Era sexta, eu e a Sil nos encontramos após eu terminar meus trabalhos no laboratório. Ela queria ajuda para comprar uma roupa nova para a festa que aconteceria na casa dela, em sua própria homenagem, afinal, era aniversário dela.
- Você tá super empolgada, Sil! - Afirmei. Ela sorriu enquanto olhava o próprio bumbum no espelho da loja, e sorria ao observar o resultado. A ruiva robusta estava realmente linda.
- Amiga, esse vestido é perfeito. Minha b***a tá linda, olha aqui! - ela disse e nós demos risada. Concordei e dei um pequeno tapinha no bumbum dela, que riu e fez uma pose boba. Eu empinei o bumbum igual ela, e rimos da bobagem uma da outra.
Silvia é minha amiga desde o ensino médio. Seguimos caminhos completamente diferentes, mas continuamos a nos falar. Ela construiu uma loja virtual de maquiagens, que gerava um dinheiro bem legal pra ela. E eu segui estudando, com uma bolsa de estudos vinculada ao trabalho acadêmico que eu faço no laboratório de algas com a senhora Prescott, a professora de botânica aquática.
Depois de passar o cartão na loja, Sil e eu demos os braços e começamos a passear no shopping. Passamos em frente a uma loja e eu vi um vestido preto, com a saia levemente rodada e mangas pretas transparentes, com desenhos de lua. O b***o era em formato quadrado, e ele estava bem ajustado ao corpo do manequim. Ao me aproximar mais, vi que estava na promoção e meus olhos brilharam.
- Combina com você, amiga! - Sil disse me puxando pra dentro da loja.
Entrei um pouco sem esperança, porque meus s***s são um pouco grandes e nada serve. Mas no final das contas... Eu experimentei, o vestido cobria até metade das coxas, e o tecido era bastante macio e ficou perfeito. Sorri ao me ver no espelho.
- Ficou perfeito, vou usar no seu aniversário. - Eu falei. Ela sorriu e apontou para os meus pés.
- Vai com qual sapato? Porque eu achei que ficou incrível com seu coturno, mas ele tá meio velho, amiga... - Ela riu fazendo uma carinha de nojo de brincadeira. Nós duas rimos.
- Vou providenciar um coturno novo.
Depois de passarmos por algumas lojas, fomos pra casa de Sil terminar algumas coisas para a festa. A mãe e o pai de Sil passariam a noite fora, para deixar todo mundo mais a vontade.
Arrumamos as bebidas, os petiscos, e depois fomos pro quarto nos arrumar. Sil arrumou os cabelos encaracolados e fez uma maquiagem incrível nela mesma, realçando ainda mais a beleza da ruiva, e eu me contentei com um lindo delineado e cílios postiços. Nunca gostei de passar base e essas coisas, então a coisa mais intensa que fazia, era colocar os cílios. Enquanto eu mexia no celular, ouvi Sil falando.
- Você convidou o Blake, Andy? - Ela questionou. Eu balancei a cabeça negativamente, e ela tomou o celular da minha mão. Digitou alguma coisa e eu apenas observei. "Ah, olha só, ele praticamente estava com a sua conversa aberta. Ele disse que vem." Nós duas rimos e ela jogou o celular de volta.
- Eu achei que era uma festa íntima! - Falei, rindo.
- Amiga... Uma festa íntima não é uma festa chata. E outra, o Blake é um gato. Vai ficar bem nas minhas fotos da festa no i********:. - Nós duas rimos. Eu virei os olhos e deitei na cama de Sil. Ela terminava de ajeitar a maquiagem quando a campainha tocou. - Deve ser o Tyler. Atende pra mim. - Ela falou. Eu imediatamente levantei, fui em direção a porta e atendi.
- Oi, Andy! - Tyler disse, me abraçando com muita força. O garoto n***o e alto, extremamente estiloso, segurava um pequeno pacote em mãos. Dei passagem para ele entrar e ele sorriu.
- A Sil tá terminando de se arrumar. Ela tá caprichando então é melhor você reparar, Ty. - Eu falei. Ele se jogou no sofá e sorriu, antes de me responder.
- Fica tranquila que com certeza vou reparar. - Ele estendeu o braço e pegou o controle da TV na mesinha de centro. Ligou e colocou no canal de esportes, que estava passando uma competição de CS.
Sil desceu as escadas da casa e ele prontamente desviou o olhar pra ela. Ela se jogou ao lado dele no sofá e os dois deram um beijo romântico, e eu saí da sala para deixá-los a vontade. Não demorou muito para os outros convidados chegarem. Sil caminhou até a porta e atendeu alguns, eu atendi outros.
