Já fazia uma semana desde a briga. O JL saía cedo, voltava tarde, e quando estava em casa, o silêncio era o maior diálogo que a gente conseguia manter. Não era uma guerra declarada, mas era o tipo de guerra que mais cansa: o silêncio armado, os olhares de canto, os passos contidos pra não esbarrar no outro. Eu não pedia mais nada. Ele também não oferecia. Cada um por si. Foi numa manhã chuvosa, enquanto eu tomava café com pão, presunto e queijo. E sentia meu filho chutando como se tivesse raiva do meu estômago vazio, que a decisão veio. Eu não ia mais esperar. Nem pedir. Peguei o celular, respirei fundo e mandei mensagem pra minha mãe: “Oi. Você pode me emprestar um dinheiro? Pra pagar um aluguel e comprar umas coisas. Prometo devolver assim que eu conseguir um trabalho.” Demorei v

