Ela estranhou receber aquela ligação, principalmente por ser uma chamada de vídeo, o que ela não fazia com tanta frequência, era muita coincidência ela estar ligando naquele horário, quase como se soubesse o que tivera feito durante o dia e que já estava em casa.
Estava agradecida pela espuma cobrir seus s***s, o que a ajudava a não ter que sair da banheira para atender a chamada.
Désirée- Olá Trichie.
Beatrice- Oi irmãzinha linda.
Désirée- O que você quer, encosto?
Beatrice- Caramba Dê....por que falar assim com alguém que te ama tanto? Isso magoa, sabe?
Ela viu sua irmã fazer uma pose dramática, mas ela a conhecia bem o bastante para saber que magoada era a última coisa que ela estaria e que aquela ligação com certeza deveria ter algum motivo por trás.
Désirée- Pois é...se eu não te conhecesse até acreditaria que ficou magoada mesmo. Mas fala, que surpresa é essa você me ligando assim de repente?
Beatrice- Caramba, tá parecendo que não posso mais ligar pra minha irmãzinha...
Désirée- Sem essa Trichie, eu tive uma tarde no próprio inferno e estou cansada demais pra joguinhos ou drama, fala logo o que você quer porque eu quero poder aproveitar meu banho em paz.
Beatrice- c****e Dê, como você é grossa...
Désirée- Tá bom, se era só pra saber como estou, eu e as suas flores estamos bem, ainda não botei fogo na casa, nem dei nenhuma festa. Então, se era só isso, vou desligar, nos falamos outro dia. Tchau.
Beatrice- ESPERA!
Ela parou pouco antes de encerrar a chamada, podia notar a ansiedade na voz da irmã, tinha certeza de que aquela não era apenas uma ligação de cortesia ou para saber sobre o seu bem-estar, sua irmã não faria isso, se esse fosse o caso, mandaria uma mensagem antes.
Não, tinha algo por trás daquela ligação e o pior, ela já tinha uma grande suspeita do que era.
Désirée- E então, será que agora você vai falar porque ligou, ou vai continuar tentando me enrolar?
Beatrice- Bem, é que...falei com a mamãe mais cedo e...
Désirée- Eu sabia! A mamãe nunca que ia ficar calada! Assim como eu devi ter desconfiado de me pedir tanto pra cuidar das rosas daquele jeito específico.!
Beatrice- Ah...bem foi tão r**m assim...
Désirée- Não, claro que não, eu amo acordar tão cedo assim...
Beatrice- Então...podemos dizer que eu te fiz um favor.
Désirée- Pois é, um favor que eu adoraria retribuir te afogando nessa banheira agora!
Beatrice- Meu Deus Dê, pra que tanta agressividade?! Eu só...pensei que seria uma boa se vocês se conhecessem...
Désirée- Você não poderia estar mais enganada quanto a isso, ele não passa de um porco machista, i****a e s*******o ou educação!
Beatrice- Caramba...ele mexeu mesmo com você...
Désirée- Com certeza mexeu, eu só queria poder mexer com a carinha dele no asfalto, pena que não tem muito disso aqui.
Só de pensar em quanto estava decepcionada fazia seu estômago se revirar por completo, a certeza de que agora iria começar a ouvir sua irmã começar a falar sobre as qualidades que ele possuía, só piorava a situação, fazendo com que ela perdesse o pouco de paciência que ainda lhe restava.
Mas não iria se deixar levar por sentimentos ruins, não quando justamente estava tentando relaxar até porque poderia simplesmente dizer não à idéia de sua mãe de ajudá-lo, apesar de saber que iria ouvir um bom sermão se fizesse isso, já podia imaginá-la falando o quanto estava sendo grosseira por recusar ajudar alguém tão bondoso como ele, que também fazia parte da família.
Já sabia que aquela conversa não iria acabar ali, principalmente ao ver sua irmã morder o lábio antes de olhar mais uma vez para ela, aquilo era um sinal claro que aquela conversa estava apenas começando, por isso pegou novamente a taça e bebeu todo seu conteúdo antes de se ajeitar melhor dentro da banheira, sem se importar se a espuma não cobriria mais seus s***s tão bem.
Désirée- E então, já esta pronta para admitir que a história das rosas era tudo um pretexto para que eu o visse e ficasse perdidamente apaixonada?
Giovanni- Esse era exatamente o plano dela!