A casa começou a ficar cheia, ligamos uma música, e a festa seguiu como qualquer outra.
Depois de um tempo, a porta se abriu e revelou o loiro alto e forte por trás dela. Era Blake Cross, vestido em um jeans comum, e uma camiseta preta com uma figura da banda que gostamos. O cabelo loiro estava preso em um coque. Os músculos do braço de Blake forçavam a barra das mangas da camiseta, e aquilo deixava o visual dele ainda mais bonito. Algumas garotas da festa olharam pra ele, e fizeram comentários. Ele, por sua vez, me procurou com os olhos. Quando me encontrou, seu rosto sério se desmanchou em um sorriso sincero.
- Oi, Andy. Você tá linda. - Ele disse. Eu dei uma voltinha e sorri, balançando suavemente meu vestido. A forma como fiz foi levemente infantil, o que fez Blake sorrir.
- Você também está um gato. - Falei. Peguei um copo e servi uma bebida forte, entregando pra ele que prontamente bebeu. Servi a mesma bebida pra mim e levei o líquido até a boca. - Vamos arrumar um lugar pra sentar, a Sil tá um pouco ocupada agora... Logo te apresento pra ela. - Falei. Ele assentiu.
- Pelo que eu entendi, foi ela que me convidou pelo seu celular. - Ele falou e riu.
- Isso mesmo. Ela é maluquinha. - Eu falei e sorri.
Uma garota amiga da Sil chegou próximo a gente e se apresentou ao Blake. Ela estava claramente dando em cima dele. Ele passou um dos braços ao redor da minha cintura e a garota começou a ficar sem graça, quase que se fechando por inteiro. Poucos segundos depois, ela saiu de perto da gente e eu apenas ri.
- Belo jeito de despistar uma garota sem falar nada, Blake. - Eu falei.
Ele sorriu e me puxou pra mais perto com o braço que estava ao redor da minha cintura.
- Eu não devia ter vindo hoje, Andy. - Blake suspirou enquanto olhava para meu rosto.
Meu instinto foi apoiar as duas mãos em seu peitoral forte. Que homem gostoso. Eu não soube o que responder e fiquei em silêncio. Blake passou o outro braço ao meu redor, me fazendo colar o corpo no dele. Ele deu alguns passos para frente, me fazendo andar para trás e encostar no balcão da cozinha.
- Blake... - Eu apenas ofeguei. Não sabia exatamente o que dizer.
As mãos dele se encaixaram na minha cintura e ele me colocou sentada no balcão da cozinha. Ele se encaixou no meio das minhas pernas e olhava fixamente para meus lábios. Os copos se perderam em algum lugar que não vi. O nariz de Blake estava próximo do meu, de modo com que eu conseguia sentir sua respiração. Uma das mãos fortes desceu da minha cintura até a minha coxa e me puxou para me encaixar ainda mais próximo dele. Ao invés de atacar meus lábios, Blake dirigiu os lábios até meu pescoço, deixando beijos levemente molhados ali. Meus olhos se fecharam. Eu apenas curti o momento. Apoiei uma das mãos no ombro forte de Blake, enquanto a outra mão deixei apoiada na sua nuca. Quando o beijo se transformou em um chupão, a mão que estava em minha cintura foi parar na minha nuca e forçaram levemente meu pescoço contra os lábios dele, o que fez com que um gemido escapasse por meus lábios. Eu senti minha i********e pulsar.
A língua dele fez um curto caminho até outro ponto em meu pescoço, onde ele deixou outro chupão, dessa vez prendendo os meus cabelos com a mão que estava em minha nuca, deixando eles presos por seus dedos e os segurando com a força perfeita para me manter ali, mas ainda assim, sem me machucar.
O que veio a seguir foi o rosto de Blake bem perto do meu. Quase não acreditei quando seus lábios finalmente tocaram os meus em um selinho e...
Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Blake se afastou e me deu a mão para que eu descesse do balcão. Eu apenas obedeci completamente confusa. Ele soltou minha mão e colocou uma das mãos na própria nuca.
- Desculpa, Andy... Eu não posso. - Ele disse. Por cima da calça ainda era possível ver que ele queria bem mais que aquele beijo no pescoço. - Isso não vai dar certo... Eu vou quebrar o acordo. De novo.
Ajeitei meus cabelos e assenti com a cabeça.
- Blake, talvez tenham sido só... Coincidências. Quer dizer, foram só duas garotas, não foram? - Eu questionei. Ele negou com a cabeça.
- Eu não quero correr o risco de te m***r. - As palavras praticamente pularam dos lábios dele e ele começou a se afastar de mim. Vi que ele andou em direção a porta e logo, não o vi mais.
