As semanas e dias que antecederam o sétimo aniversário de Harry Potter foram diferentes de qualquer verão que Harry já havia experimentado antes.
Os aniversários eram especiais, importantes. Isso Harry sabia ser verdade, pois Duda comemorava todos os anos sem falhar, dando uma grande festa com muitos de seus colegas de classe presentes. Harry esperava ansioso por esse dia em particular apenas porque lhe proporcionou uma pequena porção do bolo de aniversário.
O aniversário de Harry, é claro, não merecia tal festa. Esse era um fato que Harry havia aceitado há muito tempo, sabendo que para os Dursley e seus colegas de escola, ele sempre seria uma aberração. Sua incapacidade de ser normal era a culpada por tudo.
Harry não era normal. Coisas estranhas às vezes aconteciam com ele. Coisas que ele não conseguia explicar, por mais que tentasse.
No entanto, foi algo especial inexplicável que levou ao melhor evento da vida de Harry até agora:
Conhecer seu primeiro e melhor amigo, Sr. Tom.
Agora que Harry tinha um melhor amigo, um amigo maravilhoso, ele também tinha algumas novas idéias sobre o que estava acontecendo com as coisas que ele não conseguia explicar sobre si mesmo.
O Sr. Tom tinha poderes mágicos e fazia coisas engraçadas. Então talvez Harry não fosse estranho afinal. Talvez ele simplesmente tivesse estado com as pessoas erradas esse tempo todo.
Pelas histórias que o Sr. Tom contou a ele, Harry deduziu que havia muitas outras pessoas que podiam fazer coisas estranhas e mágicas. E mesmo que essas outras pessoas existissem, o Sr. Tom tinha escolhido Harry para ser seu amigo, um fato que sempre fez Harry se sentir aquecido.
Harry nunca tinha encontrado amigos na vizinhança ou na escola, mas aqui estava alguém que queria ser seu amigo, que poderia fazer coisas estranhas como ele, só que melhor.
Então, o que Harry esperava, até mesmo sonhava acordado, era que ele pudesse ser mágico também. Ele poderia ser mágico como o Sr. Tom, e então ele finalmente se encaixaria.
Se Harry pudesse ter magia, se ele pudesse fazer sanduíches do nada e curar seus hematomas com um aceno de mão, então o Sr. Tom não precisaria se preocupar tanto porque Harry seria capaz de cuidar de si mesmo.
Esse pensamento feliz alimentou Harry em suas tarefas diárias. Finalmente, havia a esperança de que ele pudesse pertencer a algum lugar, mesmo que fosse com o Sr. Tom e seus amigos estranhos e engraçados no estranho lugar onde viviam juntos.
Essa esperança, acompanhada pelo lembrete de que o aniversário deste ano seria diferente, fez o coração de Harry se encher.
Este ano, Harry tinha alguém que não só queria comemorar com ele, mas também lhe daria um presente.
Apenas uma semana atrás, Harry tinha timidamente informado seu amigo sobre o próximo encontro. Levou um pouco de esforço para ele pronunciar as palavras, mas Harry conseguiu no final.
O Sr. Tom passou a fornecer muitas garantias de que sua agenda lotada seria mantida clara naquele dia. Apenas, Harry não precisava dessas garantias. Ele já sabia que o Sr. Tom se importava com ele. O Sr. Tom era seu amigo, e isso era o que amigos faziam um pelo outro - eles davam festas de aniversário juntos.
Era estranho para Harry ter tanta certeza disso. Durante toda a sua vida, Harry pensou que estava - e sempre estaria - sozinho. Mas agora ele não estava. Agora ele tinha um amigo, alguém que o fazia se sentir seguro. Alguém em quem ele confiava para lhe dizer a verdade.
Em seu aniversário, Harry ligaria para o Sr. Tom, e o Sr. Tom iria aparecer.
Isso era o que iria acontecer, e Harry acreditava nisso mais do que qualquer coisa. Ele sabia que seu sétimo aniversário seria o melhor que ele já teve.
Na manhã de 31 de julho, Harry acordou de excelente humor.
Duda não o incomodava há semanas, então Harry tinha o controle da vizinhança e o clima quente de verão. Harry nunca tinha ficado mais animado para escapar da monotonia da Rua dos Alfeneiros em favor do mundo exterior.
Normalmente, Harry iria ao parque. Era seu local preferido por causa dos balanços e por causa das novas memórias que tinha de seus amigos.
Amigos!
Ainda surpreendeu Harry que ele foi capaz de reivindicar mais de um amigo. Quando o Sr. Tom viesse visitar, ele traria Bell com ele, e Harry agora considerava o pequeno dragão vermelho tanto um amigo quanto um amigo humano.
Alguns dias o Sr. Tom ficava muito ocupado para ficar e brincar. Naqueles dias, ele lançava um feitiço no playground para que ninguém pudesse ver Bell e Harry brincando juntos. A magia fez cócegas, mas depois de tantas visitas, Harry se acostumou.
Hoje, entretanto, era seu aniversário, então Harry esperava um dia inteiro de diversão com seus dois amigos.
Um grito alto de "Levante-se, garoto!" tirou Harry de seus pensamentos agradáveis e colocou-o em uma posição totalmente ereta. A voz era de tio Valter.
O fato de seu despertador ser do tio Válter e não da tia Petúnia enviou uma sensação desconfortável ao estômago de Harry. Os pedidos de seu tio nunca levaram a nada de bom.
Harry se preparou para a violenta batida de um punho na porta do armário, mas não houve batida. Em vez disso, a porta rangeu alto quando foi aberta, revelando o rosto comprimido de Petúnia Dursley.
"Levante-se!" ela sibilou, gesticulando bruscamente com a mão. Seus olhos percorreram o conteúdo do armário de Harry, esticando o pescoço, como normalmente fazia quando ela estava observando as idas e vindas de seus vizinhos.
"Temos convidados chegando hoje", acrescentou ela, quando Harry não fez nenhum movimento para se levantar. "Você vai me ajudar a preparar a refeição antes que eles cheguem."
Harry sentiu seu estômago cair no nada. "Não!" ele disse, o choque das palavras dela o oprimindo mais do que qualquer outra coisa. Ele não poderia ficar em casa hoje de todos os dias, não quando o Sr. Tom e Bell estavam esperando por ele!
O rosto de tia Petúnia refletiu um pouco do choque de Harry para ele. "Não?" ela repetiu, nervosa. "Não? Nós o alimentamos, vestimos e abrigamos, e você ousa ..."
Harry não conseguia se concentrar no resto de suas palavras raivosas, ele estava tão chateado, tão confuso com esta mudança repentina de eventos. Ele deveria ter pensado melhor antes de presumir que teria permissão para sair de casa em seu aniversário. Ele tinha assumido a liberdade das últimas semanas, e agora ele estava pagando por isso.
Tia Petúnia agarrou-o pelo pulso e puxou-o para fora do armário. Harry tropeçou, tonto demais para recusar ou se afastar. Ele só podia esperar que, quando acabasse de ajudar, seria expulso de casa pelo resto do dia.
A manhã inteira passou em uma névoa. Harry obedeceu, trabalhando o máximo que pôde para seguir as instruções de sua tia. Se ele escutasse, se fosse bom, talvez ela pudesse ser persuadida a deixá-lo ir.
Assim que o almoço foi preparado, Harry levou travessas de comida para o quintal. Tio Válter comprou uma linda mesa ao ar livre no mês passado e agora eles a estariam fazendo um bom uso. Harry arrumou os guardanapos e utensílios da maneira que tia Petúnia preferia, verificando todo o seu trabalho duas vezes antes de voltar para dentro.
"Pegue isso", disse tia Petúnia ao vê-lo, empurrando um embrulho de sanduíche em sua direção. "E volte para o seu quarto."
Harry não conseguia ficar desapontado. Este aniversário, em comparação com todos os seus aniversários anteriores, foi um dos melhores. Ele estava recebendo comida e ficaria sozinho o dia todo enquanto os Dursley cuidavam de seus convidados.
"Posso sair, por favor?" Harry perguntou, uma última tentativa de ver suas esperanças se tornando realidade. "É meu aniversário", acrescentou ele, a voz mansa. Ele não achava que isso a influenciaria, mas se houvesse uma chance de que isso acontecesse, ele tinha que tentar.
Tia Petúnia olhou para a ponta do nariz pontudo, a boca franzida, as mãos posicionadas em cada lado do quadril. "Não adianta ser visto vagando por aí enquanto pessoas normais cuidam de seus negócios importantes", disse ela a ele. "Você deveria ser grato pelo que lhe damos depois da sua pequena - sua pequena façanha esta manhã! Não pense que eu não esqueci isso!"
Harry estremeceu, encolhendo-se. Ele deveria ter pensado mais esta manhã. Ele tinha bagunçado tudo, tinha arruinado suas chances de ter seu primeiro aniversário de verdade.
E então, com o coração pesado, Harry se resignou a passar seu aniversário no armário.
Mas não foi tão r**m, Harry disse a si mesmo. Porque assim que ele foi autorizado a sair de novo, então ele seria capaz de chamar seus amigos.
O Sr. Tom também não ficaria bravo com a chamada perdida. Eles ainda seriam amigos, mesmo que Harry ficasse mais alguns dias sem ligar.
Esse lembrete ajudou Harry a se sentir um pouco melhor sobre o que tinha acontecido, mas não foi o suficiente para se livrar dos sentimentos ruins ao perceber que ele tinha estragado tudo esta manhã. Ele não deveria ter dito 'não' para tia Petúnia.
"Ok," Harry murmurou. "Posso comer isso e usar o banheiro primeiro?"
Tia Petúnia olhou para ele novamente, por menos tempo do que antes, então acenou com a cabeça rigidamente.
Harry comeu rapidamente o embrulho de frango que tinha recebido, então correu para o banheiro antes que os convidados elegantes dos Dursley chegassem. Poderia levar horas antes que ele pudesse usar o banheiro novamente.
Com a bexiga aliviada e as mãos limpas, Harry correu de volta para o corredor, onde tia Petúnia estava esperando por ele.
"Isso é para você", ela retrucou. Em suas mãos estava uma garrafa de água. "Agora saia da minha vista."
Harry pegou a garrafa e seguiu as instruções dela, passando pela porta que dava para a escada. Tia Petúnia fechou a porta atrás dele com um baque, depois fechou as ripas de metal com mais um tilintar.
Agora sozinho em seu armário, Harry parou um momento para pensar sobre sua situação.
Fora de casa, o verão estava muito quente e úmido. Mas aqui embaixo da escada, o ar estava mais fresco. Harry tinha sua garrafa de água e uma quantidade desconhecida de tempo para si mesmo enquanto os Dursley entretinham seus visitantes especiais.
Poderia ter sido pior, Harry disse a si mesmo. Por alguma razão, esse pensamento fez pouco para banir sua tristeza.
Não pela primeira vez, Harry se imaginou chamando o Sr. Tom aqui na Rua dos Alfeneiros. Os Dursley estariam lá fora almoçando, deixando a casa inteira vazia. Seria tão fácil para Harry colocar seu anel e fazer um pedido.
Quase como um d****o de aniversário, mas não exatamente. Muitos dos desejos de aniversário anteriores de Harry envolveram sonhos de um estranho alto e gentil vindo para levá-lo embora.
Harry tinha passado menos tempo sonhando acordado ultimamente, principalmente graças ao Sr. Tom e Bell. Mas quando Harry teve um momento de sobra para aquele cenário imaginário, foi o rosto do Sr. Tom que ele viu, não o de um estranho.
O Harry imaginário que vivia com o Sr. Tom imaginário era o menino mais feliz do mundo. Harry não se atreveu a perguntar sobre onde o Sr. Tom morava, mas ele pensou que poderia ser uma casa grande e chique - do tipo que tia Petúnia sempre falava em suas revistas de luxo.
Havia um pensamento secreto que Harry manteve quieto no fundo de sua cabeça. Um pensamento especial que, se ficasse muito alto, poderia ser assustado. E então Harry só deixou esse pensamento sair quando se sentiu seguro, quando estava sozinho e com saudades de seu melhor amigo mais do que tudo no mundo.
O pensamento era este:
Algum dia, se Harry fosse um amigo bom o suficiente, o Sr. Tom estaria disposto a se arriscar e tirá-lo dos Dursley.
Harry se afastou da porta e caiu de costas em sua cama. A sensação engraçada de antes estava de volta em seu estômago.
Ele era um bom amigo, não era? O Sr. Tom sorria muito para ele e ria de suas piadas.
