Capítulo 54

1029 Words
Max observava Isabel dormindo em seus braços, com um sorriso estampado no rosto. A viagem de volta tinha sido um pouco mais demorada que a ida, e ela estava cansada, pois adormecera rapidamente dentro do carro. Tudo tinha dado mais certo do que ele esperava. O seu plano havia sido um sucesso e agora Isabel era sua. Aquela linda mulher, dormindo em seus braços, lhe pertencia, e ele sentia um sentimento novo, diferente de tudo o que já experimentara, tomar conta de seu corpo: posse. Ela era sua. — Nossa, Don! Esse sorriso no seu rosto está me dando calafrios — disse Kenai, olhando para ele pelo retrovisor. — Não estou mandando me olhar, Kenai. Tira o olho — respondeu ele de forma ríspida. — Credo, Don! Se lembre de que sou um homem comprometido — disse Kenai, mais manso. — Ela realmente é muito bonita, Don, e parece ter bastante personalidade. Será uma boa dama da máfia — comentou Leonardo. Max sorriu. Isabel era diferente da sua irmã. Estela era mais doce e temida, já Isabel era como um furacão, nunca hesitava em dar a sua opinião ou fazer o que desejava. Ela realmente seria uma dama da máfia maravilhosa, e os seus homens teriam trabalho com ela se a questionassem. — Sim, ela será maravilhosa no seu novo posto — disse ele, alisando o rosto dela. — Não está nem um pouco preocupado com o pai dela? Don Vito é assustador — disse Kenai, passando a mão pelo braço. — Vai por mim, sei bem como aquele velho é terrível. Trabalhamos juntos em algumas missões, mas não estou preocupado. — Max havia entendido que o fato dos seus amigos estarem lhe apoiando, junto com Don Vito, quando ele levou Isabel, provava que Vito estava de acordo com aquilo, o que o surpreendera bastante. — Chegamos, Don — avisou Leonardo, quando o carro parou em frente à mansão de Max. Com cuidado, Max desceu com Isabel nos braços. Ele podia ver o sorriso estampado no rosto dos seus homens enquanto entrava com ela. O orgulho deles por seu Don pegar o que desejava estava evidente em cada olhar. Para eles, aquilo era uma demonstração de poder que Max dava a todos. Max subiu as escadas e, com cuidado, colocou Isabel em sua cama. Já era tarde, o dia tinha ido embora e parte da noite também. Ele caminhou até o banheiro e tomou um banho rápido. Iria preparar algo para que Isabel comesse, não a deixaria dormir com fome. — Bem-vindo de volta, Don — disse a mulher na cozinha, desviando os olhos de Max. — O que faz aqui ainda, Noely? — perguntou ele, enquanto abria a geladeira. — Aguardava o senhor para servir o jantar — respondeu ela de forma contida. Max suspirou ao ver a forma como a mulher se comportava. Ele foi até ela e segurou os seus braços. — Olhe para mim, Noely. Ao som das palavras dele, a senhora ergueu lentamente os olhos, encontrando os dele. — Sabe que não precisa olhar para baixo quando fala comigo. E, pelas semanas que estou aqui, já devia saber que não precisa me esperar para fazer comida. Se der o horário e eu não chegar, eu mesmo me viro. Já está tarde, devia estar em casa. — Mas o antigo Don... — começou ela. — O antigo Don era um i****a. Não vou morrer por esquentar as sobras do almoço. Vamos fazer assim: se passar das dezenove horas e eu não chegar, você pode ir, está bem? — Se é isso que o Don deseja — respondeu ela, mais tranquila. — Sim, é isso que desejo. E peça a um dos soldados para te acompanhar em casa, não quero que corra riscos — disse ele, surpreendendo-a. — Obrigada, Don — disse ela, com um sorriso tímido no rosto. — Não por isso, querida. E não precisa chegar tão cedo amanhã. Vou pôr o Kenai para fazer o café — disse ele, rindo. — Meu Deus, Don! Ele vai pôr fogo na cozinha! — respondeu ela, rindo. — É uma possibilidade, mas vou ficar de olho — disse ele, antes que ela saísse. Max olhava para os vários pratos sobre a mesa da cozinha. Noely era uma boa cozinheira e alguém reservada, algo que Max apreciava bastante. Ele estava distraído enquanto montava um prato de comida e o levava ao micro-ondas. Não percebeu a massa de cabelos loiros se aproximando dele por trás. Quando os braços de Isabel envolveram a sua cintura, Max deu um pulo de susto, virando-se rapidamente e imobilizando-a contra a mesa. — Isso dói, Max! — reclamou ela, apoiada na mesa, com o braço torcido nas costas. — Meu Deus! Me perdoe, Isabel — disse ele, soltando-a rapidamente enquanto examinava o seu braço. — Não estou acostumado com isso. Quando Isabel percebeu o quanto ele estava sem graça, começou a rir da expressão dele. — Você fica fofo quando está sem graça — disse ela, apertando as bochechas dele. Max não sabia como agir perto dela. Isabel o desarmava de todas as formas possíveis. Ele a observou com atenção. Os seus cabelos estavam soltos e molhados sobre as costas, e ela usava apenas uma camisa dele, que ia até as suas coxas. Isabel era uma mulher esguia, mas com um físico maravilhoso aos olhos dele. — Espero que não se importe de ter pegado as suas roupas — disse ela, apontando para a camisa dele. — Você fica bem com ela — respondeu ele, sentindo a suas bochechas corarem. — Sabia que amo o cheiro das suas roupas? — disse ela, dando um passo à frente e envolvendo os seus braços no pescoço dele, os seus olhos azuis fixos nos dele. — Mas sentir diretamente da fonte é bem melhor. Isabel tinha um sorriso travesso no rosto enquanto se aproximava de Max. Ela enterrou o nariz na curva do pescoço dele, inalando profundamente. Max travou, agarrando sua cintura com força. — Uma delícia — respondeu ela, antes de soltá-lo como se nada tivesse acontecido. Max tentava controlar a bagunça que o seu coração havia virado com o que ela acabara de fazer.
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