23- DANTE

1062 Words

CAPÍTULO 23 DANTE NARRANDO Já era de tarde. O sol batia torto pela janela, esquentando a sala da boca que já tava carregada de fumaça, cheiro de pólvora e café requentado. Eu tava ali, jogado no sofá de couro preto, camisa aberta no peito, boné na testa e um baseado queimando devagar na minha mão. A cabeça longe… mas nem tanto. Pensava nela. Na Carolina. Desde aquele sonho com a Daniela, minha comadre que já partiu, eu não tava batendo bem. A voz dela ficou ecoando nos meus ouvidos como se fosse ordem: – Acha a Carolina… cuida dela. E desde então, minha mente não sossegava. Ouvi batida na porta. — Pode entrar, porrä. — falei, sem levantar o olhar. Era o menor que eu tinha deixado na bota da Carol. O moleque era ligeiro, desenrolado, daqueles que se camuflam no morro como se fosse

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD