CAPÍTULO 25 DANTE NARRANDO Desci a rua em uma das minhas motos, a XR preta que ronca alto e chama atenção de longe. O vento batia na cara, mas nem esfriava a raiva que já tava queimando por dentro. Minha mão tava pesada no acelerador, os dedos coçando na embreagem… e na mente só uma parada: a p***a da dívida do pai dela. Cheguei na boca, cumprimentei os menor na contenção só com o queixo, e entrei direto na minha sala. O rádio tava chiando, a TV passando jogo antigo sem som, e o cheiro de cigarro misturado com café velho já impregnava o ar. — Cadê o caderno, porrä? — gritei. O menor que cuidava da contabilidade veio correndo com o caderno preto, aquele grosso, encapado com fita na lombada, todo rabiscado nas bordas. — Tá aqui, chefe. Peguei da mão dele e sentei na cadeira de couro,

