Max observava Isabel dormindo em seus braços, com um sorriso estampado no rosto. A viagem de volta tinha sido um pouco mais demorada que a ida, e ela estava cansada, pois adormecera rapidamente dentro do carro.
Tudo tinha dado mais certo do que ele esperava. O seu plano havia sido um sucesso e agora Isabel era sua. Aquela linda mulher, dormindo em seus braços, lhe pertencia, e ele sentia um sentimento novo, diferente de tudo o que já experimentara, tomar conta de seu corpo: posse. Ela era sua.
— Nossa, Don! Esse sorriso no seu rosto está me dando calafrios — disse Kenai, olhando para ele pelo retrovisor.
— Não estou mandando me olhar, Kenai. Tira o olho — respondeu ele de forma ríspida.
— Credo, Don! Se lembre de que sou um homem comprometido — disse Kenai, mais manso.
— Ela realmente é muito bonita, Don, e parece ter bastante personalidade. Será uma boa dama da máfia — comentou Leonardo.
Max sorriu. Isabel era diferente da sua irmã. Estela era mais doce e temida, já Isabel era como um furacão, nunca hesitava em dar a sua opinião ou fazer o que desejava. Ela realmente seria uma dama da máfia maravilhosa, e os seus homens teriam trabalho com ela se a questionassem.
— Sim, ela será maravilhosa no seu novo posto — disse ele, alisando o rosto dela.
— Não está nem um pouco preocupado com o pai dela? Don Vito é assustador — disse Kenai, passando a mão pelo braço.
— Vai por mim, sei bem como aquele velho é terrível. Trabalhamos juntos em algumas missões, mas não estou preocupado. — Max havia entendido que o fato dos seus amigos estarem lhe apoiando, junto com Don Vito, quando ele levou Isabel, provava que Vito estava de acordo com aquilo, o que o surpreendera bastante.
— Chegamos, Don — avisou Leonardo, quando o carro parou em frente à mansão de Max.
Com cuidado, Max desceu com Isabel nos braços. Ele podia ver o sorriso estampado no rosto dos seus homens enquanto entrava com ela. O orgulho deles por seu Don pegar o que desejava estava evidente em cada olhar. Para eles, aquilo era uma demonstração de poder que Max dava a todos.
Max subiu as escadas e, com cuidado, colocou Isabel em sua cama. Já era tarde, o dia tinha ido embora e parte da noite também. Ele caminhou até o banheiro e tomou um banho rápido. Iria preparar algo para que Isabel comesse, não a deixaria dormir com fome.
— Bem-vindo de volta, Don — disse a mulher na cozinha, desviando os olhos de Max.
— O que faz aqui ainda, Noely? — perguntou ele, enquanto abria a geladeira.
— Aguardava o senhor para servir o jantar — respondeu ela de forma contida.
Max suspirou ao ver a forma como a mulher se comportava. Ele foi até ela e segurou os seus braços.
— Olhe para mim, Noely.
Ao som das palavras dele, a senhora ergueu lentamente os olhos, encontrando os dele.
— Sabe que não precisa olhar para baixo quando fala comigo. E, pelas semanas que estou aqui, já devia saber que não precisa me esperar para fazer comida. Se der o horário e eu não chegar, eu mesmo me viro. Já está tarde, devia estar em casa.
— Mas o antigo Don... — começou ela.
— O antigo Don era um i****a. Não vou morrer por esquentar as sobras do almoço. Vamos fazer assim: se passar das dezenove horas e eu não chegar, você pode ir, está bem?
— Se é isso que o Don deseja — respondeu ela, mais tranquila.
— Sim, é isso que desejo. E peça a um dos soldados para te acompanhar em casa, não quero que corra riscos — disse ele, surpreendendo-a.
— Obrigada, Don — disse ela, com um sorriso tímido no rosto.
— Não por isso, querida. E não precisa chegar tão cedo amanhã. Vou pôr o Kenai para fazer o café — disse ele, rindo.
— Meu Deus, Don! Ele vai pôr fogo na cozinha! — respondeu ela, rindo.
— É uma possibilidade, mas vou ficar de olho — disse ele, antes que ela saísse.
Max olhava para os vários pratos sobre a mesa da cozinha. Noely era uma boa cozinheira e alguém reservada, algo que Max apreciava bastante. Ele estava distraído enquanto montava um prato de comida e o levava ao micro-ondas. Não percebeu a massa de cabelos loiros se aproximando dele por trás. Quando os braços de Isabel envolveram a sua cintura, Max deu um pulo de susto, virando-se rapidamente e imobilizando-a contra a mesa.
— Isso dói, Max! — reclamou ela, apoiada na mesa, com o braço torcido nas costas.
— Meu Deus! Me perdoe, Isabel — disse ele, soltando-a rapidamente enquanto examinava o seu braço. — Não estou acostumado com isso.
Quando Isabel percebeu o quanto ele estava sem graça, começou a rir da expressão dele.
— Você fica fofo quando está sem graça — disse ela, apertando as bochechas dele.
Max não sabia como agir perto dela. Isabel o desarmava de todas as formas possíveis. Ele a observou com atenção. Os seus cabelos estavam soltos e molhados sobre as costas, e ela usava apenas uma camisa dele, que ia até as suas coxas. Isabel era uma mulher esguia, mas com um físico maravilhoso aos olhos dele.
— Espero que não se importe de ter pegado as suas roupas — disse ela, apontando para a camisa dele.
— Você fica bem com ela — respondeu ele, sentindo a suas bochechas corarem.
— Sabia que amo o cheiro das suas roupas? — disse ela, dando um passo à frente e envolvendo os seus braços no pescoço dele, os seus olhos azuis fixos nos dele. — Mas sentir diretamente da fonte é bem melhor.
Isabel tinha um sorriso travesso no rosto enquanto se aproximava de Max. Ela enterrou o nariz na curva do pescoço dele, inalando profundamente. Max travou, agarrando sua cintura com força.
— Uma delícia — respondeu ela, antes de soltá-lo como se nada tivesse acontecido. Max tentava controlar a bagunça que o seu coração havia virado com o que ela acabara de fazer.