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Blurb

Quando um amor que foi capaz de mudar a vida de Diego acaba, ele arruma uma forma de seguir em frente voltando a ser o playboy que amava farras que foi na adolescência. Mas tudo muda quando ele reencontra esse amor e os sentimentos do passado, que ele acreditava já ter superado, retornam, e na tentativa de fugir novamente disso, acaba conhecendo uma mulher que invade sua vida de uma forma que nem ele mesmo esperava.

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Capítulo 1
Diego Bittencourt Houve um momento em minha vida que tudo fazia sentido. Era um daqueles raros momentos em que tudo parece estar no seu devido lugar e até as minhas colocações mais supérfluas pareciam fazer total sentido para quem escutava. Tudo parecia assim, perfeito, ocupando seu espaço e me fazendo seguir sendo minha melhor versão. Eu estava no meu melhor estado de ser, estava feliz, uma felicidade tão alegre que eu contagiava a todos em minha volta e olha, era maravilhoso ver os rostos das pessoas se iluminarem com um sorriso sempre que elas estavam comigo. Eu finalmente havia entrado em um relacionamento que de fato valia a pena, consequentemente, acabei pedindo minha namorada – e meu primeiro amor – em casamento e não podia estar mais feliz e completo em todos os âmbitos da minha vida, pois é, até minha faculdade fazia sentido agora. Minha mãe costumava dizer que eu finalmente havia me encontrado, deixado de ser um garoto mimado para me tornar um homem e sempre que podia reforçava quão orgulhosa ela estava de mim e dessa minha nova fase. Eu estava tendo uma vida tão minha e com tudo tão em ordem, que até meu trabalho parecia finalmente começar a fazer sentido para mim. Às vezes me pegava pensando se tudo o que estava acontecendo comigo fazia parte da realidade ou era apenas fruto da minha imaginação e sempre obtinha a mesma certeza: era real. Mas como tudo, esse momento acabou e minha vida parecia não fazer mais sentido algum... - É como se tivesse tudo fora do lugar. – eu falava com Yan, meu melhor amigo – Sabe o que é pior? Não é nem o fato da Gabriela ter terminado tudo comigo daquele jeito, ou mesmo dela ter me traído com aquele i****a. – Yan me olhava pacientemente enquanto me ouvia falar – O pior é que eu nem sei mais quem sou. Parece que tudo que eu já fui é uma fraude, parece que o mundinho perfeito no qual eu vivia era uma bela de uma mentira. - Desencana cara. O que você precisa é cair na noite... – disse me abraçando de lado e fazendo um gesto com as mãos como se apontasse para o nada que estava a nossa frente – Curtir, beber, pegar geral... – o interrompi. - d***a! Logo agora que minha mãe tava feliz com o fato de que havia deixado essa vida pra trás – falei colocando a mão direita em meu rosto. - Ela supera! Vamos pra onde hoje? – disse animado e eu apenas respirei fundo, mas tava me sentindo vazio demais para não ir com ele. Pausa para explicar a situação acima: Dois meses após ter pedido Gabriela em noivado, ela terminou tudo comigo por mensagem de texto, na qual dizia que havia me traído com um cara da faculdade de nome Israel e que não estava terminando tudo comigo por isso, mas sim porque... segundo suas palavras e transcrevendo exatamente como ela me mandou: “Você é um garoto mimado com alma de playboy que está apenas curtindo a atuação de cara sério, mas que não é capaz de aguentar uma dificuldade sequer na vida sem correr pros braços da mamãe ou sem pedir dinheiro ao papai. Nem um emprego de verdade você conseguiu, você só tem esse estágio porque seus pais te obrigaram a ter, não há futuro com você, Diego”. É, depois de ler essa mensagem tudo que consegui fazer foi concordar. Eu realmente não estava atuando quanto ao lance de cara sério, eu queria uma vida com ela, queria mesmo, eu até fui um adolescente extremamente mimado, mas tinha mudado, ou ao menos estava tentando, mas ler o que realmente Gabriela pensava de mim me fez ficar pensativo demais, agora acho que sou uma completa fraude de ser humano. A