Caveira narrando
Eu não posso fingir que é fácil. Não posso fazer pose de durão e dizer que ver a Débora indo pra pista resolver esse tipo de coisa sozinha, por mais f**a que ela seja, não mexe comigo. Porque mexe. E muito. E por mais que eu já tenha lidado com mulher demais nessa vida — de todo tipo, em todo canto — nenhuma delas me tirou o eixo como ela tira. Nenhuma me deixou vulnerável dessa forma silenciosa, onde o medo não vem de perder o controle da favela, mas sim de perder ela.
Eu tava encostado ali na moldura da porta, os braços cruzados, observando cada movimento dela enquanto ela organizava os documentos. Pastas, extratos, cópias autenticadas, assinaturas. Ela tava na função. Cabelos presos, óculos na ponta do nariz, a expressão focada de quem sabe o que precisa fazer. E po
