Isabella Braga
Jogo a pasta em cima da minha escrivaninha e me jogo na cama me segurando para não chorar mais do que quero. Depois de ouvir o absurdo que aquele homem me propôs, eu simplesmente não quis ficar, peguei o tablet que ele havia me dado para o trabalho e vim pra casa. Eu sei que amanhã eu vou ter que voltar pra lá, mas por agora eu precisava ficar longe de Saymon Kamppman.
— Bella, tudo bem?— solto uma respiração pesada.
— Liz, entra e fecha a porta.— murmura, quando ouço ela fechar a porta, me levanto e vou até a pasta que Saymon me entregou.
— Eu fui até o andar da presidência, mas o senhor Kampaman disse que você havia vindo embora, ele até me liberou para vim te ver.— olho confusa pra ela.
Porque esse homem fez isso?
— O que? Porque?
— Eu aprendi a nunca questionar nada que esse homem diz, afinal ele que assina os cheques que pagam nossas contas. —reviro os olhos e entrego a pasta a ela.— O que é isso? é o contrato de trabalho.— solto um riso baixo.
— Antes fosse.— confusa, ela abre a pasta e começa a ler.
Vejo minha amiga ficar pálida, ela arregala os olhos e me olha e total espanto.
— Isabella...isso...isso...
— Sim, o seu chefe me pediu em casamento e quer que eu seja não só sua esposa mas mãe do herdeiro primogênito Kamppman. — ela volta a olhar novamente pra pasta e começa a folear a mesma, caminha até minha cama e se senta.
— Amiga, isso é loucura demais....— ela para em uma pagina e lê.— Aqui diz que ele vai custear todo o tratamento do Oliver, e que assim que você assinar, Oliver já começara tudo.
— Esse homem...ele é um porco... ele estava me tratando bem, sendo gentil pra me propor isso, e só porque eu mandei ele ir pro inferno, mostrou a verdadeira face sendo um CEO filho da p**a!
— Amiga! esse homem é poderoso demais, é perigoso falar com ele assim.— rio de suas palavras.
— Quero que ele se f**a. Não tenho medo de Saymon Kamppman!
— Você já leu isso?
— Algumas coisas.
— Tem uma clausula, que diz que só pode haver consumação, se for da sua vontade.— me aproximo e pego pra ler.
— Mas...como ele pretende ter um herdeiro? e se eu nunca quiser isso?
— Tem uma outra ai, que diz que não é permitido que ambos tenham amante.— arregalo meus olhos olhando pra essa clausula.
— Esse é louco, quer dizer, se eu nunca...tipo...como...
— Acho que o absurdo disso tudo é o casamento ser sem amor e sim por contrato, mas pelas clausulas, não vi anormalidades, mas ainda sim, isso é loucura demais, porque ele te escolheu?
— Ele me investigou e tivemos poucas conversas, disse que pelo que descobriu de mim e investigou, achou que eu seria perfeita por ser uma pessoa verdadeira e honesta.— me sento do lado dela na cama.
— Isso é doido demais, porém você está cogitando aceitar isso?— olho para a pasta na minha mão e solto uma respiração pesada.
— Eu não quero me vender.
— Bella, ele não exigiu que fosse escrava dele, tão pouco, que fosse forçada a ter relações com ele, acredito que ele só quer alguém pra calar a boca de familiares, eu soube que essa família é tradicional demais e que estavam até mesmo cogitando a ideia de arruma uma esposa pra ele de uma outra família.—olho chocada pra ela.
— Mas isso é horrível! Casar com alguém dessa forma.
—Na vida de pessoas como os Kamppman, isso é comum, são raras as vezes que isso da certo.— ela parece lembrar de algo e pega a pasta de mim.— Eu li uma outra clausula, que diz que caso esteja sendo algo muito r**m para você, pode pedir o divorcio e ainda será indenizada por...— ela arregala os olhos.— Uou! nunca vi tantos zeros juntos.
Olho abismada para o contrato
— Isso é demais...quer dizer....isso tudo é demais!
— Amiga, sabe que o que decidir, eu vou te apoiar, e vou está do seu lado, ainda mais porque é algo que pode salvar o Oliver.— ela da uma pausa e solta uma respiração pesada.—Quando cheguei, recebi uma ligação da minha mãe, ela disse que o tratamento ficou mais caro do que pesávamos e para inicio estavam exigindo um valor alto demais que nem todos nós juntando nossos salários vai ajudar.
Sinto as lágrimas descerem, e me seguro para não chora ainda mais.
—Ela me mandou essa mensagem quando eu estava no ônibus vindo pra casa. — olho para a pasta em minha mão, fecho os olhos e respiro fundo, depois os abro e engulo seco.
— O que foi? Está bem?— pergunta ela preocupada.
— Acho que posso me arrepender demais disso, mas eu vou aceitar ser a esposa de Saymon Kamppman.