Depois de tomar seu banho enquanto se vestia Justine perguntou:
_Todas as irmas ja sabem que voltei? Pensei que Maria fosse vir me ver, quando sai daqui era uma bruxa tao carinhosa.
_ Maria nao vira- disse Amalia evitando o olhar de Justine.
_ Como assim? Ela tambem foi mandada embora?- perguntou assustada
_ Acho que no momento certo madre Vitoria conversara com voce por enquanto se concentre em voce- disse Amalia segurando seus ombros.
Justine sentiu uma energia de saudade e achou melhor nao insistir.Ao entrar no refeitório, Justine reconheceu a maioria dos rostos que estavam ali, diversas mulheres sentadas em várias mesas compridas, todas olharam para ela e a cumprimentavam com sorrisos, muitas surpreendidas pela sua aparição quase engasgavam com a sopa que Justine já sabia qual era o sabor e da qual sentiu saudades.
Justine sempre teve temperamento agradável, era um pouco nervosa, mas prática o que a fazia ser sempre requisitada pra ajudar na cozinha, na horta e onde mais fosse preciso. Tinha uma aparência bonita, corpo magro, cabelos curtos e escuros, olhos castanhos claros, mas não tinha sensualidade, charme, como diziam as outras bruxas ela era sem graça e ela nunca ligou pra isso, diferente de suas companheiras, nunca teve um fogo consumidor entre as pernas que a fizesse querer sair a noite para seduzir os homens das aldeias próxima para satisfazer seus desejos eróticos.
Justine ao passar pela primeira mesa, avistou na mesa dos fundos a pequena bebezinha no colo de uma de suas irmãs e foi em direção, viu que todas a estavam dando carinho e atenção, mas mesmo assim quis se certificar que ela estava bem.
Ao chegar perto de onde estava a bebê a irmã Nala que a estava segurando no colo falou:
_ Irmã Justine! Mas que coisa mais fofa trouxe contigo! Qual o nome dessa fofura?
_ Ela ainda não tem nome, ainda não me decidi- falou meio sem jeito
_ Mas então ela é sua filha? Pois trata se de uma lobisomem, pelo visto você deve gostar de homens mais selvagens, ja que teve um bebe lobo. Não deveria estar numa matilha já que não sinto magia nela? - disse irmã Juliete, uma bruxa com cara de deboche.
_ Talvez, mas eu não sei ao certo, nao poderia deixa-la sem mim e achei melhor vir aqui pra pedir ajuda - ao dizer isso todas pareceram entender, se calaram sem mais curiosidades e continuaram a falar coisas doces para a pequena que já cochilava.
Justine se sentou numa mesa próxima junto com Amália que trouxe dois pratos de sopa pra elas. Comeram em silêncio enquanto ouviam as outras irmãs paparicando a criança, ao fim Justine virou para Amália e perguntou:
_ A bebê precisa de um nome, espero que irmã Vitória ajude com isso- disse com certa preocupação
_ Sua intuição não lhe diz nada? Você sente a energia das pessoas, o que a energia dela lhe diz? - perguntou Amália levantando uma das sobrancelhas.
_ Tenho um palpite, pois ela tem uma energia forte, de uma guerreira, com um coração imenso, acho que posso ama lá mais do que a mim mesma - disse Justine franzindo as sobrancelhas.
_ Qual seria o nome? - perguntou Amália, mas nesse momento Frederica estava se aproximando delas e disse:
_Irma Justine, vejo que ja se alimentou e acredito que queira descansar agora, o berço da pequena já está pronto em seu quarto, a irmã Vitória pediu para que fosse se recolher cedo, pois às 6:00h da manhã quer que voce esteja na sala dela- disse em tom baixo para que as outras não escutasse.
_ Certo! - disse Justine já se levantando e recolhendo seu prato.
_ E tem mais, irmã Analice pediu para dormir no quarto com vocês afim de ajuda - lá com a bebê durante a noite, mas apenas se você concordar- disse Frederica esperando uma resposta.
_ Ela me parece gostar de crianças, a quanto tempo ela vive aqui? - perguntou Justine olhando nos olhos de Frederica.
_ Tem quase 1 ano que a família dela a abandonou aqui, ela não tem dons, mas o oráculo nos disse para acolhe lá- disse Frederica aprofundando o olhar.
_ Tudo bem, deixe a dormir conosco - disse desviando o olhar e saiu.
Justine pegou seu precioso pacote do colo de Nala e se despediu de todas, indo em direção ao quarto, seguida de perto por Amália que perguntou:
_ Você não conseguiu me dizer o nome que dará a ela, qual é?
_ Prefiro nao falar até consultarmos o oráculo- disso sentindo um calor no peito ao olhar para a criança que já estava dormindo.
Amália sorriu, ao chegar a porta do quarto se despediu de ambas e foi para seu quarto.
Justine entrou e encontrou Analice sentada na cama esperando por elas que se levantou sorrindo, Justine colocou a pequena no berço de madeira entre as duas camas e enquanto Analice ajeitava a bebê, trocou de roupa e deitou se na cama limpa e quente, seu corpo doeu ao se acomodar na cama, então fez uma breve prece de agradecimento ao criador antes de adormecer.