Os olhos de Max se encontram com os de Vito sem vacilar. Ele era um homem que sabia o que queria e naquele momento nado o separaria da sua vontade de ter Isabel. Max lamentava que Vito não tivesse percebido antes o seu interesse, assim poderia conversar com ele de forma mais tranquila, mas agora não havia mais volta e ele não esperaria mais pelo que desejava.
Max e Vito se afastaram do salão principal e entraram em um escritório privativo. O clima ficou tenso assim que a porta se fechou.
— Vá direto ao ponto, Max — disse Vito, cruzando os braços. — O que você quer comigo?
Max respirou fundo e respondeu sem hesitar:
— Quero a mão de Isabel em casamento.
O silêncio tomou conta do ambiente por alguns segundos, e então Vito soltou uma risada amarga. Não havia o menor sinal de humor em seu rosto, ele estava claramente zombando do que Max havia dito.
— Você é ousado, garoto. Ousado e t**o. Acha que pode simplesmente vir até mim e pedir a minha filha como se ela fosse um prêmio? — Os olhos de Vito eram sombrios sobre Max, ele não acreditava que ele havia tido a aldacia de lhe pedir Isabel em casamento, ele não era bom para sua filha, ninguém era.
— Eu a amo, Vito — disse Max, encarando-o firmemente.
— Amor? — Vito socou a mesa, a sua raiva transparecendo. — Amor não protege ninguém neste mundo! Isabel merece um homem que a mantenha segura, não alguém que está no meio de uma guerra!
— Eu sou esse homem — retrucou Max, sua voz firme. — Tenho poder, influência e aliados. Posso garantir a segurança dela melhor do que qualquer outro. E mais do que isso, Isabel é uma mulher forte, ela não precisa ser protegida como se fosse frágil.
Vito o encarou, respirando pesadamente. Ele sabia que Max estava certo em alguns pontos, mas sua ira e orgulho o impediam de ceder facilmente.
— Você acha que pode conquistar tudo na força? — Vito estreitou os olhos. — Acha que eu simplesmente aceitarei isso sem resistência?
— Não espero que aceite facilmente — Max se aproximou um passo. — Mas não vou desistir. Isabel e eu pertencemos um ao outro, e não há nada que possa mudar isso.
Vito se calou por um momento, depois deu um longo suspiro. Os seus olhos carregavam um misto de frustração e respeito.
— Minha filha não é para você garoto, e não pense que porque conseguiu esse cargo isso vai lhe dar direito sobre ela, porque não dá! — As palavras de Vito foram direto para o coração de Max os seus olhos ficando sombrios ao olhar para o homem a sua frente.
— Ela é minha, Vito! E a menos que queria ver o inferno na terra eu sugiro que a entregue a mim. — As palavras foram ditas de forma ríspida, os olhos de Max eram como duas chamas de fogo que ameaçavam consumir o homem a sua frente.
— Você se atreve s falar comigo desta forma! Acha que eu sou algum t**o para entregar o que tenho de mais precioso a qualquer um! — Esbraveja Vito, o seu rosto ficando vermelho pela raiva e ousadia do homem a sua frente.
— Você não precisa complicar as coisas Vito. — Diz Max com a voz mais tranquilo, não adiantava discutir com Vito. — Me apaixonei por Isabel desde que a vi, e nunca falei com ela em respeito a você, mas agora estou diante de você sendo sincero, a amo e desejo ela como a minha esposa.
— Acha que eu sou sego Max! Acha que nunca vi as brincadeiras, as piadas. — Os olhos de Vito eram sombrios sobre Max. — EU via tudo, mas a diferença era que eu esperava que você fosse homem para conversar comigo naquela época, mas você preferiu se esconder atrás dos seus amigos como um covarde!
A fúria de Max sobe a um nível que ele não esperava, tudo o que tinha feito era para garantir a segurança de Isabel, e principalmente por que ele não tinha nada a oferecer a ela, mas naquele momento Vito o chamava de covarde na sua cara desmerecendo tudo o que ele sentia e que tinha pensado.
— Você não sabe de nada, como se atreve a me chamar de covarde quando você mesmo abandonou a mulher que amava por causa da sua "honra", o que terminou nas suas filhas sendo massacradas por um lunático, se não fosse por Ricardo elas estariam mortas agora.
Vito não acreditava no que estava ouvindo, os seus olhos se arregalam e o seu rosto fica pálido, Max estava esfregando a verdade na sua cara, espremendo limão nas suas feridas abertas. Ele dá um passo para trás em choque sem acreditar naquilo, a sua mente dominando sobre o que ele tinha passado e o fato de quase ter perdido as suas filhas.
— Como se atreve! — Ruge ele em fúria puxando o seu canivete da cintura. Ele só queria que aquela dor no seu peito parasse, e na sua mente isso só aconteceria quando Max parasse de respirar.
— Me desculpe Vito, eu não tinha o direito de dizer isso. — Max havia falado aquelas coisas movido pela raiva, mas quando viu os olhos de Vito repletos de dor ele havia se arrependido, não era para aquilo que ele tinha chamado Vito, aquela não era sua forma de agir.
— Desculpas! Acha que eu quero a suas desculpas intuis! Eu quero o seu sangue sobre os meus sapatos. — Diz ele dando um passo em direção a Max.
— Não vou lutar com você Vito, amo Isabel e não vou machucar o pai dela. — Diz ele com olhos tranquilos.
— Que se f**a você Max! Eu quero você morto pelo que disse! — Vito não pensava ele apenas via Max naquele momento como um intruso, um invasor que ameaçava levar a sua filha querida e nada mais.
— Já disse não vou fazer isso. — Diz Max de forma tranquila se apoiando na parede.
Vito não pensa ele apenas caminha em direção a Max com o canivete em mãos, a raiva consumindo cada pequeno pensamento na sua cabeça, sem hesitar ele crava o seu canivete na barriga de Max.