Quem é a Raquel Alencar?
Essa realmente é uma boa pergunta, tem a Raquel que é vista por todos como a Quel desinibida, alegre, amiga, sem papas na língua, doida e divertida.
Assim que prefiro ser conhecida...
Aquela que sorri e segue em frente.
Sabe porque?
Ninguém tem culpa do que eu passei...
Além dessa Raquel conhecida por todos, também há aquela a qual sofreu um trauma que não desejo que mulher nenhuma passe.
Ao qual deixou sequelas grandes e cicatrizes a ponto de me fazer querer desistir de namorar, noivar e casar, clichê né?
Porém era meu sonho.
Era...
HÁ 8 ANOS ATRÁS
Acordo mais cedo que o normal para me arrumar, é um saco acordar seco, porém sempre fui vaidosa, é um preço a se pagar para ficar impecável.
Depois de me arrumar, olho-me mais uma vez no espelho, beleza está ok!
Caminho até o quarto da minha prima/Irmã a Rayanne, carinhosamente chamada de Ray, ao contrário de mim a Ray não é muito vaidosa, contudo com a beleza dela, ela nem precisaria, mesmo eu sempre forçando ela a se arrumar mais, a garota não precisa de nada para ser bonita, um batomzinho e alô beldade, apesar de que todos dizem que eu sou linda e tals, dizem que não preciso de nada, porém, eu amo gente, amo me arrumar e me maquiar, faz parte de mim, eu amo essas coisas, se não amasse TI, eu com toda certeza trabalharia com moda ou beleza.
A Ray perdeu os pai muito novinha, e desde então mora conosco, eu a amo tanto, e como minha mãe diz somos carne e unha, ela é calmaria e eu furacão, nos completamos.
— Rayyyy, acorda mulher!
Pulo na cama toda animada, puxando o lençol.
— Vai dormir Quel, hoje não tem aula, para que acordar tão cedo assim?
— Porque a gente vai para aula de dança depois a gente vai malhar e assim que sairmos da academia, vamos nos arrumar, papai vai bancar o nosso dia de beleza para a nossa formatura.
— Que maravilhaa! Então vou levantar. — Ela se levanta e olha o relógio e me olha irritada. — Eu não acredito nisso Raquel!
Me fala incrédula, e começo a rir, e banco a desentendida.
— No que Ray?
— São 7:00 da manhã!!! — Quase grita.
— Bora, já levantou então pode ir se arrumar, você vai malhar comigo, pronto vamos deixar bumbum na nunca!
— Vou focar no bumbum na nuca, porque se pensar na preguiça permaneço dormindo.
— Isso foca.
— Não sei de onde vem tanta energia e agitação sério.
O dia passou rápido e estávamos conversado enquanto fazíamos as unhas no salão de beleza, a festa seria amanhã, porém estamos adiantando, então quando a Ray puxa assunto ainda meio tímida.
— Quel eu vou me entregar para o Edson amanhã. — Não gosto muito dele, sei lá algo nele não me desce, mas respeito, assim como ela respeita o meu ficante, ele diz que é meu namorado, mas não pediu a minha família, então o considero um ficante só. — O que você acha?
— Ray sabe o que penso não é?
—Sei, mas já faz tanto tempo.
— Mas isso não é motivação para se entregar para alguém Ray, mamãe disse que saberemos o momento certo.
— Eu sei Quel, eu vou pensar mais sobre isso, olha tenho que ir, esqueci meu carregador na casa dele e tenho que ir buscar.
Ela já havia terminado, mas continuava sentada ao meu lado conversando.
— Vai sim, tenho que fazer algumas coisas que meu pai pediu, depois me arrumo para a festa, vou sair com o Celso, e vou deixar rolar...
— Ah sabe o que também penso dele não é?
— Sei, mas sabe que não sou fácil, então fique despreocupada.
A Ray vai para o apartamento do Edson e eu vou para casa me arrumar.
Dada a hora que marcamos, ouço a buzina do carro dele, Celso era dois anos mais velho do que e era um dos meninos mais desejados entre as meninas do nosso bairro, ela ainda não tinha me pedido em namoro, porém para ele, eu era namorada dele, eu ia a casa dos pais dele jantar, andávamos de mãos dadas, nunca fomos adiante, nunca fui muito de ceder, porém ele sempre foi paciente comigo, era beijinhos, e quando esquentava eu o parava.
— Oi loirinha.
Eu envolvo meus braços no seu pescoço e o beijo.
— Oiii.
— Vamos? Tenho uma surpresa para você.
Saímos e ele me levou num lugar muito caro e lá me pediu em namoro.
— Eu até aceito, mas tem que pedi ao meu pai.
— Um dia eu vou, para ter você para mim, enfrento até a fera do seu pai...
— Ah, ele não é assim...
— Nunca deixa a gente sozinho.
— Para que você quer ficar sozinho comigo?
Franzindo a testa, pois ficávamos sozinhos.
— Pois quero mais i********e entre nós...
— Sabe que não é o momento ainda não é?
— Sei... A propósito quando será?
— Não sei ainda, precisamos amadurecer o nosso relacionamento.
E lá está ele chateado, como sempre que tocamos nesse assunto, fechou a cara.
— Vamos embora, mas antes tome a sua bebida, — Empurra a taça com vinho para mim. — vi que não tocou nela.
— Sabe que não bebo...
— Só um pouco gatinha, um golinho.
Para agrada-lo, eu bebo um golinho apenas, e logo após peço licença para ir ao banheiro rapidinho, termino de fazer xixi e vou lavar as mãos, eu olho no espelho e vejo tudo turvo, ele me esperava fora do banheiro.
— Está se sentindo bem gatinha?
— Não... Eu não devia tomar vinho, não estou acostumada, bebi um pouquinho e olha como estou zonza.
— Calma gatinha, eu vou cuidar de você.
Ele me abraça de lado e me leva para o carro, estou com tanto sono que nem sei explicar, porém antes de fechar os olhos escuto ele dizendo..
— Raquel?
— Oi... — Abro um sorriso fraco pela minha tonteira.
— Lembra que disse que um dia você seria minha?
— Sim.
— Anote isso gatinha, você é minha, não esqueça disso, toda minha...
Após escutar aquilo eu apaguei.