Não temos um pai qualquer?

Episódio 3

— Sim, você atacou a mamãe. Vou pedir à polícia que prenda você. Diana fez beicinho com raiva e apontou para alguém no meio da estrada.

— Tem um policial ali!

Fifi, que estava apoiada em seu ombro, guinchou instantaneamente.

— Policia! Policia!

— Que crianças sem educação! Saiam! Recuso-me a continuar levando vocês.

O taxista começou a abrir o porta-malas e jogar a nossa bagagem no meio da rua antes de sair furioso.

— Ei! Como você pode fazer isso? Eu gritei e rapidamente juntei as minhas bagagens e levei as crianças para a calçada.

Dante

O transito estava lento e pude observar de longe do banco de trás do Rolls Royce, através do espelho retrovisor a mulher que ficou para trás.

— Essa mulher me parece familiar. Onde eu a vi antes?

— Senhor Licano, vou injetar a anestesia agora! Disse o médico

que estava cuidando do meu ferimento.

— Não é necessário. Eu estava lendo um arquivo em minha mão. Minha ferida estava sangrando bastante, mas isso não me incomodava nem um pouco.

— Hum, isso pode doer um pouco. Vou suturar a sua ferida.

Franzindo a testa, o médico começou a costurar o ferimento. Como não

houve anestesia, o médico estava mais nervoso que o normal.

A pele bronzeada do homem brilhava gelada sob a luz. Dele músculos se contraíram com a imensa dor, mas sua expressão continuou o mesmo.

Adriana

Na manhã de segunda-feira, eu mandei as crianças para a creche com a Sra. Fresno antes de ir para Divinus Corporate.

Nos últimos dias, eu enviei o meu currículo para trinta e cinco empresas. Dezessete delas ligaram para mim para uma entrevista, mas elas me rejeitaram ou pediram que eu esperasse pela decisão.

Apenas uma empresa me ofereceu um emprego: a lendária Divinus Corporate.

— Que estranho. As empresas não queriam me contratar, mas porquê

a gigante do setor me chamou?

Quando cheguei ao departamento de recursos humanos, finalmente percebi de quem era o plano.

— É você?

— Faz tempo que não nos vemos, senhorita! Marco Palacios me cumprimenta com um sorriso maligno.

— Marco Palacios, meu pai demitiu você do Corporativo Ventura e ele deixou ordens para que você não pisasse na cidade pelo resto da vida.

Como você ousa voltar?

Eu sabia muito bem quem ele era. Marco costumava ser o vice-presidente da Ventura Corporativa. Ele tentou se aproveitar de mim, então, o meu pai despediu ele. Eu nunca pensei que o veria novamente depois das quatro longos anos.

— A Família Ventura é história. Você acha que ainda é rica? É herdeira? Marco riu. — Você não é mais nada. Sou eu quem está te dando trabalho, para que você possa se sustentar!

Dando-lhe um olhar fulminante, eu me virei e estava saindo.

— Adriana, esta é sua última chance. Se você sair por esta porta, garanto a você que não encontrará emprego em lugar nenhum na cidade, a menos que você esteja disposta a se tornar uma recepcionista de bar. Ele disse arrogantemente.

Furiosa, eu sai do escritório.

— Eu nunca vou ceder a alguém como ele!

Quando eu sai do prédio, eu senti como se o chão debaixo dos meus estava sumindo. Eu já tinha passado por todo tipo de humilhação. E Marco agora só fez com que eu me sentisse ainda mais inferior.

Com tudo que estava acontecendo, eu me lembrei do meu pai.

— Ainda não entendi como é que o Corporativo Ventura faliu de repente. Estávamos indo tão bem. Eu nem consegui ver o meu pai antes de ele morrer.

Alguém poderia ter sabotado o meu pai naquela época?

Enquanto estava perdida nos meus pensamentos, recebo uma mensagem de texto do banco informando o sucesso da transação com o jardim de infância, que totalizou cento e oitenta mil. O saldo da minha conta agora era de três mil, novecentos e oitenta e oito.

— Meu Deus! Hoje em dia custa caro educar as crianças. As taxas escolares dos trigêmeos mais as refeições chega a cento e oitenta mil. O que sobrou não será suficiente para passar mais que um mês. O que eu vou fazer agora?

Depois de lutar com os meus próprios pensamentos por muito tempo, depois de um tempo, eu me virei e voltei para o prédio.

— É apenas o Marco. Ele não fará nada em plena luz do dia, certo? Ele está certo no que disse. Não sou mais uma herdeira. Eu preciso manter os meus filhos. O orgulho não é importante agora.

Eu não posso ser orgulhosa e deixar que os meus filhos passem por necessidade.