Capítulo 6 - Entre a Razão e o Desejo

538 Words
Por Bianca Meu coração ainda estava disparado quando cheguei em casa. Eu não deveria ter parado para falar com Marcos. Eu deveria ter ignorado, continuado meu caminho, fingido que ele não existia. Mas quando o vi ali, encostado naquela moto, olhando para mim daquele jeito… Algo dentro de mim tremeu. E agora eu não conseguia parar de pensar nisso. Joguei minha bolsa no sofá e respirei fundo. Eu precisava me acalmar, precisava esquecer aquele encontro. Mas era difícil. As palavras dele ecoavam na minha cabeça. "Acho que você quer saber até onde isso pode ir." Eu não queria. Queria? Fechei os olhos com força. Isso era loucura. Marcos não era o tipo de homem para mim. Ele era perigoso, intenso demais, cheio de mistérios. E eu… bem, eu era só Bianca. Uma garota comum, que sempre preferiu o seguro, o previsível. Como Pedro. O pensamento dele fez meu peito apertar. Pedro sempre esteve ao meu lado. Sempre cuidou de mim, me protegeu, me fez sentir especial mesmo quando eu não conseguia me enxergar assim. Então por que, em uma única noite, um homem que eu m*l conhecia conseguia me fazer sentir algo tão confuso? A verdade era simples: eu não confiava em Marcos. Mas também não confiava em mim perto dele. E isso me assustava. Nos dias seguintes, fiz de tudo para manter minha rotina e esquecer aquele encontro. Trabalhei dobrado na loja, evitei sair tarde da noite, ignorei qualquer número desconhecido que aparecesse no meu celular. Mas o universo parecia determinado a me testar. Era sexta-feira à noite quando Pedro apareceu na loja, Sofia animada ao seu lado. — Vamos jantar juntos hoje? — ele perguntou. — Sofia não para de falar em você. A garotinha sorriu e segurou minha mão. — Por favor, mamãe Bia? Sorri para ela, sentindo aquele calor familiar no peito. — Claro, meu amor. Fechei a loja e seguimos para um restaurante próximo. O jantar foi agradável, como sempre era com eles. Mas eu não conseguia evitar a sensação de que Pedro estava diferente. Ele me olhava de um jeito estranho. Como se quisesse dizer algo, mas não soubesse como. — Tá tudo bem? — perguntei. Ele hesitou, depois suspirou. — Quero te perguntar uma coisa, mas… Só se prometer que vai ser sincera comigo. Engoli em seco. — Claro. Ele me olhou nos olhos, sério. — Você tem falado com o Marcos? Meu estômago revirou. — O quê? Não! — Minha resposta saiu rápida demais, e Pedro percebeu. Ele apertou os lábios, desviando o olhar. — Só tome cuidado, Bia. Ele não é um cara confiável. Cruzei os braços. — E você acha que eu não sei me cuidar? Ele passou a mão no cabelo, frustrado. — Eu só… Não quero que ele te machuque. Meu coração acelerou. Pedro nunca falava assim. Nunca demonstrava tanto ciúme. Mas antes que eu pudesse responder, algo me fez congelar. Do outro lado da rua, encostado em uma moto e nos observando com aquele sorriso de canto… Marcos. Nosso olhar se cruzou por um segundo, e eu soube que aquilo não era coincidência. Ele estava ali por mim. E, no fundo, eu não sabia se queria fugir ou se queria descobrir até onde aquilo iria.
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