Matteo tinha saído aquela noite, tinha algo que estava martelando na sua mente e ele precisava cuidar disso, então tinha dado uma desculpa a Sayuri e tinha saído. Ele tinha olhos dos seus homens sobre Sayuri e tinha descoberto algo que o tinha deixado furioso. O celular de Matteo vibrou sobre a mesa. Ele atendeu, a voz do outro lado soando urgente.
— Chefe, é sobre a Sayuri... Tentaram dopá-la no baile. Foi o Lyo. — Diz a voz ao telefone.
O sangue de Matteo ferveu num instante. Os seus olhos, frios como gelo, brilharam com uma fúria contida. Qualquer i****a que o conhecesse sabia que Sayuri estava sobre a sua proteção e era intocável, mas a mulher que havia tocado a sua princesa não teria a sua misericórdia.
— Peguem ela. Agora. — ordenou, a voz firme e sombria. Ele jamais permitiria que Lyo saísse respirando depois de tentar prejudicar Sayuri, ela pagaria e o preço era alto.
Não precisou repetir. Em minutos, os seus homens agiram. Quando o telefone de Matteo toca novamente havia uma localização, o que significava que os seus homens haviam feito o trabalho de forma correta.
Lyo, inconsciente do que a aguardava, foi capturada sem dificuldades. Amarrada e vendada, foi levada para um galpão abandonado, iluminado apenas por uma lâmpada que pendia do teto.
Matteo chegou silenciosamente. A suas botas ecoavam pelo chão de concreto enquanto se aproximava da garota. Ele não falava, apenas observava, saboreando o medo crescente dela. Os olhos arregalados de Lyo eram um prato cheio para Matteo.
Lyo observava as sombras a suas volta com desespero. Ela estava indo para um encontro com Masato quando uma van tinha parado e a pegado. Não teve nem como resistir. E olhando a suas volta sabia que aquilo não poderia ser algo bom.
— Quem é você pra fazer isso comigo?! — cuspiu Lyo, sem reconhecer o rosto dele na penumbra.
Matteo sorriu de lado, um sorriso frio e calculista. Ele podia ver o desespero brilhar nos olhos de Lyo.
— Quem eu sou? — A sua voz soou como um veneno suave. — Você vai descobrir.
Ele deu mais alguns passos, deixando a luz revelar o seu rosto. Quando Lyo finalmente viu quem estava ali, empalideceu. Ela sentia como se fosse enfartar diante da visão do homem a suas frente. As suas mãos começam a tremer amarradas a cadeira. Lyo jamais pensou que estaria diante daquela pessoa em toda a sua vida.
— O Príncipe Escarlate...
A voz dela tremeu. Era como se tivesse uma bola presa na sua garganta que fazia com que as suas palavras fossem ditas com dificuldade, a sua respiração ficando pesada.
Matteo inclinou a cabeça levemente, como um predador estudando a sua presa. Ver a situação de Lyo fazia com que o seu corpo vibrasse, o medo dela era um combustível para sua ira.
— Agora, Lyo, vamos brincar de um jogo... — disse ele com um tom divertido e c***l, — Você me responde, e talvez eu não decida acabar com você de um jeito muito... doloroso.
Ele rodava uma pequena faca entre os dedos, o brilho da lâmina refletindo nos seus olhos escuros.
O clima era tenso, denso, mas Matteo conduzia a situação como um maestro macabro, misturando ameaça com um humor leve e perverso.
Lyo chorava, implorando, mas Matteo apenas sorriu ainda mais largo, saboreando cada segundo do medo que agora dominava a garota.
— Vamos começar... Você tem três segundos para explicar. Cada segundo de silêncio é um segundo a menos de misericórdia.
E o jogo mortal começava.
Matteo aproximou a faca do rosto dela, riscando de leve a pele sem machucar, apenas o suficiente para sentir o tremor de terror.
— Um segundo... — disse ele, arrastando a voz, saboreando cada palavra.
Lyo soluçava, tentando formular uma resposta, mas o medo a paralisava.
— Dois segundos... — Matteo continuava, agora passando a lâmina friamente pelo pescoço da garota, sem pressa.
— Eu só queria... — ela choramingou.
— Três segundos. — Matteo sorriu, satisfeito.
Com um movimento rápido, ele cortou uma mecha do cabelo dela, deixando-a ainda mais desesperada.
— Isso foi apenas um aviso. — disse, baixinho, inclinando-se para que apenas ela ouvisse. — Agora, comece a falar... ou as coisas vão piorar.
A atmosfera era carregada, sufocante. Matteo, o Príncipe Escarlate, estava no seu elemento: dominando, aterrorizando, jogando com a mente da sua presa.
E ele não tinha pressa alguma para acabar com o jogo.
Lyo soluçava incontrolavelmente, as mãos tremendo contra as amarras que a prendiam.
— Eu só queria que ela me desse uma informação! — gritou, desesperada. — Eu não sabia que ela era importante para você, eu juro!
Matteo inclinou-se ainda mais, os seus olhos semicerrados avaliando cada palavra. O seu sorriso desapareceu, substituído por uma expressão sombria, quase desumana.
— Que informação? Para quem? — perguntou ele, a voz baixa, ameaçadora como uma tempestade prestes a explodir.
— Eu... era um homem, Masato. Ele disse que se eu conseguisse descobrir uma informação de Sayuri, ele me ajudaria a conquistar Hideo! — Lyo chorava, a voz embargada pelo medo.
Matteo endireitou-se lentamente, girando a faca entre os dedos de maneira quase distraída. Um silêncio mortal caiu sobre o galpão. Ele parecia estar ponderando. Não gostava daquela história, ainda mais por envolver Sayuri e Hideo. Precisava investigar mais e descobrir o que de fato estava acontecendo.
De repente, ele se abaixou, trazendo o rosto para tão perto do dela que Lyo m*l conseguia respirar.
— Eu vou te ensinar a nunca tocar em algo que é meu. — sussurrou, a voz como um veneno suave.
Sem aviso, Matteo cravou a ponta da faca na madeira da cadeira onde Lyo estava presa, a milímetros do seu braço. Ela gritou em pânico.
Ele se afastou lentamente, como se saboreasse a sensação de poder absoluto.
— Você vai me dar uma lista. Todos que estavam envolvidos. — ordenou, a voz mortalmente calma. — Cada nome, cada rosto.
Lyo assentiu freneticamente, soluçando.
— E, Lyo...
Ela ergueu o rosto molhado de lágrimas para ele.
— Se você mentir... eu prometo que você vai desejar que esta noite tivesse sido seu último suspiro.
O sorriso sádico retornou aos lábios de Matteo. A garota sabia: não havia mais esperança.
Matteo virou-se, caminhando de volta para as sombras do galpão, deixando apenas o som da suas botas ecoando como um prenúncio de terrores futuros.
Ele tinha um novo objetivo agora: descobrir quem ousara ameaçar o que era dele. E ninguém escaparia do julgamento do Príncipe Escarlate. De longe ele podia ouvir os gritos de Lyo enquanto os seus homens cuidavam dela como ele desejava.