- Mia point of view... -
_Então, você vai ir para um baile? - Minha mãe Lisa, perguntou enquanto eu tentava amarrar um laço da minha mascara para a festa.
_Acho que sim. - respondi, eu não sabia exatamente como ia funcionar, mas esse 'baile' talvez não esteja me cheirando muito bem. - bebidas, musica exageradamente alta, e nada de mascaras. A olhei atentamente esperando que ela falasse algo, mas minha mãe não era muito de quem dava beijinhos de despedida muito menos um simples 'divirta-se!'.
_Tudo bem então - ela disse saindo do quarto, deu dois passos e parou; talvez estivesse ponderando se ia ou não realizar um ato materno.
_Mãe? - a chamei seguindo pelo corredor. - Eu... Quer dizer, nós podemos tomar algo, só nós duas esta noite? - perguntei com uma pontada de esperança. Ela assentiu e deu um sorrisinho de aprovação.
22:00
_Caramba Mattew! - gritei totalmente nervosa.
_D-desculpa. Eu queria muito ir com você mas... - ele estava falando mas uma crise de espirros atrapalhou o seu discurso. Qual é? Desliguei na cara dele sem pensar.
_Oque houve? - Scar perguntou acenando para um cara que andava de moto.
_Nada! - respondi revirando os olhos. Vitória não iria ir porque ela, seus pais e Herick - que justo hoje pediu a garota em namoro - iam jantar em outra cidade em um tipico restaurante de família japonesa. Mattew desmarcou bem na hora dizendo que estava com uma gripe contagiosa, provavelmente eu iria passar um bom tempo sozinha lá. Eu poderia voltar mas qual a graça de ficar o resto da noite trancafiada em meu quarto como todos os dias? Chegamos no baile que pelo contrário do que eu imaginava estava muito bom.
Uma coisa fina e comportada, o som estava ótimo e surpreendentemente a decoração também. Quando Scar me deixou lá, fiquei apenas observando sem graça para os lados. Então, decidi dar uma volta no jardim, aonde não estava ninguém e não podiam me ver, nem eu e nem o meu par imaginário; que coisa mais humilhante. Comecei a jogar pedrinhas coloridas no lago aonde haviam quatro patos. Três estavam no canto e um outro estava do outro lado do lago apenas sozinho observando os outros.
Algo me pareceu familiar; meu pai minha mãe e a minha irmã juntos e unidos como sempre. E eu. Fiquei pensando esse amor a mais para Mariah;
será que eu havia feito algo de errado para eles? Ou era apenas uma coisa indesejada? Porque como Mariah sempre dizia eu era apenas um erro e eles não estavam planejando ter outro filho logo após o nascimento dela. Todos os meus pensamentos sobre a vida se romperam quando alguém tocou os meus ombros, me virei prontamente com o susto; ele fez um sinal de rendição com as mãos querendo dizer que não havia feito nada de errado. Eu ri.
_Oi Mia. - Shade disse e as suas palavras vieram até mim com o vento; como uma música angelical.
_Er... Oi. - respondi tentando disfarçar o frio de nervosismo que havia sentido na hora.
_Está acompanhada? - ele perguntou olhando para os lados como se procurasse alguém. Suspirei. Era a pergunta mais temida da noite.
_Sim. - eu disse e comecei a pensar, se ele não estava com Mariah... Onde ela estava? Não via ela desde ontem e pelo oque soube do papai ela estava dormindo na casa de Shade em sua casa de praia. _Quer dizer, na verdade eu vim sozinha. Sabe como é né? O meu par furou... - corrigi pigarreando sem graça.
_Posso? - ele ofereceu o braço prontamente, recuei. Fiquei o observando com uma certa cautela. _Eu não mordo - Shade deu uma curta risada irônica. Eu assenti tímda e recolhi o braço oferecido, entramos no salão e ficamaos cinco minutos inteiros rodeando tudo.
_Não gosto disso. - desabafei sentando em uma cadeira próxima.
_Muito menos eu - ele disse eu o encarei.