Decidi que era hora de beber até esquecer aquele encontro na festa com Blake.
Alguns copos depois, eu já estava bastante alterada. Dancei em cima da mesa junto com Sil, levantei a saia e mostrei a b***a coberta apenas por um mini short. Nós rimos demais, afinal, estávamos entre mais ou menos 20 amigos, todos bêbados se divertindo no aniversário da minha amiga.
Não vi quando a noite terminou, mas eu dormi agarrada a Sil na cama dela. O Tyler passou literalmente a noite toda jogando com alguns caras, então não se importou.
A Sil sempre me deu um conforto até maternal ao dormir. Nós duas estávamos ainda maquiadas e com a roupa da festa, que havia sido super divertida. A casa nem estava tão bagunçada assim, apenas alguns copos descartáveis sobre a mesa e o balcão, e alguns pratos de comida vazios. Quando acordamos, a ressaca atingiu em cheio nossa cabeça.
Eu acordei com um cílio postiço colado na sobrancelha. Rimos muito desse fato, porque o cílio nem era meu, era dela. Sil tirou uma foto e postou no i********:. Nós limpamos a casa e deixamos tudo arrumado para a chegada dos pais dela, e antes de eu ir embora, ela me mostrou uma mensagem que recebeu do Blake. Ele havia comentado na minha foto com o cílio na sobrancelha.
- Consegue ser gata mesmo de ressaca haha - Sil leu, em voz alta e eu sorri. - Amiga, esse cara tá doido por você. Vocês já transaram? - Ser discreta nunca foi o ponto forte de Sil, e por isso ela se tornou minha amiga.
- Não. Ele fez um pacto com o d***o e não pode t*****r. - Falei em tom sério. Sil caiu na gargalhada, mas quando eu apenas sorri de forma decepcionada, ela percebeu que talvez eu estivesse falando sério.
- Eu achei que você não acreditava nessas coisas amiga... - Ela disse, se segurando pra não rir.
- Não acredito. Mas ele sim. - Falei e girei os olhos. Respirei fundo e contei do que aconteceu com ele na festa, e ela ficou eufórica.
- Amiga você devia ter vindo pro quarto com ele! Ele tá procurando uma desculpa pra quebrar o tal pacto, o aviso, sei lá. – Acabei rindo do jeito que ela falou. Não estendi a conversa, porque não queria ficar lembrando de tudo aquilo.
Algum tempo depois, peguei meu celular e tinha algumas mensagens, incluindo uma de Blake.
- Andy, ontem na festa eu quase perdi o controle. Me desculpa... É perigoso demais. - Eu li a mensagem e respirei fundo. De ressaca, eu não tenho muita paciência, sabe? Mas decidi me acalmar e responder.
- Blake, você é muito gostoso, mas esse teu medo é insano. Mas apesar de eu não acreditar nesse negócio de pacto, eu te respeito. - Respondi. Ele mandou um emoji rindo, antes de voltar a digitar.
- É que teve uma terceira. - Ele enviou rapidamente e depois continuou digitando. - Foi na cidade dos meus avós. Encontrei alguns amigos de infância ano passado. Eu e ela ficamos alguns dias... Ela era uma garota muito bacana. - Por algum motivo, não gostei de ver ele elogiando outra garota. Mas não falei nada e ele continuou digitando. - Ela era nadadora. E morreu afogada no rio. Encontraram ela afogada dois meses depois que terminamos, no mesmo rio em que ela treinava. Você entende agora?
Devido as informações que recebi, eu fiquei confusa. Será que essas coisas realmente existem? Afinal, três garotas mortas por trás de Blake, parece um pouco demais. E uma nadadora, afogada? Realmente chocante. Será que ele era um assassino em série? Ok, talvez eu esteja ficando um pouco paranoica com tudo isso.
- Andy? - A última mensagem. Como deixei a conversa aberta e não respondi, talvez ele tenha notado que eu estava pensando demais.
- Caramba, Blake. - Respondi. - E o que eu faço agora?
- Não me deixa t*****r com você. - Ele respondeu rapidamente. Mandei um emoji de dedo do meio pra ele e ele mandou uma risada.
- Você quase me comeu na cozinha sem nem me beijar. Fica difícil assim... - Eu respondi.
Guardei o celular e me despedi de Sil, por algum motivo eu queria continuar essas mensagens em casa. Quando cheguei em casa cumprimentei minha mãe e o namorado dela, e fui direto pro meu quarto. Afinal, os dois provavelmente queriam um tempo pra ficar a sós. Fechei a porta do quarto e sentei em minha escrivaninha, pra começar a fazer algumas tarefas da faculdade.
Quando terminei, peguei o celular e tinha um recado do Blake.
- Quando você estiver sozinha, me liga e eu te recompenso de um jeito que... Bom, eu sei que dá pra burlar o sistema. - Eu dei risada.
Tomei um banho e só depois de estar devidamente pronta para dormir respondi. É claro que, pra fazer uma graça, decidi provocar.
- Agora eu estou sozinha e vestindo apenas calcinha e sutiã. Como você vai me ajudar? - Enviei a mensagem e ri de mim mesma.
Alguns minutos depois, o meu telefone tocou e era ele. Nos cumprimentamos normalmente, mas depois ele retomou a conversa que estávamos tendo por mensagem. Pô, Blake, assim fica difícil.
- Fiquei sabendo que você está só de calcinha e sutiã. - Eu suspirei.
- Não começa, Blake... Não taca fogo em mim se você não pode apagar. - Falei. Ele riu do outro lado da linha.
- Por que você não manda uma foto pra mim, hm? - A voz dele carregava um desejo que era possível de sentir. Era como se o calor que emanava dele estivesse passando pela ligação. Mexi no meu próprio cabelo, ajeitei o decote e deixei uma das alças do sutiã cair propositalmente pro braço. Ela ficou cobrindo uma parte da tatuagem que tenho no braço. Fiquei satisfeita com a foto e enviei.
- Gostou?
- Nossa, você tá uma delícia... - Ele disse. Ele não me pediu foto nua nem nada do tipo. Aquela foto foi o suficiente para despertar a imaginação dele, pelo visto. - Eu queria ter terminado as coisas aquele dia, na festa.
- Eu também queria. - Respondi sem exitar. Uma ideia levemente travessa me veio em mente, então decidi chegar um pouco mais perto da linha que não poderíamos cruzar. - E o que você teria feito comigo aquele dia, hm? Porque eu fiquei imaginando... Na verdade, eu tô pensando nisso agora. - Falei. Ele respirou fundo e a voz que já era grave, ficou ainda mais sexy, como se tivesse entrado no modo predador.
- Eu teria te tocado na cozinha mesmo, sabia? Na verdade eu sinto muito prazer em dar prazer. Mas com você, com certeza eu não iria querer só isso... - Ele respirou fundo, quase como um ofego.
- Então você gosta muito de tocar meninas. Entendi. - Falei em tom de brincadeira, porém, eu já estava incrivelmente excitada.
- Eu só gosto de tocar as meninas que querem e merecem. - Ele também riu. - mas não é só chegar ali... E colocar a mão. Tem todo um processo. É como um jogo de guerra, sabe? Eu vou ganhando espaço devagar antes de pegar o que eu realmente quero. - E assim minha respiração travou. Eu percebi que ele era assim. Delicado, mas devorador. Um verdadeiro príncipe canalha disposto a fazer tudo pra deixar uma mulher satisfeita e, claro, também se satisfazer.
- Pena que você não pôde continuar. Você poderia ter ganhado mais espaço... - Falei, com a voz mais baixa, quase como se fosse um segredo.
Minha mão desceu em direção a minha própria calcinha. Eu queria que fossem as mãos do Blake, mas no momento, isso era impossível. Ainda com ele no telefone, comecei a me tocar. Propositalmente, deixei que minha respiração pesada passasse pelo telefone.
- Sei bem o que você está fazendo, bonequinha... Eu estou fazendo algo aqui também.
Continuei respirando mais pesado no telefone.
- Blake... Queria que... Fosse você. - Falei, entre alguns suspiros.
Com minha própria mão, eu me dei prazer suficiente enquanto falava s*******m com ele. Talvez ele me achasse uma p*****a, mas eu nunca me importei com julgamentos. As lembranças da noite da festa e de como ele me tocava me ajudaram bastante a chegar lá. E ele entendeu bem.
- Boa garota... - Ele falou, quando me ouviu chegar ao êxtase total. - Acho que você foi feita pra mim, sua s****a. - Ele concluiu. Eu apenas ri. Ainda levemente ofegante, respondi.
- Você só vai descobrir isso quando estiver realmente em mim. E você sabe disso... - Falei. Ele ofegou, e pelo que parecia, chegou lá também.
Nós dois brincamos no telefone, mas eu queria mesmo era sentir Blake no meio das minhas pernas. Mas depois da história da nadadora, decidi pensar melhor. Eu não sabia se a história do pacto, maldição ou acordo era real, mas ter um histórico de três ex-ficantes mortas não é nada sexy.
Desligamos o telefone e eu dormi como uma "boa garota", como diria Blake.