Dona Marta Narrando O sol já tava alto no céu e eu ali, sentada na sala, tentando manter a paciência, mas já sentia o sangue subindo. Essa enfermeira nova, que o Caio enfiou aqui em casa, já tava me tirando do sério logo cedo. — Dona Marta, a senhora não pode se esforçar tanto. Eu faço o que precisar na cozinha. A senhora tem que descansar. Revirei os olhos, me segurando pra não mandar essa mulher pro inferno ali mesmo. — Ô minha filha, tu acha que eu sou o quê? Um móvel da casa? Que eu vou ficar aqui sentada esperando a morte chegar? — Cruzei os braços e olhei pra Lília, que tentava segurar o riso enquanto mexia na panela. — Fala tu, Lília, desde quando eu fico parada esperando as coisas acontecerem? Nunca, né? Então por que agora tem que ser diferente? Lília deu uma risada leve, ba

