Filha de Atlana (Descendente de Atlântida Vol.2)

Dimitri Dez anos! Dez anos se passaram com Luna presa naquela maldita câmara, dez anos sendo obrigado a ajudar com testes e pesquisas para que o país tivesse uma vantagem contra o único poder que a protegia. O ódio que eu nutria por mim mesmo só aumentava cada vez que tínhamos sucesso. Eu estava entregando Luna para os leões e não havia nada que eu pudesse fazer para impedir. Eu era um completo inútil. Não podia contar nem mesmo com minha irmã que concordava com os testes em prol de minha p******o. Luna nunca voltaria para a Terra, ela não teria sequer escolha. Não permitiriam que uma meia Temerazi viva saísse de seus domínios. O fato de ela ser meia Temerazi não era mais segredo entre os pesquisadores e governantes, os testes não tinham como estar errados quanto a isso. Atlana não ficaria nada satisfeita ao descobrir que todo o segredo que guardou por milênios estava jogado ao vento. Na reunião do parlamento foi estipulado que ninguém, nem mesmo eu poderia revelar à Luna que ela em si, em sua verdadeira essência era de fato uma Temerazi e não uma marcada. Eu me enterrei dentro do trabalho e do objetivo de em silêncio começar a montar estratégias para nos tirar daquela situação, e todas sem sucesso. De qualquer forma mantive meus planos muito bem guardados em minha memória, alguma hora eu poderia encontrar um meio de nos livrar de tudo isso. Todos os dias eu me aproximava daquela cápsula congelada e fazia promessas que eu não sabia se conseguiria cumprir. Fazia promessas pra ela. E mesmo duvidando de todos os meus planos, eram ele que me mantinham vivo, que me mantinham firme enquanto eu esperava que ela acordasse. -Dimitri! - Rowan me chamou. Eu lentamente tirei meus olhos do computador que monitorava Luna. -Nós chegamos! - levantei-me em um pulo e corri para a grande janela da nave. Lá estava! Alma Mater, a grande bola verde com veias azuis e pequenos mares. -Está preparado? - perguntou Rowan. Eu me voltei para ele, a expressão fria como o gelo. -Estou!