Mariana narrando Acordei como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Literalmente. Eu não tô exagerando. Era dor nos músculos, dor nas costas, dor na nuca, dor na perna, dor até na sola do pé. Um peso estranho no corpo, como se eu tivesse passado a noite inteira sendo atropelada por um time de futebol americano. E o pior: era aquele tipo de dor boa, aquela que carrega junto o gosto de ter vivido coisa demais num intervalo de tempo muito pequeno. Só que o corpo não perdoa. Ele cobra. E ele tava cobrando com juros e correção monetária agora. Demorei alguns segundos pra processar o espaço à minha volta. O lençol bagunçado. O travesseiro com o cheiro dele. A camisola embolada na minha cintura. E o mais estranho: a ausência. Virei pro lado num reflexo automático, esperando ver o so

