** Mia aubrey**
Vou voltando a minha consciência aos poucos, junto com uma forte dor de cabeça que apareceu. Me mexo um pouco, sinto um lugar bem macio, confortável. Me lembro vagamente do que ocorreu, o homem encapuzado me ajudando.
Tento focar no que está a meu favor. Meus sentidos.
Tato. Tento sentir qualquer tipo de textura, dor, temperatura e pressão.
Sinto algo macio e deslizante em meus dedos, parecia ser seda. Chego a conclusão de estar em uma cama.
A dor de cabeça era evidente, mais parecia que o resto do meu corpo estava intacto, o que descarta o fato de eu ter me machucado em alguma coisa.
Estava frio, mais sinto meu corpo aquecido pro alguma fonte de calor. Mais o que será? Um coberto?
Sinto algo em cima de mim, sim, era um coberto.
-- a febre dela foi para 39° de novo!-- escuto uma voz grossa.
Escuto uma voz masculina fala, meu corpo inteiro entra em alerta, com medo de ser a vítima de um sádico maluco.
-- ela não acordou até agora. Que se dane que tem outra paciente, venha agora cuidar dela!-- fala.
Ele parecia agitado e stressado, falando com alguém mais não ouvia a voz da outra pessoa.
-- não foi um pedido, foi uma ordem!-- fala.
Depois de um breve silêncio, sinto uma pele quente tocar minha mão.
-- quem é você? O que fez para ficar presa em uma árvore?-- sua voz de baixa mais não deixava a rouquidão para trás.
Será que era o homem que avia me ajudado?
Logo não escuto mais nada, não sinto mais nada, a escuridão toma conta de mim novamente.
(...)
Abro os olhos lentamente e olho em volta.
Estava em um quarto. Mesmo estando bagunçado, estava na cara que era um quarto de luxo.
-- jeune fille, que bom que acordou!-- fala uma mulher de cabelos brancos.
-- me chamou de que?-- pergunto confusa.
-- donzela. Desculpa, estamos acostumados com a língua francesa, esquecemos que vocês não sabem!-- fala sorrindo.
-- onde estou?-- pergunto me sentando.
Ela arruma os travesseiros atrás de mim, me dando mais apoio para se sentar confortavelmente.
-- na casa ackles jeune fille, tem sorte de nosso chefe tê-la encontrado no mato!-- fala ela.
As cenas de Luke me prendendo lá para me deixar morrer, vem a minha cabeça.
-- o encapuzado?-- pergunto.
Ela coloca água em um copo e me entrega.
-- é assim que apelidaram ele? Kkk melhor que seu apelido de antes!-- fala se sentando na beira da cama.
-- como se chama madame?-- pergunto tomando a água.
-- sou Maria Júlia, Jeune fille. E a senhorita?-- perguntou sorrindo.
-- mia. Por favor, me chame só te mia!-- falo sorrindo.
-- claro!-- falo.
A porta se abre, um homem super elegante entra com um carrinho.
O cheiro da comida invade meus narizes, solto um suspiro de satisfação.
-- Dieu merci, mademoiselle est réveillée!-- fala ele. ( Graças a Deus, a senhorita está acordada)
-- Mon amie, elle ne parle pas français!-- fala dona Maria.
( Meu amigo, ela não fala francês)
-- Pardon mademoiselle, como estás?-- perguntou.
-- estou bem, na medida do possível!-- falo sorrindo.
-- teve estar com fome!-- fala.
Tira o pano de cima do carrinho, revelando um mini banquete.
-- arroz tradicional de nosso país, frango ao molho de Fruit de la passion. Suco natural de laranja!-- fala ele.
Isso me deu uma água na boca, queria devora logo aquele frango.
-- nosso Monsieur, falou para deixá-la bem alimentada!-- fala maria.
Eles colocam um tipo de bandeja encima de mim e a comida lá.
Vejo o homem me olhar curioso, talvez querendo saber se irei aprovar sua comida.
Pego um pedaço do frango com o arroz e como. Resmungo de satisfação.
-- como fala maravilhoso em francês?-- pergunto sorrindo.
-- incroyable!-- fala Maria.
-- senhor, sua comida está incroyable!-- falo.
-- Merci mademoiselle!-- fala sorrindo.
Como a comida em silêncio, eles conversavam em francês, então não avia como eu descobrir o que falavam.
-- duas garotas idênticas me pararam hoje, perguntaram quem era o misterioso que avia chegando no vilarejo!-- fala o homem.
-- o que falou?-- perguntou Maria.
