Capítulo 05
Ethan
— Espero que aproveite a sua aquisição, senhor Reed. — Murmuro.
A encaro, piscando em sua direção. Posso sentir uma raiva subindo pelo meu corpo. Eu não deveria me preocupar com isso, mas odeio a sensação de que estão a tratando como um objeto.
Eu não a vejo dessa forma, não mesmo. Ela não é a p***a de um abajur caro, mas ela ainda foi arrematada em um leilão.
Não respondo a mulher e entro no quarto. Encontro Melissa sentada sobre a cama, apertando seus dedos uns nos outros e olhando para baixo. Posso perceber que seu corpo treme um pouco. Ela não viu o meu rosto no leilão — apenas a plateia podia enxergar — e estava com medo.
Devem ter comentado com ela sobre o que aconteceu. Sobre a agressividade. Ficou claro também com o rastro de sangue que Edward deixou atrás de sí.
— O que você acha que está acontecendo aqui? — Pergunto, minha voz saindo mais grossa do que eu esperava. — Olhe para mim!
Ela levantou o rosto devagar e tremeu. Pude perceber o quanto ela estava quieta ali. Me olhando como um cachorro abandonado.
— Estou aqui para servir e obedecer... senhor. — Ela diz, calma e baixo.
Suspiro. Ela foi treinada como uma maldita escrava s****l. Eu não consigo ter coragem de tocar nela, não sabendo que ela não me quer.
Céus, ela não me quer. Penso. Eu comprei a p***a de uma vádia que não me quer.
A questão, porém, é que Melissa não é uma vádia. Ela não tem esse fenotipo e eu penso no maldito babaca que a meteu nisso com mais frequência do que desejo.
— Coloque um casaco. — Ordeno.
— Hãn? — Ela grunhe, seus olhos transparecendo dúvida.
— Coloque um casaco, ou você não está com frio? — Pergunto, reparando na lingerie minúscula que abraça o seu corpo.
É vermelha e de renda, não desejando muito aos pensamentos. Lambo meus lábios. Consigo me imaginar.... balanço a cabeça e expulso esses pensamentos.
— Eu não sei o que o senhor pretende, mas... — ela se levanta, puxando a alça do sutiã.
Seguro a sua mão. Eu sei dos meus limites e ela não está respeitando nenhum deles.
— Eu não pretendo nada, Melissa! — Ordeno. — Eu estou mandando você colocar a p***a do casaco, é tão difícil?
Ela pisca e dá um passo para trás, indo até o guarda-roupas disposto ao meu lado e o abrindo, pegando um casaco de moletom.
— Vista a calça também. — Aponto para a peça do conjunto.
Ela não responde, apenas faz tudo tão rápidamente que eu só consigo me sentir mais aliviado quando todas as peças entram em seu corpo.
— O senhor não gostou de mim? — Ela perguntou, as bochechas vermelhas. — Eu posso voltar para lá e...
— Venha comigo! — Digo, firme.
A sua insegurança me deixa um pouco transtornado. Eu só quero coloca-la contra a p***a de uma parede e me enfiar profundamente em seu interior.
Me viro e saio do quarto. Ouço a porta batendo atrás de mim e em seguida, o som dos seus passos. Não olho para trás enquanto atravesso o corredor.
— Senhor Reed. — Susan parece surpresa ao me ver. — Não sabia que estava aqui.
Seu sorriso é imenso embaixo do batão vermelho.
— Já estou de saída. — Resmungo.
Ela torce um pouco o pescoço, encontrando Melissa atrás de mim.
— E você? Não deveria estar fazendo... seja lá o que? — Diz, grosseira. — Estamos conversando aqui!
— Desculpe, eu... — sua voz sai baixa e medrosa.
Que merda Susan tem feito com essas garotas?
— Não, eu não quero saber, vire-se e saia. — Balança as mãos.
Melissa me encara ansiosa.
— Ela está comigo! — Falo.
Um silêncio se segue. Susan parece bem chocada com isso e engole em seco, passando os olhos de um para o outro.
— Não é permitido tirar a garota daqui. — Ela diz baixo.
— Não me importo, eu sou o dono desse lugar. — Seguro a mão de Melissa. — Eu a levo para onde quiser. A dívida está quitada, ela vai receber a parte dela e ir embora, não?
— É pela segurança delas. — Ela levanta o queixo.
— Susan, saia da minha frente... — paro um segundo. — pela sua segurança.