CAP 3- A ROTINA

5000 Words
Floriani acorda e como de costume afaga Precioso e diz um sonoro: - Bom dia meu tesourinho. Senta e se espreguiça como se estivesse ouvindo sua música: It’s My Life do Bon Jovi. Nada mais justo para uma pessoa com sol no coração: It's My Life This ain't a song for the broken-hearted No silent prayer for the faith-departed I ain't gonna be just a face in the crowd You're gonna hear my voice when I shout it out loud It's my life It's now or never I ain't gonna live forever I just want to live while I'm alive (It's my life) My heart is like an open highway Like Frankie said I did it my way I just wanna live while I'm alive It's my life This is for the ones who stood their ground For Tommy and Gina who never backed down Tomorrow's getting harder make no mistake Luck ain't even lucky Got to make your own breaks It's my life It's now or never I ain't gonna live forever I just want to live while I'm alive (It's my life) My heart is like an open highway Like Frankie said I did it my way I just wanna live while I'm alive 'Cause it's my life Better stand tall when they're calling you out Don't bend, don't break, baby, don't back down It's my life It's now or never 'Cause I ain't gonna live forever I just want to live while I'm alive (It's my life) My heart is like an open highway Like Frankie said I did it my way I just wanna live while I'm alive (It's my life) It's now or never I ain't gonna live forever I just want to live while I'm alive (It's my life) My heart is like an open highway Like Frankie said I did it my way I just wanna live while I'm alive 'Cause It's my life Ele sorri, como se ouvisse a música em sua mente, como se o próprio John estivesse cantando no seu ouvido (ele até imagina John fazendo isso e balança os ombros como se sentisse um leve arrepio): É a minha vida Esta não é uma canção para quem está de coração partido Não é uma oração silenciosa para os que perderam a fé Eu não serei apenas um rosto na multidão Vocês vão ouvir minha voz quando eu gritar bem alto É a minha vida É agora ou nunca Eu não vou viver para sempre Eu só quero viver enquanto estiver vivo (É a minha vida) Meu coração é como uma estrada livre Como Frankie disse Eu fiz do meu jeito Eu só quero viver enquanto estiver vivo É a minha vida Esta é para aqueles que conquistaram seu espaço Para Tommy e Gina que nunca desistiram Amanhã será mais difícil não cometer erros Nem a sorte é afortunada Tem que fazer suas próprias oportunidades É a minha vida É agora ou nunca Eu não vou viver para sempre Eu só quero viver enquanto estiver vivo (É a minha vida) Meu coração é como uma estrada livre Como Frankie disse Eu fiz do meu jeito Eu só quero viver enquanto estiver vivo Porque é a minha vida É melhor estar alerta quando eles te convocarem Não se curve, não ceda, querida, não recue É a minha vida É agora ou nunca Porque eu não vou viver para sempre Eu só quero viver enquanto estiver vivo (É a minha vida) Meu coração é como uma estrada livre Como Frankie disse Eu fiz do meu jeito Eu só quero viver enquanto estiver vivo (É a minha vida) É agora ou nunca Eu não vou viver para sempre Eu só quero viver enquanto estiver vivo (É a minha vida) Meu coração é como uma estrada livre Como Frankie disse Eu fiz do meu jeito Eu só quero viver enquanto estiver vivo Porque é a minha vida Precioso, parecia ouvir a música também. Pula da cama junto com seu dono. Ambos vão até o banheiro. Precioso vai até um canto onde tem um tapete higiênico e faz o seu pipi. Flor olha para ele e diz: - Muito bem filhote. Fazendo o pipi no lugar certinho. Floriani escova seus dentes, ainda de pijama, vai até seu armário, muito organizado, e tira sua calça de brim despojada e perfeitamente justa ao seu corpo e, também, sua blusa branca básica. Sim, Floriani ama o branco e o azul claro do brim. Suas roupas são assim, quase iguais. Todas com tonalidades: amarelo bebê, azul bebê, rosa bebê e com muitas calças de brim azul claro. Vai até sua cômoda e abre a primeira gaveta. Apenas cuecas brancas, cada uma bordado um desenho diferente, todas no canto esquerdo da frente. Pega uma com uma rosa cor de rosa bordada. Abrindo a gaveta abaixo, encontram-se muitos lenços coloridos, organizados do tom mais fraco ao forte. Ele vê um florido azul forte e o pega sorrindo. Na próxima gaveta, lenços iguais aos dele, organizados na mesma ordem, só que em tamanho pequeno. Claro que seria, para Precioso. Pega um lenço igual ao seu. Colocando seu lenço, arruma o de Precioso, que está sentadinho esperando. Ajeitando o lenço ele diz: - Tal pai, tal filho. Dirigindo-se a sapateira, ao abri-la, somente sapatênis preto. Ele pega o bem de cima, da esquerda para direita, e coloca sem meias. Tudo isso dançando com sua música na sua cabeça. Precioso dá pequenos rodopios com seu dono. Indo para o quarto de nossa destemida h*****a, a encontramos com travesseiro nos ouvidos segurando as mãos. Rebeca diz: - Estou te ouvindo de novo, Gal. Digo a ela: - Eu sei. Gosto de saber que você está me ouvindo. Rebeca: - Será que poderia ligar nossa sintonia apenas depois das nove horas? Sou autônoma e não preciso bater ponto. Nossa sempre “reclamona” diva, solta o travesseiro, como se estivesse tudo em silêncio. Ela franze a testa e t**a de novo, ao me ouvir. Rebeca bate com as mãos, do lado do seu corpo, na cama dizendo: - Ótimo agora fiquei com a música do Floriani na cabeça. Preciso da minha música - nisso pega seu celular no criado mudo e coloca a música “Waiting For The End” do Linkin Park: “Waiting For The End This is not the end This is not the beginning Just a voice like a riot Rocking every revision But you listen to the tone And the violent rhythm Even though the words sound steady Something empty's within em We say yeah With fists flying up in the air Like we're holding onto somenthing That's invisible there Cause we're living at the mercy Of the pain and the fear Until we dead it Forget it Let it all disappear Waiting for the end to come Wishing I had strength to stand This is not what I had planned It's out of my control Flying at the speed of light Thoughts were spinning in my head So many things were left unsaid It's hard to let you go I know what it takes to move on I know how it feels to lie All I wanna do Is trade this life for something new Holding on to what I haven't got Sitting in an empty room Trying to forget the past This was never meant to last I wish it wasn't so I know what it takes to move on I know how it feels to lie All I wanna do Is trade this life for something new Holding on to what I haven't got What was left When that fire was gone I throught it felt right But that right was wrong All caught up in the eye of the storm And trying to figure out What it's like moving on And I don't even know What kind of things I said My mouth kept moving And my mind went dead Picking up the pieces Nowhere to begin The hardest part of ending Is starting again All I wanna do Is trade this life for something new Holding on to what I haven't got This is not the end This is not the beginning Just a voice like a riot Rocking every revision But you listen to the tone And the violent rhythm Even though the words sound steady Something emptys within them We say yeah With fists flying up in the air Like we're holding onto something That's invisible there Cause we're living at the mercy Of the pain and the fear Until we dead it Forget it Let it all disappear Forget it Let it disappear” Coloco aqui a tradução da alma de nossa destemida mocinha: “Esperando o fim Esse não é o fim Esse não é o começo É só uma voz como uma revolta Balançando cada melhoria Mas você ouve o tom E o ritmo violento Embora as palavras pareçam firmes Tem algo vazio dentro delas Nós dizemos, yeah Com os braços no alto Como se estivéssemos nos segurando a algo Que é invisível Pois estamos vivendo à mercê Da dor e do medo Até morrermos Esquecermos Deixarmos tudo desaparecer Esperando o fim chegar Desejando que eu tivesse força para suportar Não é isso que eu tinha planejado Isto saiu do meu controle Voando à velocidade da luz Pensamentos giravam na minha cabeça Tantas coisas que não foram ditas É difícil deixar você partir Eu sei o que é preciso para seguir em frente Sei qual é a sensação de mentir Tudo que eu quero fazer É trocar essa vida por algo novo Tomando posse do que eu não tive Sentando em um quarto vazio Tentando esquecer o passado Isso nunca foi feito para durar Eu queria que não fosse assim Eu sei o que é preciso para seguir em frente Sei qual é a sensação de mentir Tudo que eu quero fazer É trocar essa vida por algo novo Tomando posse do que eu não tive O que restou Quando o fogo acabou Eu achei uma boa sensação Mas o cs estamos vivendo à mercê Da dor e do medo Até morrermos Esquecermos Deixarmos tudo desaparecer Esperando o fim chegar Desejando que eu tivesse força para suportar Não é isso que eu tinha planejado Isto saiu do meu controle Voando à velocidade da luz Pensamentos giravam na minha cabeça Tantas coisas que não foram ditas É difícil deixar você partir Eu sei o que é preciso para seguir em frente Sei qual é a sensação de mentir Tudo que eu quero fazer É trocar essa vida por algo novo Tomando posse do que eu não tive Sentando em um quarto vazio Tentando esquecer o passado Isso nunca foi feito para durar Eu queria que não fosse assim Eu sei o que é preciso para seguir em frente Sei qual é a sensação de mentir Tudo que eu quero fazer É trocar essa vida por algo novo Tomando posse do que eu não tive O que restou Quando o fogo acabou Eu achei uma boa sensação Mas o certo era errado Tudo apanhado no meio da tempestade E tentando entender Qual era a sensação de seguir em frente E eu realmente não sei Quais tipos de coisas que eu disse A minha boca continuava mexendo E a minha mente morreu Juntando os pedaços Sem ter por onde começar A parte mais difícil do final É ter de recomeçar Tudo que eu quero fazer É trocar essa vida por algo novo Tomando posse do que eu não tive Esse não é o fim Esse não é o começo É só uma voz como uma revolta Balançando cada melhoria Mas você ouve o tom E o ritmo violento Embora as palavras pareçam firmes Algo se esvazia dentro delas Nós dizemos, yeah Com os braços no alto Como se estivéssemos nos segurando a algo Que é invisível Pois estamos vivendo à mercê Da dor e do medo Até morrermos Esquecermos Deixarmos tudo desaparecer” Rebeca dança feito uma louca. Sacode a cabeça para frente, bate seus pés, rodopia, eleva seus braços, se solta toda e sorri ao me ouvir narrar. Vai até o banheiro para tomar seu banho. Exagera em tudo. Muito shampoo, condicionador, sabonete e espuma. Desligando o chuveiro, abre o box e pega uma toalha enrolando em seus lindos cachos loiros. Coloca o roupão também pendurado fora do box. Coloca o chinelo de dedo que está em um tapete logo na frente da saída do chuveiro. Vai até a pia e começa a escovar seus dentes com uma delicadeza de dar inveja (sarcasmo). Ela então para de escovar e diz com a boca cheia, olhando para mim: - Xarope. No que eu ignoro e sigo a narrativa. Após limpar a pele se dirige até seu guarda-roupa com a porta de correr. Abre e tem muitas roupas socadas sem dobrar. Pendurados estão macacões de jeans em tons claros e escuros. De outro lado, camisetas penduradas em tons fortes predominantemente em cores lilás, vermelhos e cor de laranja. Ela escolhe a camisa vermelha. Dirigindo-se em sua sapateira, alpargatas todas bege e creme. Pega a que está no chão. Em seu quarto, Arthur está fazendo a barba. Com a televisão ligada assiste o jornal com a porta aberta. A toalha está enrolada em seu quadril. Passando perfume de marca, passa ainda desodorante em todo peito peludo. Penteia seus cabelos com gel, sorri olhando no espelho, se achando lindo. Vai até o armário, sempre de olho na televisão, abrindo vemos várias calças com tonalidades diferentes, todas nas cores azul marinho, preto, marrom e cinza. Tudo organizado do mais escuro para o mais claro. Ele olhando para a organização diz: - Que seria da minha vida sem sua organização meu Floquinho? Arthur pega a calça azul marinho. As camisas em várias cores do tom claro ao escuro. Todas sociais organizadas e passadas de maneira impecável por Floriani (muito Amélia, eu diria). Ele escolhe a preta e vai até a sapateira. Nelas, sapatos sociais apenas da cor preto. Após a escolha do sapato vai até sua cômoda e escolhe um cinto combinando, uma meia preta e senta até sua cama. Olha novamente para televisão. Colocando suas meias, calça seus sapatos, ergue-se e coloca o