Quanto mais alto Josh falava, mais impaciente Luke ficava.
— Que insistente — murmurou, antes de forçar o rosto de Josh contra a mesa.
Um riso nervoso escapou dos meus lábios. Tentei controlá-lo, mas meu corpo tremia. A dor pulsava, e respirar fundo era um desafio. Cada movimento era um lembrete doloroso.
— Levem-no daqui. E avisem Parker, quero a conta Euler protegida — ordenou Luke aos seus homens. Eles assentiram, removendo Josh da sala com o mínimo de cuidado.
Eu permaneci em silêncio, o riso já havia desaparecido. Podia sentir meu coração acelerado. Luke se virou, o rosto sereno. Imóvel e distante, me perguntei o que antes me atraía nele.
— Levante-se, por favor.
Olhei para baixo, hesitante. Tentar me levantar provavelmente resultaria em uma queda.
Luke suspirou, aproximando-se. Apoiou-me com cuidado, e um gemido involuntário escapou dos meus lábios. Não grite, não lhe dê essa satisfação.
— Apenas se apoie em mim. Preciso dar uma olhada em você.
— Aqui? — murmurei.
Ele franziu a testa.
— Sim, aqui.
— Você não é médico... — Tentei me afastar.
— Acalme-se, *Bambina*. Há muito sobre mim que você não sabe — respondeu, sua voz mais suave. Senti como se estivesse machucada.
Ele desabotoou meu vestido com cuidado, mantendo-me estável. A peça escorregou, revelando os hematomas que começavam a surgir em meu abdômen. Luke tocou levemente a área.
— Ai! — exclamei.
— Silêncio. É sinal de fraqueza — disse, antes de examinar minha cintura. Estremeci com o toque, apesar do calor na minha pele. Ele pareceu notar os ferimentos.
— Acho que quebrei uma costela.
— Imaginei — respondi, com um toque de ironia. Ele estreitou os olhos, e me calei.
— Por que é tão difícil para você cooperar? — perguntou, incrédulo.
— Eu disse que não significava nada para ele — murmurei, tentando soar indiferente. Mas soou como uma criança que perdeu um brinquedo.
Luke ignorou a referência. Tirou o paletó e colocou sobre meus ombros.
— Use algo confortável. Vou pedir para alguém examiná-la no seu quarto.
— Então... ficarei só de roupa íntima e seu paletó?
Ele assentiu, a mandíbula tensa. Notei uma reação em seu corpo. Ele estava e******o? Parecia improvável, considerando minha situação.
— Não vou conseguir andar — admiti. Estava exausta.
— Eu carrego você, mas não será agradável. — Ele não precisou repetir. Coloquei minha boca em seu peito para abafar meus gritos quando ele me pegou no colo. Era como quebrar a costela novamente. Quis desmaiar. Enquanto ele caminhava, permaneci alerta, mas atordoada.
Ele parou na recepção.
— Natalie, chame Kacey Rowland. Preciso dos serviços dela.
— Ela está muito machucada.
— Eu sei — respondeu, o aperto aumentando e causando outro gemido meu. — Desculpe.
Ele murmurou, saindo do prédio. Perdi a consciência, ouvindo apenas seus passos e minha respiração. O som de uma porta de carro me despertou, e fui gentilmente colocada no assento.
Eu estava ciente de Luke ao meu lado. Me forcei a ficar acordada, mas o movimento do carro me venceu, e me entreguei ao sono.
[...]
— Você não acha isso incrível?
Acordei com a voz de Max. Lutei para abrir os olhos, sentindo dor. Tentei controlar meu corpo.
— Sei que está acordada, princesa.
Abri os olhos. Parecia ter dormido por dias. A dor no braço era real. Fixei meu olhar em Max.
Ele sorriu e sentou-se na cama.
— Não se esforce para falar. Você está dormindo há um tempo — explicou, manipulando uma arma. — O engraçado é que você só deveria ter ferimentos leves. Mas preparei algo melhor. — Ele riu.
Um sorriso sádico se espalhou em seu rosto.
— Te dei um sedativo para diminuir o inchaço. — Levou a arma à boca. Os olhos brilhavam. — Isso me beneficia, porque você estará acordada quando eu estiver em você, mas não conseguirá se mover. A dor a manterá consciente.
Meu coração acelerou. Eu m*l conseguia me mover, e Max se aproveitaria. Onde estava Luke? Ele não me deixaria com Max, sabendo o que ele tentou fazer, certo?
Por que esperava tanto de Luke?
Me amaldiçoei por ser ingênua. Não importava. Max me tocaria, me machucaria.
— V-você... — sussurrei.
— Shh — respondeu, tirando o cobertor. Eu vestia uma camisola de seda fina. Ele me olhou, e senti nojo. — Você não vai gostar disso.
Ele tirou minha camisola. Virei-me, sentindo a dor, mas ele me forçou a deitar.
— Não! — gritei. Ele abriu minhas pernas.
Ele grunhiu. Luke o puxou de cima de mim, furioso.
— Que merda é essa? — perguntou Max, se levantando. — Senhor, eu não entendo...
Luke o socou, acertando sua mandíbula. Max cambaleou, e vi o brilho de uma faca.
Em segundos, Max estava no chão, com a faca na garganta. Tentava respirar, em vão.
— Ninguém aprende — murmurou Luke. — Um bando de inúteis, gananciosos, desleais... *pezzo di merda*.
Luke retirou a faca, deixando o corpo cair.
Ele veio até mim, olhando meu corpo antes de examinar meu braço. Seus dedos roçaram minha pele.
— Descanse.
Meus olhos se arregalaram. Como descansar com um cadáver ali? Eu tinha medo de Luke. Mais do que nunca.
Seu rosto suavizou, e ele sorriu.
— Não se preocupe. Vou mandar limpar. Quando acordar, nada terá acontecido.
— P-por quê?
— O quê?
— Q-que...
— Não agradeça — respondeu, tirando a mão. — Isso... — Ele gesticulou para a roupa rasgada. — É normal para Max.
Ele olhou o corpo de Max.
— Isso não é normal para mim. Eu... eu normalmente não me importo, mas com você é diferente... — Ele suspirou. O que foi diferente? Se ele estava insinuando que eu estava recebendo tratamento presidencial, ele estava louco. — Eu não queria que ninguém tocasse você, e ele foi desobediente. Não tenho tolerância para essas coisas. Quando você controla uma matilha, você elimina aquele que o desafia, então os outros permanecem em ordem.
— Então... — eu tossi. — O que eu sou? Especial?
Ele caminhou lentamente em direção à porta, zombando antes de virar a cabeça para me lançar um olhar ácido.
— De jeito nenhum.