incerteza de não saber quem eu era me fez achar que toda mudança que eu havia conquistado em minha vida era fruto de uma tentativa inútil de querer ser melhor, mas que no fundo não pertencia a quem eu era de fato. Assim a proposta de Yan de sair na noitada e aproveitar a vida apenas como um cara imprudente me parecia ser a saída perfeita para continuar, seguir em frente, e o melhor de tudo, para fugir de meus pensamentos. - Sei lá, qualquer lugar com bastante bebida e mulheres parece de boa – eu disse animado, bom, na verdade eu tentei soar animado. - Que ótimo! Tenho um lugar perfeito – falou com um sorriso maroto em seu rosto. E esse foi o começo do regresso. Voltei a ser o playboy mimado, larguei o estágio, vivia nas festas, enchendo a cara e pegando mulheres, atrasei um ano da faculdade, mas tudo mudou quando meu pai me deu uma prensa e minha mãe, dessa vez, ficou seu lado. Então, deixe-me apresentar, meu nome é Diego Bittencourt, e sete anos se passaram desde que tudo fazia sentido na minha vida. Eu estou com 27 anos e a única coisa que levo a sério na minha vida é o meu trabalho, mas nem sempre foi assim. Desde que me formei em marketing, apesar do meu pai insistir para eu fazer algo voltado para a economia. E por falar em pai, desde que pude estagiar ele já me botou para trabalhar na sua agência R. B. Marketing, que ficava no bairro de São Rafael-SP. O fato é que eu não queria trabalhar, mas ele cortou minha mesada e disse que me pagaria um salário maior que o dos outros estagiários, minha mãe o apoiou nisso então não tive alternativa senão aceitar. No início eu era bastante irresponsável, mas meu pai nunca me demitiu graças a minha mãe que sempre passou a mão em minha cabeça e dava um jeito dele voltar atrás sempre que a vontade de me demitir surgia. Eu realmente não sei se foi graças a isso ou se foi apesar disso, o que sei é que eu acabei sendo muito bom no que fazia, e hoje, já sou gerente de marketing da R. B. Marketing, e atualmente estamos fechando contratos internacionais. Mas tirando meu lado profissional, não levo nada na minha vida a sério. Não entro em um relacionamento desde os vinte anos, é muito raro eu ficar mais de uma vez com a mesma mulher, quem não me conhece e me ver apenas nas noitadas acredita que eu não faço nada além disso. O fato é que eu acho que só foco no trabalho porque meus pais não largariam do meu pé se eu tivesse uma vida só de farra. E devo admitir que apesar dos estresses, trabalhar preenche um pouco do vazio que sinto quando chego em casa e vejo a vida que eu poderia ter tido, mas não tive. Hoje era sexta, tava tudo indo muito bem no trabalho até que na hora do almoço, meu pai me levou para almoçar com o novo diretor de marketing da agência no clube de golfe que ele era sócio, e foi ali que meu dia ficou um lixo e voltei a ter o sentimento que tive a sete anos atrás... - Gustavo, esse é meu filho e o gerente comercial da R. B. Markting, Diego Bittencour. – disse meu pai me apresentando ao homem de barba feita e terno novo à minha frente, assim que eu cheguei, eles já estavam almoçando – Espero que você não tenha muito trabalho com ele. Até que ele tá fazendo um bom trabalho. - Desculpa o atraso, tive um contratempo no trabalho, não quis sair antes de resolvê-lo – falei me explicando pelo atraso. - Sei como é. – o homem falou – É um prazer conhecê-lo – ele disse e estendeu a mão para mim, eu apertei. - Digo o mesmo – falei simpático e encarei o lugar vazio com um prato de almoço a sua frente. - É da minha esposa, ela falou pra eu pedir pra ela que ela tá já chegando. – Gustavo falou com ar leve e eu só sorri, me sentando e olhando o cardápio. - Desculpa a demora, minha mãe não parava de falar – uma mulher falou segundos depois que eu me sentei. Ah não! Essa voz, eu não precisaria nem olhar para saber a quem ela pertencia: Gabriela! Era ela. Como assim ela estava casada? Como assim meu pai não disse que ela viria? Parecia que o ambiente ficou sem ar de repente. Eu encarava o cardápio, não conseguia erguer meus olhos e encarar