A mão de Harry subiu para tocar em seu anel, como era seu hábito. A corrente enrolada em seu pescoço estava toda emaranhada. Harry passou os dedos pela fita e começou a desfazer a bagunça.
O que Harry realmente queria, mais do que qualquer coisa que ele já quis antes, era ter o Sr. Tom aqui para seu aniversário.
Mas Harry não poderia fazer isso. Ele não conseguiu. E se sua tia e seu tio convencessem o Sr. Tom de que ele não valia a pena? E se Harry arruinou sua amizade assim como arruinou seu próprio aniversário por não manter a boca fechada esta manhã?
Embora Harry tivesse certeza de que o Sr. Tom não estava por perto apenas para ser legal, isso não significava que a mente do Sr. Tom não pudesse ser mudada. Eles eram bons amigos agora, mas talvez isso não durasse.
No entanto, essa dúvida não impediu Harry de imaginar coisas boas acontecendo.
Demorou um pouco para Harry pensar na ideia adequada, principalmente porque ele tinha quase certeza de que o Sr. Tom não caberia dentro de seu minúsculo armário se fosse chamado agora, mas eventualmente Harry decidiu observar, em sua mente, como o Sr. Tom imaginário bateu na porta da frente dos Dursley.
O Sr. Tom estaria bem vestido, com um terno mais bonito do que o que o tio Válter já usara, e sorria com dentes brancos que também podiam ser mais afiados e pontiagudos como presas.
Harry se esgueirava para fora de seu armário, surpreso ao ver seu amigo.
O Sr. Tom cumprimentava Harry pelo nome, estendia a mão para Harry segurar e tio Válter gaguejava e ficava vermelho como ficava quando alguém dizia que ele estava errado.
E então o Sr. Tom anunciaria que levaria Harry para morar com ele.
Harry brincou com essa ideia por um longo tempo, sonhando com a bela casa grande das revistas de tia Petúnia.
Haveria um enorme quintal com muitas plantas e árvores para ele e Bell brincarem. Talvez até uma casa na árvore! Duda sempre pedia um desses, e Harry adoraria ter algo que Duda não tivesse.
O Sr. Tom usaria sua magia para fazer coisas como comida, e ele se ofereceria para ensinar Harry como fazer magia também. Harry seria muito bom em magia. Tão bom que o Sr. Tom ficaria orgulhoso dele, nunca se arrependeria de deixar Harry entrar em sua casa. Harry nunca teria fome, sede ou tristeza, e eles seriam melhores amigos para sempre.
O som da campainha tocou alto, seguido por mais sons de pessoas conversando no saguão de entrada. O barulho repentino da porta tirou Harry de seu sonho lindo. Com a chegada dos visitantes dos Dursley, veio a lembrança de que seu sonho incrível era apenas isso - um sonho.
Harry rolou para o lado, longe da porta do armário. Ele enrolou o corpo e envolveu o anel do Sr. Tom com a mão.
Este anel também foi um lembrete. Este anel deu a Harry a esperança de que algum dia seus sonhos pudessem se tornar realidade.
Mesmo que Harry tivesse que ficar dentro de casa o dia todo, ele poderia se manter ocupado com seus pensamentos felizes. Ele veria o Sr. Tom novamente em breve, como prometido, porque amigos nunca mentiam uns para os outros.
Hoje não seria o melhor aniversário de todos, mas certamente não seria o pior.
Quando os convidados dos Dursley foram embora, Harry estava se sentindo estranhamente sonolento. O importante almoço havia se estendido até a tarde, seguido por outro convite para a hora do chá. Que, felizmente, Harry não tinha sido convidado para ajudar na preparação, talvez porque tia Petúnia queria que ele ficasse fora de vista.
O jantar era uma história diferente. Harry teve que esticar as pernas por alguns segundos preciosos antes que tia Petúnia o arrastasse para a cozinha para ajudá-lo a descascar as batatas.
Harry sufocou bocejo após bocejo enquanto trabalhava, esperando fazer tudo rapidamente para que pudesse voltar para seu armário e seus bons sonhos.
Infelizmente, o bocejo de Harry foi o suficiente para chamar a atenção de tia Petúnia. Harry foi repreendido por ser preguiçoso, mas mesmo a repreensão não foi suficiente para convencer sua boca a parar.
