Como tudo começou- parte 1

923 Words
Justine acordou com alguém cutucando seus pés e levantou sobressaltada, então encontrou os olhos de Frederica e lembrou se de onde estava, levantou se rápido e olhou para dentro do berço ao seu lado, a bebê estava dormindo calmamente e sentiu-se aliviada. _ Seja rápida Justine, troque de roupa e vamos ao encontro de irmã Vitória, Analice cuidará da criança até você voltar - disse Frederica baixo pra não acordar a bebê, mas Justine não pode deixar de notar uma certa ansiedade no seu modo de falar. Já pronta as duas saíram do quarto, e percorreram um longo corredor que passava por outros quartos e no sentido contrário ao refeitório. As bruxas costumavam dividir os quartos, alguns quartos costumavam dormir até 5 bruxas, cada uma com sua cama de solteiro uma ao lado da outra, todos os quartos possuíam uma divisão para banho, mas as necessidades fisiológicas eram feitas num quartinho no fim do corredor e onde também poderiam tomar banho quem quizesse. Algumas bruxas tinham um quarto só pra si como era o caso da madre Vitória e as vezes só dividiam o quarto com mais uma bruxa, como era o caso de Amália e Frederica. Frederica sempre foi muito fechada, mas era educada e correta com todos, demonstrava um senso de responsabilidade que inspirava respeito a todas, já estava quase com cento e oitenta anos e ainda tinha um apetite s****l voraz, o que nao era tao comum numa bruxa tao vivida, mas sempre se via ela saindo do monasterio encapuzada e silenciosamente para ir nas aldeias saciar seus desejos. Tinha um corpo ainda bonito apesar da idade, s***s fartos, cabelos longos e totalmente grisalhos que só usava preso em um coque, as bruxas só podiam usar roupas pretas ou branca, normalmente usavamos tunicas ou vestidos, sempre abaixo do joelho, roupas coloridas eram apenas para os rituais, Frederica seguia a regra, mas sempre com profundos decotes que valorizavam seus s***s. Ao chegarem a porta do escritório de madre Vitória antes de fazer menção de entrar, Frederica virou se para Justine e falou com olhar severo: _ Não preciso lembra-la que seja lá o que for falado ou feito nesta sala não poderá ser espalhado neste monasterio. _ Sei muito bem disso - Justine sabia que Frederica era o braço direito e esquerdo de Vitória no monasterio e falou respeitosamente. Frederica deu duas batidas na porta e logo escutarao um entre, com Frederica na frente, Justine sentiu seu coração disparar ao passar pelo batente da porta, já conhecia essa sensação e respirou fundo pra se acalmar, o cheiro forte de incenso pareceu acalma-la, ela já conhecia aquela sala que servia de escritório para Vitória nao muito grande, com moveis rusticos, havia duas janelas grandes de vitrais coloridos na parede a direita, a parede da esquerda era toda ocupada por estantes de madeira que iam do chao ao teto com centenas de livros, ao fundo havia uma lareira de pedra com dois armarios fechado, um de cada lado da lareira, uma pequena lampada eletrica iluminava o ambiente deixando-o claro suficiente. A madre Vitória estava sentada de frente pra uma mesa que ficava no meio da sala, a mesa estava coberta por uma toalha branca e em cima havia uma enorme bola de cristal, um jarro de vidro sem alça cheio de água, um pote cheio de pedras de diversos tamanhos e uma vela grossa acessa. Ao ve-las Vitória falou: _ Bom dia Justine! Aproxime-se, sei que dá última vez que esteve aqui saiu muito triste, sente se, vamos tomar chá e a irmã Frederica vai nos fazer companhia. Frederica e Justine imediatamente sentaram-se nas cadeiras de frente pra Vitória, enquanto Vitória servia as xícaras de chá, Justine identificou que o incenso que estava acesso em algum canto da sala era de Alecrim, pegou a xícara e tomou um gole do chá, camomila seu preferido. _Muito bem, como passou a noite Justine? Teve sonhos? Acordou em algum momento da noite?- perguntou Vitória Justine negou e disse que dormiu sem interrupções e sem sonhos, o que era verdade. _Ótimo! Então não há nenhum espírito te acompanhando que queira te prejudicar e parece que nem revelar nada, já que não teve sonhos- revelou Frederica. _ Certo, então vamos começar a nossa reunião, quero que nos conte tudo o que aconteceu desde o primeiro dia que saiu daqui- afirmou Vitória. Justine se sentia calma e estranhamente tudo parecia mais claro para ela, como um filme, e começou falando: _Naquele dia que saí daqui cruzei o portao com raiva e muito medo, pois não estava habituada a vida fora dessa fortaleza, não conhecia ninguém fora desse muros, apesar de terem me dado uma boa quantia em peseta, ouro e documentos, tudo para facilitar minha vida no mundo exterior nao estava convencida de que era a coisa certa, mas como fora o oráculo a determinar minha expulsão, entao tive que aceitar, resolvi ir até o vilarejo próximo daqui e lá procurei me informar como poderia ir a uma cidade que tivesse trens e me disseram que uma carroça sairia naquele dia para uma cidade onde haveria trens e barcos, o que já era uma coincidência pois o homem que fazia esse transporte so fazia essa viagem uma vez no mês, mas sua mae havia sofrido um acidente e como ela morava lá ele queria ve-la, resolvi que iria na carroça e paguei pela viagem, mas ainda levaria duas horas pra sairmos, então resolvi esperar numa praça no meio do vilarejo - disse sorvendo um pouco de chá no final.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD