Imprevisto..cap 02

812 Words
Henry Fontinelle Entro em casa com uma morena gostosa pendurada no meu pescoço, doida pra ser possuída. Ela geme no meu ouvido, me chamando de “delícia”, e eu só penso em calar aquela boca do jeito certo. Estamos subindo as escadas quando o celular vibra. Quem diabos liga essa hora? Olho a tela. Jéssica. Ah, claro. O fantasma do erro passado. Atendo no impulso, com o mau humor já escorrendo pela minha voz. Ligação on — Jéssica, o que você quer me ligando essa hora? — Eu queria te ver… meu gostoso. — Já falei pra você parar com isso. Faz três anos que a gente terminou. — Eu ainda te amo, Henry… Mesmo depois de todo esse tempo. — Não parecia quando te vi nos braços do seu chefe. Devia ter seguido a vida, como eu fiz. — Foi um momento de fraqueza! Eu me arrependo, você sabe disso. — Ah, claro. Um beijo por carência, né? Conta outra, Jéssica. — Henry, ele não significou nada! Foi só um beijo… — Foi uma traição. E agora, é adeus. De novo. Não me liga mais. Ligação off Suspiro e jogo o celular no sofá. Essa mulher ainda vai me enlouquecer. Desde o dia em que a peguei aos beijos com outro, minha cabeça virou. Nunca fui santo, mas com ela eu tinha jurado fidelidade. Depois disso, me prometi: nunca mais amar. Nunca mais confiar. Todas são iguais — diversão e nada mais. A morena me puxa de volta pra realidade. — E aí, gato... vamos pro seu quarto? — Não. Vou te f***r aqui mesmo. Ela sorri maliciosa e começa a tirar a roupa com uma sensualidade ensaiada. Eu já tô com a mão dentro da calça, acariciando meu m****o duro, só de olhar pra ela. Quando ela ajoelha e começa a me chupar, fecho os olhos e me deixo levar. A boca dela é quente, molhada, desesperada. Quando tô perto de gozar, a seguro pelos ombros. — Ainda não. Quero gozar dentro de você. Coloco a camisinha, a ergo no colo e sento no sofá, fazendo ela cavalgar. O som dos gemidos, da pele batendo, da respiração ofegante preenche a sala até meu corpo explodir de prazer. Acordo com a cabeça latejando. Maldita ressaca. Eu sabia que não devia ter bebido tanto — principalmente sabendo que hoje eu volto a dar aula. Me levanto e vou direto pro banho. Deixo a água quente cair sobre meu corpo por longos minutos, tentando lavar não só o álcool, mas os pensamentos — principalmente os que têm nome e sobrenome: Jéssica. Visto uma camisa social escura, calça de alfaiataria, jaqueta de couro e organizo o material para a aula. Ao sair da cozinha, sou recebido com o cheiro de café e a voz da fiel Elisa. — Bom dia, senhor Fontinelle. — Bom dia, Elisa. — Sua mãe ligou. Parecia preocupada. — Sobre o quê? — Não disse. Só pediu que você retornasse. — Ela falou se era algo com o meu pai? — Não. Mas parecia sério. Assinto em silêncio. Pego o celular e vou direto pra garagem. Ainda tenho tempo antes da aula, então decido retornar a ligação. Ligação on — Mãe? — Henry! Onde você estava? Liguei tantas vezes! — Ocupado, mãe. — Sei bem o tipo de ocupação... — Fala logo. O que houve com o pai? — Ele teve um infarto. Está na UTI. — O quê?! — Eu tentei te avisar... Estamos no hospital em Nova York. — Me manda o endereço. Tô indo agora. Ligação off Não penso duas vezes. Ligo pro Bob, meu piloto particular, e mando ele preparar o jato. Corro até a universidade, entro direto na sala do diretor Geraldo Tompson. — Bom dia, Geraldo. — Henry, você está bem? — Meu pai sofreu um infarto. Está na UTI. Preciso me ausentar por uns dias. — Claro. Vá sem preocupação. O semestre m*l começou. Agradeço e saio. Estou falando com Bob ao celular, instruindo para estarmos no ar em uma hora, quando esbarro em alguém no corredor. Papéis voam. A garota se abaixa, e eu também. — Droga, desculpa. Não te vi. Levanto os olhos. Uma novata. Olhos grandes, meio perdidos, bochechas vermelhas. Linda. Tímida. E claramente deslocada aqui. Entrego os papéis, mas ela ainda parece desnorteada. — Tá tudo bem? — Sim... é que tô procurando a sala da direção. — É ali, segunda porta à esquerda. — Obrigada. Ela sai apressada, como se fugisse de mim. m*l sabe ela... que já está marcada na minha memória. Chego em casa, pego a mala que pedi para Elisa arrumar, deixo o material de aula de lado e sigo para o aeroporto. Bob já me espera no jatinho. — Oi, Bob. — Tudo pronto, senhor Fontinelle. — Vamos decolar. Preciso ver meu pai. Nova York me espera. E talvez... o passado também.
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