Capítulo 15. A verdade

850 Words
Alguns dias depois, Mattheo decidiu colocar seu plano em ação. Ele precisava de algo que pertencesse a Catherine para realizar o feitiço capaz de revelar seu verdadeiro nome e, possivelmente, seu segredo mais profundo. O encontro na cafeteria havia sido útil; ele sabia como criar uma aproximação natural e sem levantar suspeitas. Ele a encontrou novamente no mesmo café, sentada lendo outro livro, absorta em suas anotações. Mattheo aproximou-se com passos medidos, mantendo o semblante calmo, o olhar firme e predador, mas sem parecer ameaçador. — Olá, Catherine — disse, sorrindo levemente. — Que bom te ver. Posso me sentar ? Ela sorriu, educada como sempre, e acenou com a cabeça: — Claro, Mattheo, será um prazer. Eles conversaram sobre o livro dela, sobre assuntos triviais, mantendo a naturalidade. Mattheo aguardava o momento certo. E então, enquanto ela se levantava para pegar outra bebida, ele percebeu uma oportunidade: Mattheo com um leve movimento da varinha que estava escondida no punho da sua camisa, faz com que o cabelo de Catherine fique preso na cadeira. Mattheo inclinou-se para ajudá-la discretamente.Com movimentos rápidos e precisos, deslizou os dedos pelo cabelo dela, soltando-o, e sem que ela percebesse, alguns fios foram discretamente agarrados entre seus dedos e caíram dentro da manga do casaco, onde ele os guardou sem esforço. — Obrigado, Mattheo — disse ela, sorrindo, sem notar nada de anormal. — Sempre gentil. — Disponha, querida — respondeu ele, mantendo o tom natural, guardando os fios de cabelo com cuidado. Enquanto a observava sair do café, Mattheo sentiu a satisfação fria de quem consegue avançar no plano com perfeição. Agora tinha o que precisava: alguns fios de cabelo de Catherine, contendo sua essência, pronto para ser usado no feitiço mais perigoso e revelador que ele já possuíra. Ele voltou para seu apartamento, a mente fervilhando de possibilidades. Cada passo a partir dali precisava ser calculado: o feitiço exigia precisão absoluta, e qualquer erro poderia estragar não apenas a chance de descobrir a verdade, mas também alertá-la sobre suas intenções. — Agora sim… vamos ver quem realmente é você, Catherine. — murmurou, os olhos castanhos fixos no fio de cabelo que carregava em um pequeno saco de seda n***a. — E quais segredos você guarda. O fio de cabelo de Catherine — agora armazenado com extremo cuidado — repousando entre os dedos. Ele respirou fundo, a respiração controlada, enquanto se preparava para lançar o feitiço mais poderoso que já usara, um encantamento antigo de revelação que exigia concentração absoluta e precisão máxima. Traçou runas no chão com a varinha, desenhando símbolos antigos que pulsavam levemente sob a luz das velas. Cada gesto era meticuloso, cada palavra entoada em latim antigo, carregada de intenção e energia mágica. — Revela nomen et secretum… — murmurou, a voz grave, ecoando pelo refúgio. O fio de cabelo brilhou suavemente, absorvendo a energia do feitiço. Lentamente, a magia começou a se expandir, formando uma névoa prateada que girava diante de Mattheo, projetando imagens e informações como se fossem hologramas etéreos. Ele observou atentamente enquanto os detalhes se revelavam: O nome verdadeiro da moça era Anélisse Rose Tomeras, nascida em 22 de março de 1994. Sua linhagem era de sangue forte. Mattheo pode ver que os registros de magia em Anélisse era intensos, indicando que sua família era inteira de bruxos. Mas a magia não parou por aí. Nuances do passado começaram a surgir diante dos olhos atentos de Mattheo. Ele viu flashes da vida dela, ano após ano: momentos de frustração, brigas com os pais, dificuldades com seus poderes. Algumas imagens mostravam Anélisse machucada, sozinha, enfrentando dores físicas ou emocionais. Cada fragmento era claro, quase como se estivesse ali presenciando os acontecimentos. O feitiço avançou até uma cena que se destacava das demais. Ela estava em um lugar escuro, sem janelas, provavelmente sozinha. Com a varinha erguida, ela lançou um feitiço que iluminou o espaço como uma explosão de luz intensa, intensa o suficiente para que Mattheo sentisse a energia emanando mesmo através das imagens. Depois desse momento, o feitiço parou abruptamente de projetar imagens. Mattheo ficou em silêncio, observando cada detalhe gravado em sua mente. Ele respirou fundo, absorvendo a magnitude do que acabara de ver: não apenas o verdadeiro nome e a linhagem de Anélisse, mas também uma parte de sua história, seu sofrimento e sua força. — Então… você é muito mais complexa do que imaginava — murmurou, a voz baixa e sombria, os olhos fixos na névoa prateada. — Uma bruxa de sangue forte, ferida pelo próprio passado, mas com poder suficiente para explodir em magia quando ninguém está olhando… Mas, o que seria esse feitiço ? Por que explodiu com tanta força ?... O que você fez, Anélisse? — Pensava Mattheo Ele fechou os punhos, a determinação crescendo. Cada pedaço de informação apenas aumentava sua obsessão, o d****o de entender cada parte daquela mulher , ao mesmo tempo, a necessidade de se aproximar com cautela. — Anélisse Rose Tomeras… — repetiu o nome lentamente, sentindo o peso da verdade. — Agora sei quem você realmente é. E agora, você não escapa de mim.
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