_Os namorados da minha irmã são obrigados a acompanha-la em qualquer festa que for. - eu tive que rir. Ela era tão clichê. Shade olhou disfarçadamente ao redor, ele estava tão... Sexy. Com um terno diferente dos outros garotos daqui; com certeza era o terno mais bonito e caro. Uma rosa vermelha estava pregada no lado esquerdo da parte de cima da blusa de baixo, e um relógio grande e dourado reluzia em seu pulso. E não esquecendo da cheirosa essência que exalava nele; algo como Caron proivre um perfume clássico lançado na frança em 1950.
_Na verdade... - ele começou - Mariah terminou comigo ontem dizendo que o nosso 'lance' não estava mais dando certo e que ela ainda era apaixonada por seu ex... Ronald. - ele desabafou olhando para baixo. Muitas coisas se passaram dentro de mim, e uma delas era esperança.
_Como? - tive que perguntar.
_Vamos sair daqui? - ele me cortou e me puxou para fora talvez com um pouco de agressividade. As garotas da minha sala começaram a me olhar feio quando me viram com um garoto mais velho. Entramos no carro dele. _Quer dar uma volta? - Shade perguntou ligando o carro que fez um som imenso.
_Bom. Se você dirigir como uma vovózinha eu faço questão de pular janela a fora. - reclamei e percebi que ele começou a me encarar, mas não de uma forma horrível mas sim adimiração.
_Todas as garotas com o qual eu sai disseram totalmente o contrário, inclusive a sua irmã.
_Talvez eu tenha um certo problema na cabeça.
_Eu gosto disso. - nós rimos. O motor particularmente gritou e tudo aquilo me fazia tremer. Eu adorava a velocidade e adrenalina. Eu e ele estavamos numa especie de racha insano com um porshe panamera azul escuro; e ganhamos correndo cada vez mais. Ele me perguntou aonde eu queria ir e eu disse que ele poderia me levar para casa porque minha mãe me esperava. Desci do carro.
_Ei Mia - ele me chamou antes de entrar. Me virei - Quando os seus pais te encherem o saco, e você quiser se divertir um pouco... - ele disse acelerando o carro e dando enfase a frase, mordendo os lábios. Eu dei uma leve risada; aquilo soou tão bom para mim! Seria errado? Se divertir com o ex da sua irmã?
- Shade Medeiros point of view... -
(vinte minutos depois).
_p***a Shade! Você não matou a outra? Você vai adiar isso até quando? - Cometa perguntou dando um gole na sua cerveja sem álcool. Marica.
_Que eu saiba eu sou o chefe dessa merda! - o repreendi com os olhos acusadores, eu era mesmo. - E antes que diga algo, ela vai sofrer muito mais que a outra - dei de ombros. Não conseguindo conter o riso cínico ao me lembrar dos gritos de Mariah.
_Sabe? Eu não te entendo. Não é mais fácil você matar logo de cara?
_Mas qual é a graça de ser rápido e indolor? - eu sorri ao imaginar como seriam os gritos da próxima garota.
- Mia point of view... -
Suspirei entrando dentro de casa. Com os olhos pesados, porque diabos eu não parava de pensar no sorriso dele? Isso de qualquer modo era impossível. O ex da minha irmã, a situação era até engraçada. Entrei pela cozinha dos empregados para pegar um copo de água. E quando vi a cena eu fiquei perplexa e em choque. Peguei o meu pai em caricias com uma das empregadas. Tampei a boca com a mão, enquanto meu pai fazia uma careta de arrependimento e frustração, a empregada saiu correndo como se tivesse visto um fantasma. Tentei segurar o choro mas foi idiotice, me derramei em lágrimas não por mim mas por minha mãe.
_Filha, eu posso explicar! - ele dizia se aproximando de mim.
_Não me toca! - gritei. Corri as escadas do meu quarto enquanto ouvia os seus passos atrás de mim, me tranquei ouvindo ainda as suas batidas frenéticas na porta. _OQUE EU FIZ DE ERRADO PARA ISSO ACONTECER? - eu perguntei enquanto ouvia as suas baixas lamentações.
_Não é você! - meu pai respondeu com a voz trêmula. Ouvi mais passos se aproximarem leves e finos. Era a mamãe.