Beatrice- Cala a boca Giovanni!
Por mais que estivesse revoltada com toda aquela situação, não conseguiu reprimir a risada ao ouvir a voz de seu cunhado ao fundo, por mais que Giovanni e ela não compartilhar compartilhassem o mesmo sangue, ele sempre fora um irmão para ela, sempre ficando ao seu lado e evitando que tomasse um castigo ainda maior, principalmente na adolescência, se não fosse por sua ajuda nunca teria conseguido sair de Paris e seguir sua vida, mesmo ele sabendo que ela estava fugindo de tudo e não apenas seguindo seu sonho.
Désirée- Não briga com ele, ele é o único que me entende.
Beatrice- Claro, se você estiver pensando em fazer alguma loucura ele vai ser o único que vai te apoiar, mas estamos falando de outra coisa bem diferente.
Désirée- Tem razão, estamos falando do seu plano de me empurrar pro colo daquele i****a machista s*******o, sem ofensa Gio.
Giovanni- Sem problema, sei que ele é difícil, mas no fundo, beeem lá no fundo, ele é um cara legal.
Désirée- No fundo de um poço com certeza.
Giovanni- Quase isso- riu ao concordar com a cunhada que ele tinha como uma irmã mais nova.
Beatrice- Ele é seu irmão!- retrucou batendo em seu braço.
Giovanni- Justamente por ser meu irmão eu sei exatamente o quanto ele pode ser um pé no saco as vezes, mas...tenho que admitir que ficaria feliz se vocês ficassem juntos.
Désirée- Gio...
Giovanni- Ou...que você o fizesse sofrer um pouquinho pra deixar de ser tão babaca.
A piscada que ele lhe deu fez com que ela entendesse perfeitamente do que ele estava falando e já sabia exatamente o que fazer.
Depois de se despedir da irmã e do cunhado, ela terminou o banho e o vinho, planejando cada detalhe do que faria dali por diante, suas roupas precisariam de uma pequena repaginada para ajudá-la em seu plano...
O dia m*l havia amanhecido e ela já estava de pé, aquilo era extremamente necessário para que seu plano fosse bem-sucedido, por mais que odiasse acordar antes do meio-dia.
Assim que levantou foi direto até a janela, queria vê-lo passar correndo mais uma vez, o bom é que a cortina a ajudava a fazer isso sem ser notada, então pôde vê-lo descer a rua e se aproximar da casa, seus passos ecoando na rua vazia naquele horário.
Poderia ser apenas sua impressão, mas tinha certeza de que ele havia diminuído seus passos ao chegar mais perto da casa, até parar por completo e observar por alguns instantes o jardim, como se sentisse que algo estivesse fora do normal, como se ele sentisse falta de vê-la ali como nos outros dias.
Era um ponto que ela tinha a seu favor e iria usar isso muito bem, saindo dali e começando a se preparar para que quando ele chegasse para buscá-la tivesse uma grande surpresa, seria algo totalmente inusitado que o deixaria sem reação.
Ele notou o jardim vazio e sentiu falta de não vê-la cuidando do.jardim naquela manhã, mesmo sem saber quem ela era, ja estava acostumado à sua presença quando passava pela casa de seu irmão, ver o jardim sem a sua presença chegava a ser estranho.
Mas não iria perder o tempo com aquilo, tinha muito o que fazer naquele dia.
Continuou correndo sem se deixar abater mais por aquilo, ela era uma garota da cidade e deveria estar dormindo ou ocupada demais para se preocupar com algo além dela, da mesma forma que se passaram alguns dias antes que ele a visse pela primeira vez naquele mesmo jardim.
Chegou em casa depois do exercício matinal e foi direto para o quarto, seu dia estava atarefado demais para se preocupar com qualquer coisa que não fossem suas obrigações, já perdera muito tempo no dia anterior e agora precisava recuperar o tempo perdido começando os trabalhos bem cedo naquele dia.
Entrou no carro e deu a partida, já pensando que precisaria esperar até que aquela garota mimada resolvesse se levantar, apertou com força o volante para se controlar, não queria se estressar logo cedo nem chegar demonstrando o desgosto de precisar da ajuda daquela jovem por mais aquele dia.
Respirou fundo e seguiu para a casa de seu irmão, já pensando em quanto tempo ainda precisaria esperar para poder começar os trabalhos do dia.
Mas nem em sonho estaria preparado para o que viu assim que chegou.