Rafaela narrando Hoje é dia de baile. E não é qualquer baile. É o baile do Vidigal, o baile que faz até o asfalto tremer. Já acordei com o coração acelerado, pulando no peito, com aquele friozinho gostoso na barriga de quem sabe que a noite vai ser quente. Karina dormiu aqui em casa e Dandara chegou cedinho. A ideia era uma só: fazer um pré-baile digno de patrão. A gente ia escolher roupa, fazer cabelo, unha, maquiagem... tudo no capricho. Queríamos chegar no baile causando. Mostrar que favela também tem princesa. E que princesa de quebrada brilha com brilho próprio. — Cê tá pensando em usar qual? — Karina perguntou, já revirando minha gaveta de shortinho jeans e top. — Ainda não sei, mas quero algo que marque bem a cintura. Tô com um vestido preto colado ali que é um veneno — respond