aquele par de olhos azuis a minha frente. - Oi, Diego – meus pensamentos foram interrompidos pelo jeito suave como ela pronunciava essas duas palavras, antes mesmo de olhar eu podia ver o sorriso sem graça em seu rosto. - Oi, Gabi – falei sem nem me dar conta de que eu já não tinha mais i********e alguma com aquela mulher para chamá-la pelo apelido. Ergui meu olhar e ele foi de encontro ao dela. A olhei com um leve sorriso no rosto e d***a, ela tava incrivelmente bonita. - Vocês se conhecem? – Gustavo perguntou e nós nos encaramos. - Sim – ela foi suscinta. - Gabriela, que bom te ver. Não sabia que você era a esposa do Gustavo – meu pai falou. - Senhor Bittencourt, é um prazer ver o senhor novamente – ela falou. - Ricardo, apenas Ricardo pra você – ele falou e imediatamente me lembrei que ele havia dito essa mesma frase quando eu finalmente havia apresentado ela como minha namorada. Meu pai sempre gostou muito de Gabriela e mesmo sem nunca ter lido as palavras que ela me escreveu, ou mesmo sem saber o real motivo, deduziu que ela tinha total razão em terminar comigo, afinal, se ele não via um futuro para mim com ela, não podia esperar que ela visse algum futuro ao meu lado. Na verdade, ele nunca acreditou que eu poderia ser um “homem de família” por ser sempre o filhinho de mamãe e que mesmo na época eu tentando ser melhor, eu ainda era irresponsável e Gabriela não merecia alguém como eu. - Ricardo então – sua voz soou como nos velhos tempos. - A quanto tempo vocês se conhecem? – perguntou Gustavo. - Ela e meu filho namoraram na época de faculdade. Mas meu filho não tinha muito futuro não, era muito irresponsável, não que tenha mudado muito atualmente – meu pai falou rindo, ele não perdia uma única oportunidade de me humilhar ou me constranger e é, eu fiquei extremamente desconfortável com o que ele falou. Mas que desgraça! Não acredito que vou ter que trabalhar com esse cara! Gustavo apenas riu superior, eu apenas tentei o ignorar, pensei em olhar meu celular e sair daqui, mas antes que eu pudesse fazer isso, Gabriela falou. - Na verdade nós dois erámos muito irresponsáveis, imaturos. Não tinha como dar certo. Precisávamos seguir em frente – ela havia percebido meu desconforto, sorriu para mim e eu agradeci com o olhar. Durante o resto do tempo naquele lugar eu basicamente fiquei calado em um estado permanente de desconforte. Pude sentir todas as vezes que Gabriela me lançou um olhar, enquanto ouvia a conversa de meu pai com Gustavo e terminava meu almoço. - Eu tenho que ir – falei assim que acabei meu almoço e recebi um olhar de reprovação de meu pai. - Mas já? Ainda nem pedimos a sobremesa – Gustavo falou. - Tenho um material pra preparar. Não quero que o novo diretor de marketing me repreenda pela ausência do material pronto no seu primeiro dia de trabalho, – falei me levantando – Foi um ótimo almoço – menti e em seguida fui embora. Só podia ser uma brincadeira de muito péssimo gosto do destino me colocar em frente à mulher que eu mais amei na vida e que quebrou meu coração por não acreditar em mim. A tarde passou mais devagar do que eu pretendia, recebi uma ligação de Yan, me chamando para sair. Iria ter uma festa na casa de um amigo dele, não pensei duas vezes antes de aceitar, afinal, o que viesse a seguir seria melhor do que o que eu estava tendo agora. Quando a noite chegou e eu finalmente saí do trabalho, fui para casa me arrumar. Tomei um banho e ainda de toalha busca a roupa perfeita para usar, pois é, eu era um cara muito bonito e se tem uma coisa com a qual eu me preocupava, era com a minha aparência e sabemos que a roupa certa tem o poder de deixar uma pessoa bonita ainda mais bonita e esse era meu objetivo. Escolhi a camisa Viscose-blend jacquard em um tom cinza, uma calça de alfaiataria preta, um sapato em couro de impressão monograma, coloquei meu Rolex Datejust 31 e para finalizar passei meu perfume Acqua Di Giò. Peguei as chaves da minha Mercedes-AMG G 63 e desci. Dirigi até a casa do amigo de Yan, infelizmente, dentro do carro, só conseguia pensar naquele maldito almoço. No reencontro com Gabriela. No fato dela está casada. Fui tirada de meu pensamento quando o GPS avisou que eu havia chegado ao meu destino. Assim que cheguei, Yan me esperava na entrada, ele sorriu para mim, me abraçou de lado e falou: - É meu amigo, A noite vai ser longa, muito longa! – Yan falou, me soltando e esfregando as mãos enquanto ia em direção a casa, eu o segui. Entramos e o ambiente estava com pouca luz, apenas na área onde as bebidas estavam ela se fazia mais presente. A música estava alta. Fomos pegar bebida e eu decidi olhar ao redor, tomar nota de todas as pessoas que estavam por ali, havia muitas mulheres, mas a ausência de luz não permitia analisá-las muito bem, mas sabia que muitas delas faziam meu estilo, me peguei encarando uma, apesar da luz não está tão boa, deu para notar que seu cabelo era castanho claro, ela usava um vestido branco de alça fina, dançava com suas amigas de uma forma extremamente sexy, ela notou meus olhares sobre si e sorriu, me dando o espaço que eu precisava, então, retribui o sorriso. - Parece que a noite vai ser muito boa. – disse após me voltar para Yan que percebeu que eu já estava de olho em uma garota – Vamos nessa! – falei pegando um dos shots sobre a mesa e o bebi, de uma só vez, me virando e indo em direção a mulher que agora não mais me olhava. Caminhei até ela, o espaço era barulhento, estava tocando a música de Harry Styles, Watermelon Sugar, e isso me dava a desculpa perfeita para já chegar demonstrando toda a minha intenção. Me aproximei dela e suas amigas foram as primeiras a notarem minha presença, toquei em seu ombro e ela se virou, me olhou e sorriu. Desci minha mão até suas costas e aproximei minha boca de seu ouvido. - Devo confessar que não tava muito a fim de vir pra cá hoje não – disse ao aproximar todo meu corpo do dela. - Ah não? – ela respondeu falando em meu ouvido. - Não. Mas ainda bem que eu vim. Adorei o que tô vendo – afastei minha boca de seu ouvido e a encarei, ela simplesmente sorriu e voltou a dançar, ficando de costas para mim e rindo com suas amigas. Coloquei minhas mãos em sua cintura e a puxei para perto. Tentei seguir o ritmo do balançar de seu corpo, mas falhei. Enquanto seus movimentos eram precisos, sexys e provocantes, os meus pareciam desengonçados e imprecisos... Eu não era um dançarino r**m, mas não tava concentrado o suficiente essa noite, tudo que queria era não está no meio a tanta gente assim. A virei para mim e a puxei, colando seu corpo ao meu, aproximei minha boca da dela, mas ela virou seu rosto e me afastou. - Se quiser dançar, tudo okay, fica aqui e dança. Mas é só! – foi o que ela falou. - Achei que você quisesse – eu disse. - Quisesse o que? Dar pra você? – ela foi direta e eu a encarei e eu assenti com a cabeça. -Mas você sorriu pra mim – falei. – O problema de caras como você é que acham que uma mulher não pode ser gentil e legal que já querem dar pra vocês. – soou séria – Eu só tô com vontade de dançar. - Então dança. – falei olhando para ela – Você nem é tudo isso, eu tava fazendo um favor pra você – completei me afastando dela. Andei até onde Yan estava, ele me olhou curioso, não deixei que ele dissesse nada, me adiantei em responder ao que ele perguntaria. - Ela só quer dançar. Quem dá um sorriso daquele e depois dança daquele jeito por querer só dançar? – falei meio indignado – Ela tá se achando demais. - Esquece essa, tem um monte de mulheres aqui. Escolhe outra – foi sua resposta a minha fala. Peguei outro shot e o virei novamente, depois observei em volta. Meu olhar foi parar na morena de cabelos e olhos castanhos novamente. Ela continuava dançando sexy com suas amigas, eu balancei a cabeça negativamente e me forcei a não olhar para ela. Procurei outra mulher que tivesse disponível, por sorte, achei uma que me encarava, assim que notou que eu retribuí o olhar, mordeu seus lábios e veio em minha direção. Não precisei falar nada, apenas a beijei, o beijo foi rápido, mas não foi tão bom quanto queria, mas continuei beijando-a. A música mudou, foi a desculpa que precisava para parar o beijo. - Eu amo essa música – falei indo para onde as pessoas dançavam, abandonando-a. Quando dei por mim, já estava dançando perto da morena de cabelos castanhos novamente, revirei meus olhos e acabei parando de dançar, ela notou minha presença e antes que pudesse falar algo, puxei uma loira que estava dançando ao meu lado e a beijei. Esse beijo foi melhor que o outro, nossas línguas se mexiam quase que no ritmo da música, foi excitante. - Quer sair daqui? – perguntei e ela apenas concordou. A levei até meu apartamento, a noite foi longa, fizemos s**o por algumas horas, mas os pensamentos sobre Gabriela não saiam da minha cabeça. Quando acabamos ela perguntou se podia ficar, eu assenti. Na manhã seguinte acordei com alguém tocando a campainha. Me levantei e fui ver quem era. - Gabriela? – falei assim que abri a porta. - Oi. – disse me encarando e olhando pro meu corpo, não havia notado que estava apenas de cueca – Eu só queria dizer que não sabia que o almoço ontem seria com você e seu pai. - Hm, tá tudo bem – disse ainda meio sonolento. - Posso entrar? – ela perguntou e eu olhei para trás, me lembrando que tinha alguém deitada em minha cama. - Acho que não é uma boa hora – respondi. Mas não fui rápido o suficiente, a loira que passou a noite aqui estava indo em direção ao sofá, para pegar seu vestido que havia ficado por lá na noite anterior. Gabriela a olhou e em seguida olhou para mim. - Desculpa ter interrompido vocês. – sua fala continha um pouco de raiva – Pelo visto você não mudou nada. Continua sendo o mesmo mulherengo de sempre. - Que? – perguntei sem entender. Ela apenas balançou a cabeça negativamente, se virou e saiu andando. Eu fechei a porta e fui em direção a loira que estava se vestindo. - Espero não ter causado nenhum problema pra você – ela disse. - Não, ela é só uma amiga – disse me aproximando mais dela e a impedindo de terminar de se vestir. - Eu preciso ir – ela disse. - Agora? – perguntei, ela sorriu e disse que não. A beijei e tirei seu vestido novamente, em seguida a joguei no sofá, beijando-a, coloquei minha mão em suas costas e abri seu sutiã, antes que pudesse fazer qualquer coisa minha campainha tocou novamente. - d***a! – exclamei. Me levantei e fui até a porta jurando que seria Gabriela novamente. Quando abri, era Yan, com a maior cara de quem ainda estava bêbado. - E aí cara – falou entrando, ignorou completamente a mulher cujo nome eu ainda não sabia e andou até o quarto de hospedes. - Pode entrar – falei sarcástico pro nada após ele ter passado por mim como um foguete. Yan era o típico amigo vagabundo. Era bancado pelos pais e por isso seus esforços iam apenas para festejar e gastar o dinheiro que ganhava. Mas ele era também o melhor amigo que eu poderia ter. Nos conhecemos desde os 5 anos, quando nossos pais começaram a fazer negócios juntos, a amizade foi crescendo e hoje em dia somos unha e carne. Mesmo sendo totalmente irresponsável e festeiro, ele sempre me colocou como prioridade, na verdade, nós prometemos sempre sermos a prioridade um do outro. Quando eu terminei com Gabriela, ou melhor, quando ela terminou comigo, foi Yan quem esteve lá para mim. Ele ficou ao meu lado, me tirou do fundo do poço no qual eu me atirei, me fez não sofrer tanto. Ainda lembro como se tivesse sido ontem do dia que Gabriela terminou comigo, eu falei para Yan e ele me levou à uma festa, disse que eu podia até sofrer, mas sofreria festejando. Não vou dizer que foi a melhor saída que eu podia ter escolhido, mas de toda forma surtiu efeito, eu estou aqui e superei totalmente o término – pelo menos era o que eu achava. - Eu acho melhor ir embora. – falou a loira à minha frente antes que eu pudesse fechar a porta, ela já estava vestida, aproximou seu rosto do meu e depositou um selinho – Adorei a noite. - Eu também – concordei com ela. - Ah, e é Ana, o meu nome – falou se virando e caminhando até o elevador. - Foi um prazer, Ana – eu disse e a vi olhar por cima do seu ombro e sorrir. Fechei a porta e caminhei até o sofá, me jogando em cima dele, fechando os olhos em seguida. A imagem de Gabriela ao lado do marido me veio à mente, seguida da lembrança de minutos atrás quando ela apareceu na minha porta. Eu sorri, mas logo esse sorriso deu lugar a uma expressão confusa, não entendi o porquê dela ter aparecido por aqui, abri os olhos e me lembrei que hoje era sábado e eu ainda trabalhava, tinha que selecionar uma nova pessoa para compor a equipe que trataria da mais nova cliente de nossa agência: uma companhia funerária. Eles queriam que tratássemos do marketing, apostariam em propagandas em todos os meios digitais, além de um espaço na TV. Para isso, abrimos vagas para alguns poucos candidatos que buscavam uma oportunidade em nossa agência, para área de marketing, apenas um deles seria selecionado. O pessoal do RH divulgou isso a algumas poucas pessoas e hoje eu as entrevistaria para decidir quem seria a minha escolha, mas acabei não olhando nenhum currículo. Levantei a contragosto e me dirigi até o meu banheiro. Parei em frente ao espelho e me encarei e definitivamente gostava do que via, sorri, em seguida analisei minha barba, para ter certeza de que hoje eu não precisaria fazê-la, ao terminar de checar, me encarei mais alguns segundos, tirei a única peça de roupa que cobria meu corpo e entrei no box. A água escorria por toda a extensão do meu corpo, eu a desliguei e passei o sabonete, quando terminei, passei shampoo, uma rotina quase que diária, liguei o chuveiro novamente e deixei a água tirá-los de meu cabelo e corpo. Meus olhos estavam fechados e uma música me veio à mente: Watermelon Sugar. E dessa vez não foi a imagem de Gabriela que me veio à mente, mas sim, a da morena de cabelos e olhos castanhos claro que se movimentava de uma forma tão sensual, abri meus olhos na mesma hora, mas o shampoo não havia saído por completo, acabou entrando em meu olho. - p**a que pariu! – exclamei ao sentir meu olho arder. Deixei a água molhar meu olho, depois tirei todo o resto de shampoo e sabonete de mim e saí do banho. A reunião estava marcada para as 10h, ainda eram 9h03min, chegaria um pouco atrasado, mas não me importei. Coloquei meu terno slim 3 peças cinza feito sob medida, combinando com minha gravata azul marinho e meu sapato Prada Derby em couro preto, um óculos de sol première de Cartier e em meu pulso o meu relógio Rolex. Cheguei na agência as 10h21min, fui direto para a sala de reuniões e já dava para ver as pessoas me esperando antes mesmo de entrar. Abri a porta e fui logo falando: - Desculpem o atraso. Podem colocar seus currículos aqui. – falei apontando para a mesa enfrente a cadeira vazia na qual eu iria me sentar – Vou dar uma olhada e depois conversaremos um pouco. – notei eles se levantarem para colocar os currículos no lugar que eu havia apontado – Volto em um instante. Falei me retirando da sala e indo conversar com Milena, a secretária do andar, para pedir para levaram um café da manhã para mim, eu não havia comido nada desde que me levantei, ela prontamente assentiu e foi providenciar o que eu pedi. Voltei à sala de reuniões. - Vou dar uma olhada nisso aqui – falei sem olhar para os candidatos à minha frente. Comecei a dar uma olhada por cima em todos os currículos e já dava para perceber a disparidade existente entre eles, apenas dois se destacavam, estavam cheios de boas referências, trabalhos anteriores em agências grandes, mas os restantes basicamente não tinham nada. Eu os separei em duas pilhas. - Quem é Roberto Azevedo? – perguntei lendo um dos dois currículos que estavam ao meu lado esquerdo, ele prontamente levantou a mão – E Clara Fontanezzi. – a mulher fez o mesmo – Os currículos de vocês são incríveis, não deixam nada a desejar. Fechei os currículos e nesse momento me permitir olhar para os candidatos que estavam naquela sala, parei ao notar uma mulher morena, de cabelos e olhos castanhos claro e um olhar que me fez voltar a noite passada, nos encaramos por alguns segundos. 

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