Talvez ficar trancado o dia todo depois de anos correndo por aí tivesse feito algo engraçado para ele. Harry tentou manter seus bocejos para si mesmo, ou então apenas o fez quando sua tia não estava olhando.
Assim que o jantar terminou e os pratos foram guardados, Harry finalmente teve permissão para escapar para passar a noite após uma refeição rápida.
Já era tarde, pois os convidados dos Dursley haviam atrasado o jantar muito além do horário normal. Tia Petúnia, tio Válter e Duda subiram para se preparar para dormir e passar um tempo em seus quartos. Logo a casa ficaria em silêncio.
Harry impediu que um último bocejo escapasse de sua boca ao cair na cama pela segunda vez naquele dia, sua mão alcançando seu anel. Depois de todo o toque que ele tinha feito, o anel estava quente. Harry o colocou em seu polegar, onde cabia melhor, e rolou o metal brilhante ao redor e ao redor. A sensação disso em sua mão o fez se sentir seguro.
Colocando o cobertor sobre as pernas, Harry mudou para uma posição mais confortável. A ideia de ir dormir esta noite bastou para lembrá-lo de que passara o aniversário sozinho. Harry olhou para as ripas da porta do armário. Havia muito pouca luz entrando, mas se ele pressionasse o rosto contra o metal, ele poderia apenas ver o luar que entrava pela janela de vidro fosco ao lado da porta da frente.
Luar, pensou Harry. Da lua.
A ideia sorrateira de antes estava de volta. Harry tentou esmagá-lo, mas ele era muito teimoso e se recusava a ir embora. A ideia era que talvez ele pudesse ligar para o Sr. Tom agora.
Harry se sentou em sua cama, para ver melhor o luar imaginário entrando em seu armário. Já era noite agora, Harry raciocinou. Então o Sr. Tom não estaria no trabalho. Ele estaria em casa, talvez com Bell, e os dois estariam se preparando para dormir.
O Sr. Tom não ficaria bravo se Harry ligasse, não é? Ele ficaria feliz e aliviado em saber que Harry estava bem e seguro.
Harry sabia que o Sr. Tom se preocupava muito com ele. Mais do que deveria se preocupar.
O que preocupava Harry era que o Sr. Tom se distraísse de seu trabalho porque pensava que Harry estava em apuros.
Sempre que se encontravam, o Sr. Tom sempre perguntava se Duda o estava incomodando de novo. E quando Harry dizia não, o Sr. Tom dizia que estava feliz em ouvir isso.
Harry não queria preocupar seu amigo. Ele não queria distrair o Sr. Tom de seu trabalho.
Mas Harry também não queria o Sr. Tom perto dos Dursleys.
Ainda assim, Harry desejou que o Sr. Tom estivesse aqui. Ele desejou que eles pudessem ter passado seu aniversário juntos.
Em algum lugar da casa, o relógio soou. Era uma nova hora, agora.
Que horas exatamente, Harry não tinha certeza, porque seu dia tinha sido longo e confuso. Mas já era tarde o suficiente para que Harry se lembrasse de que havia uma coisa que ele quase se esquecera de fazer.
"Feliz aniversário," Harry murmurou para si mesmo.
Em seguida, ele ouviu o silêncio da casa que não ofereceu resposta. Vagamente, Harry se perguntou como seria ouvir o Sr. Tom dizer 'feliz aniversário' em voz alta.
As pálpebras de Harry estavam ficando caídas. O anel em sua mão estava mais pesado do que o normal enquanto ele esfregava os dedos da outra mão contra o metal liso. Bocejando de novo, Harry se deitou e fechou os olhos, segurando o anel perto do peito, imaginando o zumbido engraçado que acontecia sempre que o Sr. Tom era chamado.
O zumbido ficava cada vez mais alto, o anel quente como sempre no dedo de Harry, e então começava a brilhar como uma lanterna. Ou talvez como uma estrela.
O brilho ficaria mais brilhante, luz brilhante, e então -
Luz. As pálpebras fechadas de Harry tremularam um pouco, então se abriram.
Luz?
Bem acordado, Harry olhou para seu anel. Estava cantarolando e brilhando, alto e claro, chamando, e não havia como Harry parar.
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