-- disse que era o dono da mansão e já aproveitei para saber se avia alguma arquiteta local!-- fala ele.
Então era esse senhor que minhas irmãs falaram.
-- achou alguma?-- perguntou.
-- ela vem amanhã cedo!-- fala ele.
Termino de comer e faço barulho com a garganta para chamar atenção.
-- o senhor falou com as minhas irmãs, elas são assim mesmo!-- falo.
-- são madames muito haut-parleurs!-- fala ele.
-- isso que falou é bom ou r**m?-- pergunto enrugando a testa.
-- ele disse que suas irmãs são falantes!-- uma voz grossa apareceu.
Era o encapuzado. Ele estava ainda com seu rosto escondido por ela, conseguindo ver apenas o único de seus lábio.
Os dois que estavam perto de mim, se levantaram e ficaram de frente ao encapuzado.
Foi aí que percebi que estava noite.
-- saiam, quero falar com ela a sós!-- fala ele.
-- qualquer coisa nós chame Monsieur!-- fala os dois juntos.
Eles saem me deixando sozinha com o encapuzado. Com seu rosto escondido, tava um ar de mistério a ele, ainda mais que ele estava na parte mais escura do quarto, com seus braços cruzados, apoiado na janela.
O quarto era iluminado apenas pelas brasas da lareira, deixando o ambiente ainda mais misterioso.
Percebi seus ombros largos, seus braços pareciam ser fortes. Sua aura era tão intensa que chega a me fazer estremecer só de estar ali.
-- está melhor?-- perguntou em um tom baixo.
-- estou. Obrigada por me ajudar!-- falo me sentindo intimidada.
Ele anda em volta da cama, se senta na poltrona que tinha a uns dez centímetros da cama, seus olhos ficam observando as brasas do fogo. Tenho uma estranha curiosidade de tirar esse capuz e ver o que avia em baixo, que ele tanto escondia.
-- vai fica por quanto tempo me observando?-- perguntou ele.
Mordo meus lábios e desvio o olhar.
-- obrigada mais uma vez, por ontem!-- falo sem saber o que falar.
-- ontem? Acha que o que aconteceu foi ontem?-- perguntou ele.
-- e não é?-- pergunto confusa.
-- você está dormindo a dois dias, mia!-- fala ele.
-- como sabe meu nome?-- pergunto.
-- tenho meus contatos!-- fala.
Espera, dois dias? São dois dias longe de casa!
-- aí meu Deus, meu pai teve estar super preocupado!-- falo me levantando as pressas da cama.
Fico conta e logo volto a me sentar. Ele percebe, se levanta e se senta na beira da cama.
-- vai com calma, acabou de se recuperar. Não se preocupe, foi pessoalmente falar com sua pai, decidimos que iria ser melhor ficar aqui até melhorar, recebendo cuidados melhores!-- fala ele.
Ia olhar pra meus pés mais percebo a roupa que estou usando.
Era uma camisa preta, que em mim tava como um vestido, ao me mexer não sinto minhas roupas íntimas.
-- onde... Estão... Éee..!-- aponto para meu próprio corpo.
-- suas roupas estavam encharcadas com a chuva. Tive que colocar outras em você!-- fala ele.
Olho pra ele desconfortável. Me sinto mais a vontade com minhas roupas.
Por sermos um vilarejo de pessoas querendo uma vida melhor. Não ligam para apenas uma garota órfã de mãe. Ter uma mulher órfã de pais aqui, era motivo para arruinar seu status. Então não sei também o porquê de Luke estar no meu pé.
-- não se preocupe, consigo ver no seu rosto sua preocupação. Quem te trocou foi a Madame Letícia!-- fala ele.
Aceno com a cabeça sem saber o que falar.
-- acho que já posso ir pra casa, não sinto mais febre!-- falo.
Ele se levanta e vem até mim, se sentando do meu lado.
Seu cheiro era viciante, um cheiro forte e masculino. Um perfume doce mais não deixava o lado macho dele de lado.
Ele coloca a mão na minha testa, me esforço para não soltar um suspiro com seu toque.
Que coisinha frágil eu sou.
-- parece que sim, fique por mais está noite. Amanhã você faz a planilha da minha casa e meu Bras droit, levará para sua casa!-- fala ele se afastando.
-- obrigada... Por... me ajudar, Eu acho!- falo. Mais que m***a em, só fala obrigada e pronto.
Ele se vira para me olhar.
-- não fique nervosa, senhorita mia! Só estou cuidado de você !-- fala ele.
Dou um leve sorriso, ele sai do quarto, me deixando sozinha.