sinto. Olha no espelho do quarto e passa a mão no cabelo. Ao sair do quarto já sente o cheiro de pão quentinho e café passado. Ele sorri com cara de apaixonado e diz: - Floquinho você não existe. (Continuo dizendo que Flor é muito Amélia para meu gosto) Arthur entrando na cozinha vê Floriani arrumando tudo, Precioso comendo em sua tigelinha e Rebeca já comendo. Dá um selinho em Floriani e outro em Rebeca e senta-se. Floriani vem servindo seu café. Rebeca vira os olhos e diz: - Credo, Floriani deixa que ele serve. Odeio isso que você faz. Floriani sorri e começa a preparar um pão com queijo e presunto como Arthur gosta dizendo: - Gosto de mimar meu marido. – Arthur sorri. Rebeca diz: - Pra mim você não precisa fazer nada. Sei que você tem muitas coisas para fazer, ao invés de alcançar tudo na mão da gente. - Olha para Arthur dando uma indireta. Arthur com cara de ironia diz: - Falou aquela que tem suas roupas passadas e limpas pelo Floquinho. – Eles se olham e sorriem. Rebeca com cara de nojo diz: - É mais lavo o banheiro dele, porque ele morre de nojo. – Flor olha para Arthur concordando com a cabeça. Então Flor pega da torradeira o queijo quente para Rebeca e coloca em sua frente. Ela diz: - Não acredito que você fez para mim! - diz mordendo delicadamente, como sempre, mesmo quente, o que a faz abanar colocando a mão na boca. Arthur olha para trás dizendo: - Credo Rebeca, estou vendo tua comida. Ela responde: - Olha porque quer. Arthur: - Porque coloca quente na boca sempre? Flor: - Esganada. Rebeca gargalha. Arthur: - Então, Flor não fez algo para você e alcançou na mãozinha? Rebeca gargalha, respondendo: - É diferente. Arthur: - Diferente como? Beca: - Você é o marido machão, que acha que o Flor tem que alcançar tudo. Arthur olha com cara de deboche para ela dizendo: - Se eu sou o marido machão, o que eu estou fazendo com você, que não faz nada por mim e só tenta mandar em mim? Flor ri e vendo que Rebeca não gosta, disfarça o sorriso e prende a boca com os dedos. Rebeca: - Você está aprendendo a ser gente, evoluir. Arthur dá um sorriso sem graça: - Palhaça. Flor: - Na verdade eu amo cuidar de quem amo. Vocês que não cuidam nem um pouco de mim. Rebeca olha para ele com cara de dó: - Verdade, anjinho. Vou tentar melhorar. - diz colocando a mão no braço de Flor. Flor coloca a mão em cima da mão de Beca dizendo: - Só não cozinha para mim, tá? Que você vai tentar me m***r, não me cuidar. Desta vez, quem gargalha é Arthur. Beca bate no braço de Flor, que ri de forma doce. Arthur: - Vou tentar melhorar também. Beca: - Se Arthur for mais atencioso começo a acreditar em milagres. Arthur sorri sem ligar para a brincadeira. Flor então beija a testa de Beca e a de Arthur, dizendo: - Amo vocês do jeitinho que são, vai. Beca: - Ai que bom. Adoro ser egoísta. Arthur gargalha, dizendo: - Beca, você não presta. Beca: - Ué, sou sincera. Arthur então começa suas recomendações: - Vocês, se forem sair, cuidem os trejeitos e os foras. Tentem não fazerem nada suspeito com a janela aberta. Flor: - Tudo isso, pelo visto, foi para mim. Arthur: - Amor, você tem um jeitinho muito doce. Flor: - Mas Beca parece uma moleca e não diz nada. Arthur: - Ela ainda é feminina e você também. Esse é o problema para a sociedade, não para mim. Flor: - Não sou feminino sempre. Beca: - Tá brincando? Você é mais feminino que eu. Flor ri sem jeito. Arthur: - Odeio concordar com Rebeca, mas é sim. Beca olha para Arthur, dizendo: - Você odeia concordar comigo? Arthur: - Quebra a nossa química. Rebeca gargalha. Flor: - Vai lá gente, sei ser macho alfa. Beca e Arthur gargalham juntos dizendo; - Você? Beca: - Tá, quando você incorpora um papel, sim. Você é ótimo ator. Flor, emocionado, agradece colocando a mão no peito. Arthur: - Ah, mas ele escorrega sempre. Beca: - Nada. Lembra da festa de aniversário da tua mãe? Flor: - Da tua promoção. Beca: - Do jantar, que tivemos que fazer, para seu antigo chefe. Arthur, fazendo pare com uma das mãos, diz: - Tá...lembro agora. Beca: - Nosso anjinho incorpora o alfa e não sai do personagem. Flor: - Diga-se de passagem, foi o melhor dinheiro gasto, com as aulas de teatro. Beca: - Não foram as aulas bobo, você