dizer somente meu nome, resolvo que não. Cabe a mim, e somente a mim ter essa coragem, inibir minha casa acrescentaria mais desonra ao meu nome, me esconder atrás de um humano não é um feito que trará orgulho à minha casa. Pedi uma audiência privada com o rei, não ter cido morta por um dos lords assim que invoquei minha mana foi uma dádiva, a benção fecharia com chave de ouro se minha demanda, privada, fosse atendida. Uma plateia só torna tudo mais difícil, todos os demônios presentes vão julgar a decisão do rei, o melhor que posso fazer é seguir a correnteza, mesmo não sendo uma bruxa Niandra. Choro de criança ecooa no salão tintilando os lustres. O que raios está havendo aqui afinal? Definitivamente não é um Baile, sem música, sem dança e sem expressões felizes. Puxo o máximo de ar ao meus pulmões, encho-os para falar com segurança, entreabri meus lábios e sei que não haverá arrependimentos com o que sairá dos meus lábios: "Catarina, bruxa da casa Isador" Anúncio alto o suficiente para todos ouvirem, o som tem um gosto amargo na língua e doce feito mel no meu ego. Os que não tinham ciência da minha identidade e conversavam e bebiam me deram sua atenção, amei vossos rostos surpresos. Mamãe me estragou, a arrogância fazia parte de mim, sem caminho de volta. Sorrio com a hostilidade, esperava isso, é claro que esse bando de demônios queriam me ver entrar acorrentada, fedendo a esterco, desnuda e totalmente drenada. "Talvez em outra vida?" Sussuro meus pensamentos sabendo que cada vampiro ouviu o que saiu da minha boca. "Obrigada, Cavalheiros" agradeço pelo pequeno corredor que eles fazem me dando caminho até o rei, ansiosos para verem meu sangue adornar as pedras? como se eu tivesse escolha. Há guardas em todas as sete saídas, incluído á de que acabei de descer. Penso no meu trono de espinhos por algum motivo oculto. Piso com satisfação e calmaria tendo certeza de olhar casa um deles nos olhos, desde que cheguei a esse lugar temi por minha vida, tive medo, chorei, me auto mutilei, fiz uma amizade improvável, recebi a ajuda de um vampiro e usei minha Mana em seu mais alto nível. Meu peito deixou o desespero e passou a bater calmamente, minha Mana acariciou minha pele, satisfeita e pronta para encarar o mundo. Volto meu rosto para o trono, feixes de luz coloridas adentram das únicas janelas que não estão cobertas por cortinas. A estrutura é majestosa, não construída em ouro, prata ou diamantes, é madeira, pura e simples com entalhes de figuras bradando espadas na base. A cabeça do rei,envolta em luz colorida, está à minha frente há poucos passos. É esperado que me curve e proclame 'meu rei'? Perdi o memorando. Me posicionei ao lado do trono, próxima da elevação que levava ao rei vampiro. O corpo dele usa cada espaço disponível do grande trono, diria facilmente que ele descende dos gigantes. Suor desce nas minhas costas pelo esforço de encara-lo sem piscar ou desviar o olhar. Minha Mana sabe, eu sei que ele é o vampiro mais forte que já estive frente á frente. Mamãe estava certa, o rei Calatiel é um monstro, o mesmo que atormentava meus pesadelos. Nossos olhares cruzam e engulo em seco, minha armadura já não está mais lá, sob a visão dele estou nua. Ele pode ver tudo de mim. cada centímetro de mim é avaliado por ele, mexo desconfortavelmente na minha trança, alisando os fios nervosamente. "Meu rei, tenha piedade, revogue sua sentença de morte" A criança que não havia visto se joga nos degraus do trono. É uma menina adorável, ela perdeu o soluço por muito tempo, depois de soltá-lo envolvendo o salão. Suas mãozinhas vão acima da cabeça, juntas em posição de oração. Há uma cicatriz ali que eu bem conheço, até demais para o o gosto. Procuro uma alma caridosa no meio da multidão, eles apenas assistem e esperam pela decisão do rei. Ailim, porque fazes isso comigo? Eu estou em uma assembleia de julgamento e há uma criança implorando para não morrer. "O sangue de crianças humanas é ainda mais saboroso, " ouço a conversa nojenta atrás de mim, há sangue circulando em taças por todo o'salão, esse miseráveis querem o de crianças também? " Tome de crianças e veja os humanos desaparecerem com décadas" outro, com um pouco de neurônios, rebate. Esse é um conto que todas as crianças de Luisía conhecem. Crianças bruxas são ainda mais valiosas para eles, o sangue é ainda mais requisitado que as de bruxas adultas, por muito tempo tive medo de sair da propriedade isador, temendo o grande e malvado rei vampiro vir sugar meu sangue infantil. De fato não estava errada em ter medo. " O rei vai acabar cedendo" O demônio sedento por sangue de crianças volta abrir a maldita boca dele, a esperança em sua voz me irritou, chamo minha Mana, ela quer ondular na terra, crescer e espetar seu coração. O canibalismo não é minha coisa, por esse imundo eu faria uma exceção especial comendo seu coração. "Vá para calendula, o lord Findiga é permissivo" Zomba o outro, me seguro para não rir da piada, Lord Findiga tem duras leis, é o único lugar com o mínimo direito para os humanos, por alguns anos durante os anos de prata Calêndula fora neutra na guerra, nem a favor nem contra o embate de ambos os lados. O Lorde Findiga é conheciso como O duque, por se manter à margem da guerra que ocorria rente as suas fronteiras. Os professores de Isador não disseram o motivo dele ter passado de neutro para aliado, nossos inimigos eram vampiros, mas cada um deles comandava seu próprio clã, seu território. Tinham objetivos distintos e não lutavam como um todo, como as bruxas. " Dispenso a oferta, ficarei fora dos problemas do norte" dispensa o vampiro maligno desejoso de crianças, o outro continua rindo discretamente. " Lady Elina é a única capaz de mantê-lo sob controle, ter o território de Calêndula dividido, até hoje é uma surpresa ao lembrar" voltando ao tom sério o outro vampiro comenta. Calêndula fora dividida? Isso é uma novidade, o que está acontecendo no Norte? quem comando o novo território? Os vampiros não são conhecidos por ficar parados, deixando bagunçar seu Clã. Lady Eline foi uma grande incógnita desde que a ví pela primeira vez, ela estava no meio dos lords e agia como eles, por ser uma mulher vampiro já a tornava especial e única, ela se encaixa nesse problema do norte, descobrirei mais sobre isso, se ficar viva tempo o suficiente. Uma guerra civil teria chegado ao conhecimento das bruxas. Então... " Ela é a companheira de Findiga, ele daria até suas bolas se ela pedisse" requisitador de criancinhas esclarece minhas dúvidas. As companheiras dos vampiros não existiam, era apenas um conto para acalentar o coração dos vampiros velhos. Ou era verdade? A criança continua implorando a misericórdia do rei ao pé da escadaria de cinco lances, o rei vampiro parece esperar seu estupor desesperado acabar para falar. Deixo de dar ouvidos aos vampiros da minha vanguarda e me preparo para defender essa garotinha se preciso for. Essa criança não vai morrer, eu não vou deixar.
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