Narrado por Rafael
Eu não devia ter ido atrás dela. Não devia ter encostado nela. Mas não me arrependo.
A verdade é que ela é uma obsessão. Um vício. Cada vez que a vejo, quero mais. E pior: quero protegê-la, mesmo sabendo que ela não precisa disso. Ou finge não precisar.
Depois do beijo, nos afastamos. Mas algo mudou.
Nos dias seguintes, continuei investigando o cartel. Descobri que o cliente de Helena era apenas uma peça. E que alguém dentro da própria polícia vazava informações. Um traidor entre nós.
Enquanto isso, nos víamos em silêncio. Olhares longos. Conversas cortadas. E, nas sombras, beijos roubados. Não havia espaço para promessas. Mas havia fogo. Desejo. E algo que ambos tentávamos negar: sentimento.
Uma noite, fui chamado para uma apreensão. O local? Um prédio onde uma das testemunhas do caso se escondia. Quando cheguei, já era tarde. A porta arrombada. Tiros. Caos.
E lá estava ela.
Helena, ajoelhada ao lado de um corpo.
Olhou pra mim com os olhos arregalados, mãos manchadas de sangue.
— Eu... eu tentei impedir. Mas ele já estava morto.
Algo dentro de mim se partiu.
A partir dali, o jogo mudou. Agora, ela era mais do que advogada. Era uma possível peça do crime.
E eu... o único capaz de protegê-la. Ou destruí-la