Jacob.
Acordei sentindo-me revigorado. O sol ainda não havia despontado no horizonte, mas já me encontrava em pé. Realizei minha higiene matinal com rigor — escovei os dentes, lavei o rosto e fiz a barba, pois sempre preferi manter a pele limpa. No closet, encontrei minhas roupas dispostas de forma organizada, exatamente como gosto. Optei por uma camisa xadrez preta e cinza, calça jeans escura e finalizei com meu chapéu de aba larga.
Ao descer as escadas, fui envolvido pelo aroma acolhedor de café recém preparado. Caminhei quase em disparada, com a energia de um adolescente. Na cozinha, encontrei meu pai e a Senhora Mary em animada conversa.
—. Bom dia! O clima está animado por aqui. — comentei, servindo-me de um sorriso.
—. Bom dia, filho! — respondeu meu pai, levando a xícara à boca. —. Hoje teremos muito trabalho, tanto no campo quanto no escritório.
—. Bom dia, Jacob. Dormiu bem?. — perguntou Mary, enxugando as mãos no avental.
—. Perfeitamente. Estou pronto para qualquer desafio. — Respondi, recebendo dela um café fumegante, acompanhado torta de pecã e ovos mexidos.
Meu pai levantou-se logo em seguida, mencionando uma ligação urgente e solicitando que eu o encontrasse no escritório. Concordei e terminei o desjejum.
Pouco depois, já no escritório, auxiliava meu pai na conferência de contratos e documentos de compra e venda de gado, quando ouvi batidas na porta. Era Sam, trazendo relatórios veterinários e uma prancheta em mãos.
—. Bom dia, Jacob. Trouxe os registros dos exames clínicos e das vacinações realizadas ontem. — disse, ajeitando a pasta sobre a mesa.
—. Bom dia, Sam. — respondi, curioso. —. Parece que você gosta de registrar cada detalhe.
—. Na medicina veterinária não trabalhamos apenas com intuição, e sim com evidências. — explicou, com firmeza profissional. —. O controle sanitário exige organização: vacinas aplicadas, exames laboratoriais, pesagens, suplementação nutricional. Esses dados permitem avaliar índices zootécnicos, como ganho de peso médio diário e taxa de prenhez. Sem esses registros, a saúde do rebanho e a produtividade ficam comprometidas.
Assenti, absorvendo suas palavras.
— Isso se conecta muito ao que meu pai sempre me ensinou sobre administração. — acrescentei. —. Na gestão rural, precisamos de indicadores financeiros e de desempenho: custo de insumos, margem de lucro por arroba, taxa de lotação da pastagem. Quando você organiza dados veterinários, eu consigo cruzá-los com números de produção e mercado. Assim, temos uma visão estratégica completa.
Sam sorriu, satisfeita com a conexão que estabelecemos.
— Exato, Jacob. Medicina veterinária e gestão caminham lado a lado. O animal não é apenas um ser vivo a ser cuidado, mas também um ativo produtivo. Quando mantemos sua saúde, reduzimos perdas econômicas e aumentamos a eficiência do sistema.
—. Então, se eu entendi bem... quando você aplica protocolos sanitários de forma correta, eu consigo prever melhor os custos e ganhos. — concluí.
—. Isso mesmo. — respondeu ela. —. É como uma engrenagem: ciência e administração precisam girar juntas.
Enquanto conversávamos, percebi que Sam falava com entusiasmo, gesticulando de forma técnica e precisa. Seus olhos brilhavam não apenas pelo amor aos animais, mas pela convicção de que a medicina veterinária era parte essencial do sucesso da fazenda.
Eu a ouvi com atenção, reconhecendo que sua competência trazia tanto valor quanto qualquer decisão comercial tomada no escritório.