— Vai, senta aqui. — A voz do João veio firme, e antes que eu pudesse protestar, senti as mãos dele me levantando do chão. Literalmente. Me pegou no colo como se eu não estivesse com nove meses de gravidez. Como se eu não fosse um peso a mais na vida dele. Meus braços foram automaticamente pro pescoço dele, mesmo que minha cabeça ainda estivesse tentando entender o que tava acontecendo. — João… eu consigo… — tentei argumentar, mas a frase morreu no ar. Ele me deitou no sofá com um cuidado que eu não tava acostumada. Pegou uma almofada, ajeitou nas minhas costas, depois olhou pra mim como se dissesse “fica quietinha aí, por favor.” E foi o que eu fiz. Pela primeira vez, deixei. Ele ficou ali em pé por um segundo, com as mãos na cintura, olhando em volta da casa. O olhar percorrendo c

