CAPÍTULO 27 DANTE NARRANDO A rua parecia mais apertada que o normal. Mais abafada. O ar não entrava direito no pulmão, a cabeça girava, e o som dos meus próprios passos soava distante, abafado, como se eu tivesse dentro de um pesadelo… ou de um caixão. A porrä da vida deu um nó que nem eu, que sempre fui rápido no raciocínio, consegui desatar. Carolina. Minha afilhada. A mesma que eu mandei buscar na marra, que eu gritei, que eu segurei com força, que eu quase… — Putä que pariu… — murmurei, passando a mão no rosto, tentando apagar o que não tem como ser apagado. Desci o morro sem rumo. Nem sabia pra onde tava indo. Só andava. Passava pelos vapores, pelos menor da contenção, e todo mundo calava a boca, abaixava o olhar. Sabiam que eu tava no modo “não fala comigo ou voa”. Parei no b

