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625 Words
SÓ AGORA PECEBI QUE SEM QUERER CONFUNDI COM O OUTRO LIVRO, É TH GENTE E NÃO MARCOS Milena narrando — Não, eu não estou fugindo de vocês — digo, encarando ele. — Olha pra mim, eu tô toda machucada... eu não tô aqui porque eu quero. — Tá aqui por quê, então? — ele pergunta, me olhando nos olhos. — Eu tô aqui porque ele me obrigava. Me trancava dentro desse morro, me ameaçava... e toda vez que tentei fugir, ele me encontrava. E era pior. — respiro fundo, tentando controlar a voz — Eu tenho uma filha de quatro anos que vê tudo. Toda vez que ele me bate. O senhor viu. — Ele olha pra Gabi. — Se eu não sair agora, eu não saio mais. E o inferno vai continuar. O senhor sabe que, em dias, ele foge da cadeia. — Quantos anos você tem? — ele pergunta pra Gabi. — Quatro — ela responde, sem hesitar. — Você estuda? — Meu pai não deixa — ela fala, com a voz firme. — Eu vivo aqui o dia todo — diz, meio embolada. Gabi era cheia de personalidade. Falava muito. Não importava com quem fosse. — Por favor, tira a gente daqui — peço, quase num sussurro. — Como você se chama? — ele pergunta, pegando o celular. — Milena Batista — respondo. — Quantos anos você tem? — Vinte e três. — E ela é filha dele? — É, sim — respondo, vendo ele me encarar e depois olhar pra Gabi. — Meu nome é Capitão Lorenzo Miranda — ele diz, sério. — Tô no comando dessa operação. Você já pegou tudo que precisa? — Só preciso de uma muda de roupa. — Eu vou tirar você daqui. E vou te levar pra um lugar seguro, junto com sua filha — ele diz, olhando direto nos meus olhos. — Chamou, Capitão? — um policial aparece, vindo rápido. — Sim. Policial Souza, leva as duas mochilas dela — ele diz, e estende a mão. Eu lembro do dinheiro escondido. Fico tensa. — Por favor, Milena. Eu entrego. Ele sabia. Planejou tudo. — Você vai sair daqui como detida, pros olhos de todos — completa. — Obrigada — murmuro, pegando Gabi no colo. — Faz uma viatura subir até aqui pra gente sair em segurança — ele ordena ao policial, que assente com a cabeça. — Pra onde a gente vai? — pergunto, ainda desconfiada. — Eu já disse. Pra um lugar seguro — ele responde firme. — Agradeça que tô tirando você daqui... por causa da sua filha. Só assinto. Minutos depois, a viatura chega. Entro com Gabi no colo, cabeça baixa, tentando proteger ela do que vem depois. Ela se encolhe contra mim, assustada. A gente andou tanto… quando percebo, já estamos longe de São Paulo. Paramos em frente a uma delegacia. — Pode descer, por favor — ele diz. Desço, com Gabi ainda nos braços. — Que lugar é esse? Onde a gente tá? — Aqui tem um alojamento. Você vai poder ficar com sua filha — ele diz. — Você tem alguém pra ligar? — Tenho... — Então vamos entrar. Entramos. Ele nos leva até o alojamento — um quarto grande, simples, mas com tudo que a gente precisava. Roupas, banheiro, uma cama de casal. Um pouco de paz. — Eu preciso das minhas coisas — digo, olhando pra ele. Ele me encara. — Você vai ter tudo. Suas coisas, seu celular, até o dinheiro da mochila — ele diz calmo, mas firme. — Mas antes... você vai ter que me contar tudo o que sabe sobre o Thiago. E sobre o morro. Fico ali parada. Sem reação. Então era isso. Ele me ajudou... mas com tudo já planejado.
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