Meu pai, Preto, é do tipo que não pede, manda. E quando ele decidiu que ia fazer um almoço pra receber a família do Augusto na quadra da escola de samba do morro, não tinha argumento que fizesse ele mudar de ideia. — Ayala, fala pro teu noivo que a família dele tá convidada. Vai ser aqui, na quadra. Churrasco, cerveja, samba no pé. Eles vão ver como a gente comemora no morro — ele falou, com aquele jeito de quem já tava imaginando a festa. Eu sabia que aquilo ia dar merda. A família do Augusto era do tipo que bebia água com gás e achava que samba era coisa de turista. Mas não tinha como dizer não pro meu pai. — Augusto, meu pai quer fazer um almoço pra receber sua família na quadra da escola de samba — falei, tentando disfarçar o nervosismo. Ele fez aquela cara de quem cheirou limão az

