⸻
Era uma terça-feira como qualquer outra.
Ou deveria ser.
Alicia caminhava pela faculdade com os saltos ecoando nos corredores, a saia colada nas curvas perfeitas, e os cabelos vermelhos caindo como chamas até a cintura.
Mas o que a consumia por dentro não era o calor da primavera.
Era o professor Rafael Calderón.
Mais precisamente… o fato de ele agora morar exatamente na casa ao lado da sua.
— Tá me dizendo que aquele deus grego da sala 204 é seu vizinho? — Mel perguntou arregalando os olhos.
— Vizinho de parede. Literalmente. — Alicia respondeu com ironia, mas os olhos entregavam a confusão que queimava por dentro.
— E vocês não se pegaram ainda? — Pedro completou, com um tom debochado.
Alicia mordeu o lábio inferior, tentando não sorrir.
— Não oficialmente.
Mel ergueu uma sobrancelha.
— E oficiosamente?
Alicia desviou o olhar.
— Eu não sei o que sinto. Ele me tira do sério, me deixa louca… mas ao mesmo tempo é um i****a frio.
E eu… eu não sei se é só t***o ou algo mais.
— Quer saber o que você sente? — Mel bateu palminha. — Vamos sair hoje à noite. Boate nova, luz baixa, música alta e muitos boys maravilhosos. Você precisa de diversão, amiga. Pura e crua.
—
Mais tarde, Alicia estava se vestindo em frente ao espelho.
Escolheu uma lingerie vermelha de renda, rendas que marcavam a pele. Por cima, um vestido justo, preto, com decote profundo e f***a na perna.
Cabelos soltos, levemente ondulados. A maquiagem marcando os olhos cor de mel.
Nos pés, saltos altíssimos. Aqueles que faziam qualquer homem virar o pescoço.
Antes de sair, passou batom vermelho escuro. O perfume — o mesmo que Rafael elogiara uma vez no corredor — foi borrifado atrás das orelhas e entre os s***s.
Entrou no carro e partiu para a boate.
—
Lá dentro, o som estava alto, o ambiente abafado pelo calor dos corpos dançando. Luzes vermelhas e roxas cortavam o ar em flashes.
Alicia dançou um pouco, bebeu dois drinks, mas algo estava fora de sintonia.
Ela ria, conversava, mas os olhos sempre procuravam… um par de olhos azuis que não estavam ali.
— Você tá pensando nele, né? — Pedro cutucou.
Ela suspirou.
— Preciso ir. Já me diverti o suficiente.
Pegou a bolsa e saiu antes mesmo que os amigos pudessem insistir.
—
Chegando em casa, tirou os sapatos na sala com um suspiro.
Mas antes de subir… o celular vibrou.
Uma mensagem de Rafael.
“Desce agora. Preciso falar com você.
Vem até a minha casa.”
O coração dela acelerou.
Alicia congelou por dois segundos.
Será que aconteceu algo com o pai dele?
Será que era sério?
Correu escada abaixo, atravessou o jardim e bateu na porta da casa ao lado, preocupada.
Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a porta se abriu com violência e Rafael a puxou para dentro.
A boca dele caiu sobre a dela.
O beijo era possessivo. Quente.
Cheio de raiva, desejo, loucura.
Ela tentou empurrá-lo, ofegante.
— Você me chamou desse jeito… achei que tinha acontecido algo.
Rafael segurou o rosto dela com as duas mãos.
— Aconteceu, Alicia.
Aconteceu sim.
Ela o olhou, confusa.
— O quê?
— Eu perdi o controle.
Ele a puxou pela cintura, grudando os corpos.
— Eu te quero. Agora. Aqui. Por inteiro. Não aguento mais imaginar. Eu quero ver, tocar, morder, ouvir você gritar meu nome.
Ela engoliu seco.
— Então me leva.
—
Ele a pegou pela mão e a guiou escada acima.
Alicia nunca tinha entrado no quarto dele.
O ambiente era sofisticado, minimalista, com paredes escuras, cama king-size e luz baixa.
Mas o que mais chamava atenção era a parede de fundo…
Cheia de objetos de couro, algemas, vendas, cintos, coleiras.
Ela parou, os olhos arregalados.
— Rafael…
Ele se aproximou por trás, sussurrando no ouvido dela.
— Não precisa ter medo.
Mas precisa se entregar.
Confia em mim?
Ela assentiu.
— Eu confio.
Ele a virou de frente.
— Então me obedece.
—
Alicia se deixou guiar até o centro do quarto. Rafael puxou uma cadeira de couro.
— Tira o vestido. Agora.
Ela obedeceu sem hesitar. Deixou o tecido deslizar pelo corpo, revelando a lingerie vermelha.
Ele mordeu o lábio, os olhos devorando cada curva.
— Anda até mim.
— De joelhos.
Ela hesitou, mas os olhos dele ardiam.
Obedeceu.
Rafael a segurou pelos cabelos com uma das mãos.
— Você vai fazer o que eu mandar. E vai adorar.
Ela respirava ofegante.
Ele tirou o cinto devagar.
Amarrou os pulsos dela com firmeza.
— Agora você é só minha.
—
Alicia estava ajoelhada, mãos amarradas atrás das costas. Rafael caminhava ao redor dela como um predador.
Passou os dedos pelos s***s cobertos pela renda.
— Essa cor em você… me deixa maluco.
Ajoelhou-se diante dela.
Passou a língua lentamente entre os s***s, depois subiu até o pescoço e mordeu.
Ela arfou.
— Quietinha — ele sussurrou. — Eu comando aqui.
Ele a deitou de costas sobre o tapete de veludo.
Puxou uma venda e cobriu os olhos dela.
— Agora você vai sentir.
Mas não vai ver nada.
—
Os minutos seguintes foram puro pecado.
Rafael usou a boca, os dedos, e um vibrador pequeno que tirou da gaveta.
Alicia gemia alto, o corpo todo tremia.
Quando achava que ia gozar, ele parava.
— Por favor… — ela choramingou.
— Eu disse que eu mando.
Só depois da terceira tortura ele permitiu que ela explodisse.
E quando ela gozou, foi como um grito preso por dias.
Mas ele ainda não tinha terminado.
—
Desamarrou os pulsos dela.
Tirou a venda.
E a jogou de bruços na cama.
— Agora, Alicia… eu vou te f***r até você esquecer seu nome.
Entrou com força, uma estocada profunda.
Ela gritou.
Ele segurava firme na cintura dela, os movimentos ritmados, selvagens.
Pegou o cabelo, puxou pra trás, fazendo ela olhar pra ele por cima do ombro.
— Fala que você é minha.
— Eu sou sua!
— De quem é essa b****a?
— Sua, Rafael! Toda sua!
—
Ele gozou dentro dela, com um gemido rouco e desesperado.
E caiu ao lado, exausto, satisfeito, suado.
Ela virou de lado, os olhos brilhando.
— Isso foi… diferente.
— Isso foi só o começo.
Ele a puxou pela cintura, colando o corpo no dela.
— Agora você dorme aqui.
E amanhã… dorme também.
Ela riu.
— Tá me convidando pra morar aqui?
Ele beijou o pescoço dela.
— Tô te convidando pra nunca mais sair da minha cama.
E pela primeira vez, Alicia não quis fugir.