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Minha Escrava

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intro-logo
Blurb

Giovani Martinelli um poderoso empresário italiano que vai a negócios a Dubai e participa de um leilão nada convencional. Nesse leilão se negociava vidas humanas: mulheres.

Ele acha tudo aquilo um tremendo absurdo, em pleno século XXI assistir um show de horrores contra mulheres indefesas. Está disposto a acabar com aquela barbaridade quando é pego de surpresa pelos belos olhos de Maia, uma jovem que estava sendo leiloada por ser "virgem". Os lances eram altíssimos e o coração de Giovani está preso a ela. Precisava salvar aquela jovem, que suplicava socorro através das lágrimas que corriam seu rosto. Movido pela emoção do momento e desejando possuir a bela indiana Giovani acaba dando o maior lance e compra Maia.

O que era apenas uma diversão e ostentação de possuir uma escrava acaba tornando um jogo perigoso onde quem vai ditar as regras será somente o amor!

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Maia
A pior desgraça que pode acontecer a uma família na minha cultura é ter uma filha. O nascimento de uma mulher no meu país sempre foi marcado por mau agouro, como se toda maldição da terra estivesse relacionada ao sexo feminino. Eu passei a entender o quanto uma mulher sofre inocentemente quando ainda na minha infância pude presenciar os maus tratos que minha mãe sofria com meu pai. Para explicar os motivos (Se é que Violência se justifica) que meu pai teve para machucar minha mãe, preciso antes revelar como a cultura e tradições de meu povo são. Somente assim, acredito eu, que poderiam compreender a dimensão do nosso sofrimento, da nossa luta e da nossa esperança de dias de paz. Nasci e fui criada em um país Africano, não irei citar o nome da minha terra, para evitar preconceito em relação ao meu povo. Porque não são todos que adquirem essa característica violenta, há alguns que buscam possuir o coração amoroso e misericordioso. Porém, infelizmente, a maioria domina a posição que prática a maldade e assim as pessoas do mundo inteiro tem uma visão limitada sobre nós. Para começar a explicar sobre tradição e costumes, devo acrescentar que meu povo segue uma religião milenar, que é o manual para a vida em todos os aspectos na sociedade. Assim sendo fui criada dentro dos propósitos de minha fé e isso também era opressor, já que até o livro sagrado coloca nos mulheres em uma posição humilhante e sem voz. Na época eu acreditava que devia me resignar a tudo que me diziam ser meu dever, submissão e humildade eram tudo que moldava meu carácter. Por essa razão uma mulher mantinha sempre em silêncio na presença de homens, não era certo e muito menos apropriado uma garota opinar em assuntos que os homens da família tratavam. Por isso pouco se ouviam minha voz, eu sempre guardava meus pensamentos, não ousava externaliza-los por meio de palavras, não queria ser punida fisicamente como outras mulheres eram por não cumprir a lei do silêncio imposta pelos patriarcas. De certo modo eu sabia me comportar, sempre fui uma criança observadora, curiosa e assim fui aprendendo sozinha como deveria proceder em cada situação. Meu pai não tolerava desobediência e por eu ser a única filha mulher entre meus três irmãos ele deixava muito claro as regras para mim. Não havia quem pudesse me salvar de uma surra de açoite para cavalo se ele achasse que eu tinha me desviado de suas ordens. Todos assistiam em absoluto silêncio o corpo de uma menina indefesa ser marcado pela ira momentânea do homem que me deu a vida. Lembro que apanhei severamente apenas duas vezes. Na primeira vez o motivo foi quando eu tinha dez anos, estava andando na rua com a cabeça descoberta. Devo interromper meu relato para esclarecer as razões que me obrigavam ainda na infância me submeter a regras para mulheres sobre a decência e o pudor. Se tinha algo que meu povo abominava era uma mulher que não seguia as regras descritas no livro sagrado. Desde a primeira menstruação uma menina já devia se adequar aos princípios da nossa fé e para minha infelicidade eu menstruei aos nove anos, perdendo assim a liberdade de ser apenas uma criança para me enquadrar no mundo sombrio das mulheres adultas. Uma das principais regras era usar um véu de seda na cabeça, não era necessário cobrir todo o cabelo como em outros países mais radicais, mas o véu deveria estar lá, fazendo o respeito se estabelecer sobre nós. Uma criança de dez anos não entendia muito bem das regras do seu povo e o que importava naquele momento tão breve de sua infância era brincar e assim eu fui, correr com meus amigos, brincar como se o mundo fosse acabar amanhã. E literalmente meu mundo acabou no exato momento em que um dos meus irmãos mais velhos meu viu sem o véu e foi no mesmo instante contar ao meu pai. Aquele dia eu provei a dor da vergonha que muitas mulheres sentem em serem humilhadas publicamente. Meu pai chegou ali me açoitando, sem explicar a razão pela qual eu apanhava na frente de todos meus amigos. O véu era o motivo daquela surra que me custou sangue que escorriam por minha costa. Só fui me dar conta disso quando minha mãe chorando foi fazer o curativo das feridas abertas que os açoites fizeram. Ela me contou sobre muitas coisas que eu praticamente desconhecia. Mas eu estava tão apavorada por ter sido espancada por meu pai que queria aprender sobre todas aquelas infindáveis regras para as mulheres de meu povo, para nunca mais passar por aquele sofrimento novamente. Aprendi a me culpar, tudo era minha culpa e deveria se atentar aos meus erros e deslizes para não sofrer as consequências. Além da culpa crescia em mim baixa autoestima, insegurança e uma síndrome do Pânico descontrolavel. Esse foi o dia que deixei de ser criança para viver sob as regras que regiam as mulheres da nossa cultura. A segunda vez que fui punida por errar, foi aos doze anos, quando insisti com minha professora que queria ler um livro sobre romance. O romance em si era proibido, não havia livros com essa temática, mas havia contrabando de literatura estrangeira e acabei conseguindo livros de romance nada apropriados para garotas do meu povo. A professora me entregou aos meus pais e o livro que eu lia nada mais nada menos era que "Orgulho e preconceito" de Jane Austen uma autora inglesa que fazia sucesso até na adaptação para o cinema. Dessa vez o que ficou marcada foi meu rosto, meu pai lançou um tapa tão forte que um dente (por sorte de leite) foi arrancado da minha boca. O dentista que foi ver o estrago disse que era algo inédito uma garota de doze anos ainda possuir o último dente de leite. Dizem ser sorte, mas eu sempre sabia que era um presságio de esperança. Guardei aquele dente de leite a "sete chaves" e jurei diante dele que aquela seria a última vez que meu pai me batia. Eu iria me dedicar para ser a melhor filha que ele já teve, iria me esforçar para seguir a risca todos os costumes da nossa tradição, iria ser o motivo de orgulho para minha família. E nesse dia deixei de viver e passei apenas a existir para fazer os outros felizes.

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