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1248 Words
ALLY NARRANDO Não sei quantas horas se passaram, só sei que de repente, eu estava acordando em outro país. Damon já estava de pé, se preparando para sair do avião, e eu tirei o cinto para fazer o mesmo. Percebi que ainda estava tonta, mas não deu tempo de me segurar em algo. Eu caí, mas antes de chegar ao chão, Damon me segurou em seus braços fortes. Não sei se foi a bebida, ou a ressaca, mas o rosto de Damon parecia reluzente. Ele era realmente atraente, e desde a adolescência eu tinha uma quedinha por ele. "Meu herói." Aquilo saiu dos meus lábios sem que eu pudesse controlar. "Vamos sair daqui." Eu não estava conseguindo andar direito. Estava tonta, e percebi que aquela bebida era realmente forte, e eu, que já sou naturalmente fraca para álcool, exagerei na dose. Quando Damon me soltou, eu quase caí de novo. Ele percebeu e bufou, e então, me pegou no colo mais uma vez daquele jeito bruto. "O que está fazendo?" Resmunguei. "Te impedindo de morrer, loirinha." Ele me carregou até o carro, que já nos esperava, e me colocou no banco do passageiro. Sentei e encostei a cabeça no banco. "Quando chegarmos ao hotel, você vai tomar um café bem forte." Ele afirmou. Percebi, naquele momento, que ele estava sentado ao meu lado. "Como você dá trabalho, Ally. Put@ que p@riu." Aquilo me fez rir. Não sei por qual motivo, mas me fez soltar uma risada verdadeira e profunda. Acho que era o álcool. Não demorou muito até chegarmos ao hotel. As paisagens bonitas do Caribe ainda pareciam girar ao redor da minha cabeça, então, não pude aproveitar muito. Damon me segurou pelo braço, e agora eu já conseguia andar melhor. Depois do check in, já estávamos no quarto e eu me joguei na cama. "Peguei um café forte para você." Ele disse, se aproximando da cama. "Beba tudo de uma vez." Me sentei e o obedeci. Eu não queria ficar bêbada e de ressaca em um lugar tão lindo quanto o Caribe. Pouco tempo depois, eu já me sentia melhor. Damon estava na varanda do quarto, fumando um cigarro, e eu fui até ele. "Obrigada por ter cuidado de mim, mesmo que dessa forma animalesca." Ele suspirou e virou em minha direção. "Prometi ao seu pai que faria isso." Afirmou e tragou mais uma vez o cigarro. "Amanhã, tenho uma reunião importante. Você pode vir comigo se quiser." "Não. Prefiro me manter longe dos negócios... Se é que me entende. Não quero fazer parte disso, Damon." Eu disse. Nossos olhos se encontraram. Eu queria descobrir o que aqueles olhos castanhos e profundos escondiam. Damon era tão atraente, tão forte, cheiroso e bonito, que seria capaz de seduzir a mulher que quisesse. "Você já faz parte dos negócios, loirinha. Só não entendeu isso ainda." Era noite. Só havia uma cama no quarto, e era bem grande. "Como vamos fazer?" Eu questionei, e apontei para a cama. "A cama é grande o suficiente para duas pessoas." Ele disse. Damon foi para o banho, e voltou com a toalha enrolada na cintura. Estava lindo... E acho que se eu não fosse tão controlada, teria que limpar a baba da minha boca. De repente, ele tirou a toalha e revelou o corpo todo. Eu arregalei os olhos e depois os fechei com as mãos. Deixei uma brecha para vê-lo, de forma que ele não percebesse. "O que está fazendo? Está maluco?" Resmunguei. "Você é minha esposa, não é? Acostume-se. Eu tomo banho e fico sem roupas como qualquer pessoa normal." "M-mas nós... Nós não temos... Exatamente um... Um relacionamento, não é?" Eu engoli seco. Damon colocou a calça, e se aproximou de mim. Tirou as mãos que eu cobria o rosto e me fez olhá-lo. "Pare de ser tão puritana. Está agindo como uma virgem assustada. É só um corpo masculino, Ally. Você já deve ter visto muitas vezes o do seu antigo namorado." "Que tipo de mulher você acha que eu sou?" Eu me levantei, e ficamos de frente um para o outro. Como ele era muito mais alto que eu, me irritei com isso e subi na cama, em pé, o que me fez ficar mais alta que ele. "Responda, que tipo de mulher você acha que eu sou? Meu antigo namorado jamais me tocou de forma desrespeitosa! Eu nunca deixei!" O olhar de deboche dele se transformou. Ele parecia curioso, e um pouco surpreso. "Nunca?" "Não! De jeito nenhum! E eu nunca o toquei. Sou uma mulher de respeito, Damon, e diferente de você, eu acredito no amor. Me guardei para o homem que eu amar um dia." Cruzei meus braços, e ele levou as duas mãos até minha cintura, e me segurou com força. Damon me desceu da cama e me olhou nos olhos, após suspirar de forma pesada. "Uma pena. Gosto mais de garotas que não se respeitam. Elas são mais divertidas, se é que me entende." Empurrei Damon pelo peitoral, e fui para o meu lado da cama. Meu pijama era de unicórnio e tecnicamente infantil - eu sempre gostei de coisas assim, mas agora, sentia que era inadequado. Eu odiava quando ele me chamava de criança ou de birrenta, então, eu precisava mudar essas coisas que corroboravam a opinião dele. "Já que a senhorita me disse essas coisas, vou te respeitar. Eu realmente não imaginava que você fosse virgem." Ele se deitou na cama também, virado para o lado oposto e bem afastado de mim. "Por que você imaginou isso? Eu tenho cara de vadi@?" Ele soltou uma risadinha ao me ouvir. "Não, loirinha. Você namorou por um ano com aquele garoto da escola... Como era o nome dele? Brandon?" "É." Eu abracei meu cobertor, encolhida o máximo que podia. "Imaginei que tivessem feito algo. Você é uma garota bonita, e ele tem cara de canalha. É inacreditável que ele não tenha conseguido entrar no meio das suas pernas." Me virei de frente para Damon, imediatamente. Ele fez o mesmo quando me ouviu virar na cama. "Eu já disse, eu o obriguei a me respeitar. Nunca fiquei sozinha com ele, a não ser no carro, quando ele me dava carona. Aí quando ele começou a querer fazer coisas comigo no carro, eu parei de pegar carona com ele. Eu não queria. Não tinha certeza se o amava, e ainda bem por isso. Ele me traiu várias vezes e eu só descobri depois que terminamos." Respirei fundo ao dizer. "Mas enfim, eu me dou valor e respeito." "Eu já entendi isso. E então, que bom que você não entregou sua primeira vez para esse canalha." Ele deu os ombros. "Seria uma pena se você fosse obrigada a entregar sua virgindade para outro canalha, não é mesmo?" Naquele momento, ele riu e se virou de costas para mim. Eu arregalei os olhos. "O que você quer dizer com isso? Você vai me obrigar a ir pra cama com você? Não acredito que eu confiei em você e..." Ele me interrompeu. "Cala a boca e vai dormir. Como eu disse, jamais faria algo assim. As mulheres, num geral, imploram pra que eu vá para cama com elas. Eu não preciso disso, Ally." Aquilo me despertou raiva. Virei de volta para o meu lado, de forma brusca, e rosnei. Eu o odeio, e ao mesmo tempo, sinto algo inexplicável que me faz querer fazer coisas com ele que nunca fiz com homem algum. E eu odeio esse sentimento!
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