Incisivo

Me sigam no ** para acompanhar as atualizações e ver fotos dos personagens: Autora Diene Médicci Capítulo 1 Ser o preferido na família é um privilégio, que Alê leva com mérito, é o neto, primo, sobrinho, mais querido. Seus pais são do tipo padrão classe média alta e valorizam muito isso, sempre o encorajaram a tomar suas próprias decisões, ser um homem forte que gosta de esportes e essa parte nem foi difícil, ele sempre adorou tudo de " menino ", é um apaixonado por adrenalina. Apesar de ser um ótimo partido, nunca teve relacionamento sério, dizia ser focado nos estudos e essa não é a real razão, na verdade Alê nunca encontrou alguém que lhe fez querer viver ou morrer, no começo até se cobrava tentando entender qual era o seu problema, gostos peculiares, considerados sujos e promíscuos até, todo um querer, vivido em segredo por muito tempo. Caius não era tão diferente do filho na sua juventude, porém quando encontrou Edda, soube que não queria qualquer coisa em sua vida, sem ela. A muitos anos casados e seguindo com o plano, que por sinal, sempre deu muito certo, só queriam a vida de seu filho completamente nos trilhos. Durante as festividades de um feriado prolongado, Caius convidou um amigo do passado e sua família para se reunirem na sua fazenda, queriam apresentar seus filhos que nunca se viram e relembrar os velhos tempos se divertindo. Jonas que acabou de se mudar de volta, não ia a sua pequena cidade natal a mais de quinze anos, por causa de problemas financeiros e uma herança, ele retornou com sua família, Charlotte sua esposa que também morou lá na juventude, não queria voltar de forma alguma. Seriam quatro dias para aproveitarem, ainda arrumando a mudança, Charlotte optou por irem para a fazenda, apenas na sexta feira a noite. Era quinta feira e Naija sua filha, que também odiou a mudança, queria sair para respirar, o clima em casa não era dos melhores, pois encontraram um maço de cigarros em suas coisas e ficar lá ouvindo os sermões a deixava extremamente sufocada e brava. Como o péssimo exemplo que sempre foi, bateu a porta do quarto e deu graças a Deus por estar em uma casa comum, diferente do sobrado que morava antes. Se arrumou e saiu pela janela escondida, seu estilo era um pouco destoante e alvo de críticas familiares, roupas escuras, curtas, as vezes decotadas e provocantes até demais. Com uma maquiagem forte, como de uma vampira ou garota de programa gótica, foi de calça escura, regata preta decotada de alças e tênis, caminhando olhando o quanto tudo parecia pacato, não pode deixar de reparar em um grupo de homens, que passou do outro lado da avenida e parou em uma loja de conveniência em um posto de combustível. Estavam em dois carros, ouvindo música alta e aparentemente se divertindo, enquanto um entrou pegar bebidas, os outros ficaram ao lado de fora, estavam com a caminhonete repleta de coisas atrás, como se fossem dar uma festa. Naija precisava ir até lá comprar cigarros, os encarou e diferente do que esperavam, não se intimidou com os olhares curiosos, um deles acenou com deboche, o outro correu até ela, abriu a porta da loja - E aeeee gata é nova por aqui? Nunca te vi. Debochada sorriu e foi entrando - Sorte a sua, né? Se aproximou da geladeira escolhendo o que pegar, um pouco distante o rapaz foi falar com o amigo, convidou com muita graça, a atendente para uma festa no dia seguinte e ao ver Naija chegando perto, a convidou também - Garota sombria, tem dezoito? - Vai rolar uma festa insana amanhã, é na cidade aqui ao lado. Lhe entregou um envelope pequeno - Ó presente de boas vindas. Somos vizinhos adoráveis! Sem dar muita importância, ela pegou e sorriu - Quanto custa? Ele disse que para ela, nada e era necessário levar um documento para poder entrar e ir a caráter, saíram rindo entre si, ela pediu o cigarro para a atendente, olhou o convite que quase não tinha informações, parecia sofisticado e misterioso. A atendente começou falar que deram sorte, porque não era o tipo de festa para qualquer um, Naija ficou olhando sem entender - De que tipo exatamente de festa, estamos falando? Devolvendo o troco, a moça disse que muito reservada e até luxuosa, sugeriu que fossem juntas e combinando a máscara, Naija começou rir - Máscara? Como assim? Super simpática a moça mostrou o verso do convite - Olha, a temática é essa, baile das sombras, geralmente pintam os rostos também, você que escolhe, a idéia é que não fique completamente comum ou reconhecível. - Ahhh mulheres tem que ir de vestido, roupas mais formais, vestido ou saia. - Quer se arrumar na minha casa? Garota espera... Naija foi saindo - Nãoooo, valeu. Foi caminhando até um barranco, que dava nos fundos de sua casa, ficou horas lá observando a movimentação dos vizinhos e de sua família, só entrou quando todos foram deitar. Charlotte era rigorosa e exigente, não deixava ninguém dormir além do horário, os acordou eufórica para o passeio, foi ao mercado e cozinhou duas sobremesas para levar, banoffe e merengue, sua ansiedade para impressionar, a fez gritar várias e várias vezes, dando ordens, se pudesse escolheria a roupa de cada um deles. Chegaram a fazenda no final da tarde e foram bem recebidos, Caius e Edda pareciam dois jovens, simpáticos queriam que as visitas ficassem a vontade, serviram drinks e foram jogar cartas a beira da piscina, haviam outros convidados também, tudo parecia melhor que o esperado. Naija que não era nada de se enturmar, foi logo para o canto mais distante, onde sua mãe a deixou ir, sentou embaixo de uma árvore para desenhar e só saiu de lá quando todos decidiram entrar. Toda aquela diversão, não lhe atingia, seus gostos eram outros, após o jantar regado a bebidas, Naija aproveitou a distração de sua mãe e decidiu sair.