Medo....cap..3

789 Words
VALENTINA RODRIGUEZ A semana passou voando. E hoje... é o meu retorno ao palco. Não sei por quê, mas estou com um pressentimento estranho. A faculdade foi tranquila, e as palestras com o delegado gato foram o ponto alto — ele sabe mesmo como dar uma aula. Anoiteceu. Como de costume, deixei meu pequeno com a Cris e fui para a boate. Lá, comecei a me preparar. Sou a atração principal da noite. Vesti um short curto preto e uma blusinha da mesma cor. Hoje, decidi usar uma máscara. Não sei explicar o motivo. Talvez um desejo de me esconder. Ou de provocar. Minutos depois, ouço minha apresentação no microfone — meu sinal para entrar. Aqui dentro, sou conhecida como Esmeralda. Nunca uso meu nome verdadeiro no palco. A música da Rihanna começa. As luzes da boate se apagam, exceto no palco. Entro em cena... e quase tropeço. Na primeira mesa, bem em frente ao palco, está ele. Brian Sanches. O delegado gostoso, arrogante, inacessível. Está com uma camiseta preta justa, calça jeans e um copo de whisky na mão. Rodeado de amigos e — claro — mulheres. Mas seus olhos... estão cravados em mim. Merda. Nunca o vi aqui antes. Agradeço mentalmente por ter colocado a máscara. Tento me recompor. Respiro fundo. Começo a dançar. E danço como nunca dancei antes — só para ele. Não tiro meus olhos dos dele, e ele retribui. Fica vidrado. Me queima com o olhar. Sinto um calor estranho subindo pelo corpo. Cada movimento meu parece provocar algo nele. E em mim. Termino a apresentação, viro de costas e saio apressada para o camarim. — BRIAN SANCHES Segunda-feira. O ideal seria estar em casa descansando, mas o Lucas é um pé no saco. Me convenceu a vir na reinauguração de uma boate nova na cidade. — A atração principal é de tirar o fôlego, mano. Confia — ele disse. Tô esgotado, mas admito: faz tempo que não transo. Meu corpo tá pedindo. Preciso relaxar. Chegamos e fomos direto para as mesas da frente. O lugar é luxuoso, cheio de luzes, música, e garçonetes quase nuas. Do jeito que a galera rica gosta. Mal sentamos, já vieram umas mulheres se juntar a nós. Pedimos whisky. A espera pela tal Esmeralda me deixou curioso. Então, as luzes diminuem. A música começa. Rihanna. E ela aparece. Máscara. Shortinho preto. Top colado. Corpo escultural. Sensualidade crua. Porra. Não sei explicar, mas algo nela me parece... familiar. Ela entra nervosa. Dá uma leve travada. Depois, respira fundo e começa o show. E que show. Meus olhos grudaram nela. Não consegui desviar por um segundo. Cada movimento parecia uma provocação. Era como se dançasse só pra mim. E eu tava gostando. Muito. Meu p*u latejava dentro da calça. A cueca já estava úmida de tanto t***o. Que merda era aquela? Ela me hipnotizou. Quando saiu do palco, levantei. Fui atrás. Discretamente. Precisava conhecê-la. Saber quem era aquela mulher. Cheguei ao camarim. Bati. Nada. Empurrei a porta devagar. Ela estava de costas, de roupão cinza e ainda com a máscara. Quando me viu, se assustou. — Relaxa... só quero conversar — disse, mas fui direto ao ponto. — Quanto você quer pra t*****r comigo? Ela me encarou, incrédula. — Eu tô falando sério. Pago bem. Quanto é o seu preço? Foi aí que levei um tapa na cara. Um tapa. De uma dançarina mascarada. Fiquei em choque. Meu rosto ardia, mas o orgulho ferido doía mais. — Me respeita! — ela disparou. — Só porque danço, não significa que estou à venda. Eu nunca iria pra cama com você. Nem que fosse o último homem na Terra! Ela estava com raiva. Fúria nos olhos. E isso... me despertou mais ainda. Aproximei-me. Coloquei-a contra a parede. Minha barba roçou o pescoço dela. Mordi o lóbulo da sua orelha, sentindo seu corpo tremer. — Nenhuma mulher nunca me bateu antes — sussurrei. — E logo você, uma dançarina, acha que pode me enfrentar? Encostei meu corpo no dela. Fiz questão que sentisse como eu estava duro. Ela ficou ofegante, mas não disse nada. Subi a mão lentamente por sua coxa. Sua pele era macia, seu cheiro doce. Quase cheguei em sua i********e quando, de repente, ela começou a chorar. — Por favor... para — sussurrou, desesperada. Parei imediatamente. Aquilo me atingiu em cheio. Ela tremia. Olhava pra mim com medo. Afastei-me, surpreso com minha própria reação. Eu jamais faria algo com uma mulher sem consentimento. Nunca. — Eu... não queria te assustar. Ela não respondeu. Apenas se afastou, protegendo o corpo com o roupão, olhos marejados, assustada. E naquele momento, percebi: Ela não era só mais uma dançarina. Ela escondia um passado. E eu... acabava de pisar nele.
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