Manuelly Novais
Depois de uma longa semana de trabalho e correria, enfim eu pude descansar e me cuidar. Fui ao salão pela manhã, fiz unha, cabelo, sobrancelhas e aproveitei para comprar umas roupas também. Saí do salão me achando lindíssima, meu cabelo castanho escuro estava perfeitamente liso e macio, sem falar no cheirinho maravilhoso dos produtos que o profissional usou.
Quando eu estava entrando no meu carro pra ir embora recebi uma mensagem do Hugo dizendo que estava me esperando para almoçar em casa, até estranhei pois ele sempre come no restaurante da empresa.
Dirigi até o prédio e deixei meu carro no subsolo, onde ficava o estacionamento. Peguei o elevador lá mesmo e esperei até que chegasse no nosso andar.
...
— Hugo? — chamei fechando a porta e jogando as chaves no sofá.
— Chaves na gaveta, por favor — ele disse saindo da cozinha e beijando minha testa, estava todo trajado formalmente com um terno azul escuro, camisa social branca e gravata azul também.
De terno ele fica uma delicinha.
Revirei os olhos e peguei as chaves guardando na gaveta do aparador.
— O que você está fazendo em casa? — perguntei seguindo meu noivo até a cozinha e encontrando a pequena mesa de vidro preparada para o almoço.
— Aproveitei uma brecha no trabalho e vim almoçar com você, além de que tenho uma reunião no Vidigal e queria que fosse junto comigo — ele disse puxando a cadeira para eu me sentar.
— Obrigada. — Sorri abrindo as embalagens de comida quentinha.
Hummm, cheirinho delicioso de comida caseira.
— Eu ia trazer comida japonesa, mas lembrei que você não curte muito — murmurou se servindo e eu balancei a cabeça.
Comemos em silêncio, comentando vez ou outra sobre algum assunto ou compromisso que teríamos.
— O aniversário do meu pai é mês que vem, minha mãe já começou a organizar uma festa na empresa — Hugo disse relaxando na cadeira.
Apesar de eu ser uma pessoa que não gosta muito de festa, adoro ir nas que rolam na empresa do meu sogro. São sempre festas animadas, com muita comida boa e vinho da melhor qualidade. Isso sem mencionar que meu sogro é um anfitrião maravilhoso, sempre gentil e elegante.
— Que bom que você me lembrou disso, eu tinha esquecido — murmurei levando o copo de suco até meus lábios e tomando um gole.
Amo suco de manga, minha paixão.
— Passei no ateliê quando estava vindo e tirei as medidas para o terno do casamento e da festa do meu pai — ele disse me deixando surpresa. — Escolhi preto, o que acha?
O que eu acho é que tínhamos tinha combinado de ir juntos! — pensei indignada.
— Acho ótimo. — Sorri forçadamente e me levantei no mesmo momento que ele.
— Em uma hora vamos para a reunião, tudo bem? — Hugo avisou e eu balancei a cabeça assentindo.
Eu fico chateada quando ele faz isso, combina uma coisa comigo e acaba fazendo outra. No aniversário da minha mãe ano passado combinamos de fazer um jantar aqui em casa pra comemorar, mas aí de última hora ele resolveu fazer um festão no salão do prédio, resumindo, minha mãezinha ficou super sem graça porque não conhecia quase nenhum dos convidados - eram amigos do Hugo e moradores do prédio; Durante a festa eu fiquei de boa, mas quando acabou briguei com ele sim, já disse que odeio combinar uma coisa e fazer outra!
Somos um casal que vai construir uma família juntos, e para isso funcionar precisamos entrar em concordância, e isso começa nos pequenos detalhes.
E sim, eu sou chata, e até insuportável às vezes, odeio falhar com as pessoas e odeio que falhem comigo, mesmo que sejam pequenas coisas, é daí que começa.
Retirei a mesa do almoço e já fui limpando e organizando a cozinha, terminei quase vinte minutos depois. Fui direto para o quarto e encontrei meu noivo de pernas cruzadas totalmente concentrado em um projeto exposto na mesa de trabalho dele.
— Esse é o projeto do Vidigal? — perguntei me debruçando sobre o ombro dele e analisando o desenho, parecia interessante.
— Sim, o terreno é grande pelo que pude notar nas fotos, mas só vou saber quando ver pessoalmente. Montei esse desenho apenas como rascunho, depois de conferir as medidas vou poder avaliar com mais calma o espaço e o que posso fazer para aproveitar cada centímetro. — Hugo sorriu beijando minha mão que estava apoiada em seu ombro. — Gostei do esmalte — disse e eu sorri por ele ter notado a mudança na cor, pintei de rosa dessa vez.
— Vou me arrumar para irmos. — Puxei minha mão com delicadeza e tirei minha roupa sentindo o olhar do Hugo queimar sobre minha pele.
— Eu odeio me atrasar, mas amor... — Ele soltou um suspiro e eu me virei vendo ele morder o lábio de um jeito sexy enquanto analisava minha lingerie rosa de renda.
— Atraso? — Soltei uma risada debochada. — Isso não combina com você, meu anjo. — Pisquei e caminhei até o cesto de roupas sujas colocando a roupa que acabei de tirar.
— Eu acho que hoje combina muito bem. — Senti um arrepio gostoso percorrer meu corpo ao ouvir ele sussurrar tais palavras em meu ouvido. Suas mãos ágeis tocaram minha cintura e eu sorri quando ele me colocou contra a parede roçando seu corpo alto no meu, podia sentir perfeitamente o desejo queimando em sua pele.
— Acho melhor você se livrar dessas roupas, sabe, está bem calor aqui. — Um sorriso safado cresceu em meus lábios e eu virei de frente pra ele sem que suas mãos deixassem meu corpo.
— Poderia fazer isso pra mim, senhorita? — Hugo perguntou aproximando seu rosto do meu pescoço e plantando alguns beijos ali.
— Pedindo assim eu faço o que você quiser, meu amor — sussurrei no ouvido dele e puxei seu terno para trás jogando em qualquer lugar do quarto, minhas mãos subiram por sua camisa social desabotoando os botões e logo parti pra missão de tirar seu cinto e a calça social. — Agora estamos quites. — Passei a língua nos lábios analisando seu corpo e recebendo um sorriso devasso.
— Você é perfeita, Manuelly — Hugo sussurrou.
Tomei seus lábios contra os meus em um enroscar intenso de línguas, nosso beijo é quente e cheio de segundas intenções.
Que eu o desejo é fato, assim como meu amor por ele. E apesar de todos os momentos complicados, nós sempre ficávamos bem no final.