CAPÍTULO 53 CARIOCA NARRANDO Fiquei ali, parado na moto, olhando a ruiva sumir por trás do portão. O jeito dela cuspir aquelas palavras ainda ecoava na minha cabeça: – Vai se fodër, Carioca. Caralhø… nenhuma mina nunca teve coragem de falar assim comigo. Nunca. O motor já tava desligado, a rua quieta, só o som distante do baile ecoando do morro. Mas dentro de mim parecia que tinha uma guerra estourando. Raiva e t***o se batendo no peito, um puxando pro lado da violência, outro pro lado do desejo. A ruiva tinha esse poder: me tirar do sério e me deixar mais vivo do que qualquer porrä. Soltei uma risada torta sozinho, tragando o resto do baseado que ainda queimava entre os dedos. A fumaça subiu devagar, mas a mente tava a milhão. Eu lembrava do jeito que ela agarrou na minha cintura