que tem talento. Flor, faz com uma das mãos para baixo, sem graça, como que dizendo capaz. Arthur: - Está aí, um trejeito típico de gay. Flor: - Isso é estereótipo. Arthur: - Chame do que quiser, só não faça. Beca: - Pelo visto o Arthur é daqueles que acham que todo macho alfa se coça, cospe no chão e quando tá bravo, coloca a mão nas suas partes íntimas. Flor faz carinha de nojo, mas concorda com as mãos. Arthur rindo diz: - Não...vocês sabem que não. Sou alfa e bissexual e jamais cuspiria no chão. Beca: - Graças a Deus né? Seria brochante. Arthur: - Eu assumo que tenho expressões verbais um tanto antigas que preciso melhorar. Beca: - Tem sim. Arthur faz pare com as mãos, para que não comecem a falar a respeito, dizendo: - Eu sei que preciso também parar com estereótipos em nossa comunidade LGBT+. Já melhorei muito antes de conhecer vocês. Beca: - Isso é verdade. Lembra quando Arthur foi conhecer nossa comunidade e saiu com um “Mona”? Arthur: -Ah, qual é. Você fala, Beca. Beca: - Para vocês dois né boco. Isso não se fala mais desde os anos noventa. Flor: - E a frase que ela adora me dizer? - diz mudando a voz: -Não precisa ficar contando para todo mundo que você é gay. Arthur: - Mas não precisa. Você parece que gosta de levantar bandeira. Beca: - Outra coisa que aborrece é essa frase ai. Flor: - Tem vezes que parece que estamos diante de um heterossexual. Arthur: - Vivi fugindo de quem sou, vocês abem disso, camuflando, dissimulando, repetindo frases feitas, por uma comunidade heterossexual homofóbica. Odeio Chatville. Flor segura na mão de Arthur dizendo: - Nós sabemos, amor. Por isso temos paciência. Arthur beija a mão de Flor dizendo: - Eu sei e agradeço. Beca: - O pior é quando você arruma “amigos” heteros e homofóbicos. Arthur: - Mas todos que trouxe para dentro de casa, só fiquei sabendo depois. Eles pareciam pessoas sem homofobia. Beca: - Porque? Alguns deles saíram com a frase: “Eu não sou homofóbico, tenho até um amigo gay”? Arthur: - Eles usam a palavra preconceito. Não usaram essa frase. Flor: - Mas você defende que todo homem afeminado é gay. Arthur: - Cita um que não seja. Beca: - Mateus da Biba. Arthur: - Ele é meio confuso, vamos combinar. Flor: - Preconceito seu. Arthur: - Não fala assim, vai. Beca: - Amor, se você não entender que o que diz é errado, não vai mudar e parar de dizer. Arthur: Estou tentando… Flor: - E já melhorou muito. Beca: - Você não queria que eu trocasse a roupa na frente do Flor, lembra? Arthur: - Isso porque ele é homem. Flor - Pelo amor de Deus, sou homem e homossexual. Não vai começar com isso de novo né? Arthur: - Não, eu entendo bem essa distinção, agora. Quando vocês me conheceram eu estava meio perdido. Beca: - Sabe do que eu estou lembrando? Arthur: - Tenho até medo de perguntar. Flor: - Diga - fala colocando a mão no queixo. Beca: - Lembra logo que levamos o Arthur para a comunidade? Ele ficava bancando o Santo Antônio dos gays? Flor dá uma gargalhada delicada. Arthur: - Em minha defesa, tenho essa mania com casais héteros, também. Também tem que cuidar de tudo, que tudo machuca. Flor: - Outra frase que precisa mudar, amor. Se nossos direitos fossem respeitados, não teríamos tantas frases m*l ditas. Você vê frases que ofendam um hétero por ele ser hétero? Arthur: - Tem razão. Ainda falo m***a. Beca: - Mas tem uma coisa fofa no Arthur que preciso dizer. - Flor pisca para ela, lembrando da conversa da noite passada. Ela então continua: - Com ele não tem isso de coisa de mulher, coisa de homem, coisa que gay não faz porque é de homem. Flor: - Verdade. Até porque para fazer força você é muito mais forte que ele né? Os dois riem e Arthur faz cara de nojinho. Beca: - E lembra daquele amigo do trabalho de Arthur, que foi lá em casa e depois que descobriu que éramos um triângulo, queria saber se fazíamos um ménage à trois? Arthur: - Gente, aquele cara era muito esquisito. Até hoje não entendi como pude me enganar tanto com uma pessoa. Flor: - É que você não percebeu, que na festa de natal, ele reparou em nós três e pescou algo. Arthur: - Como você percebeu? Flor: - Vi ele nos fitando a festa toda. Depois ficou no teu pé, para ir lá em casa. Só juntar um mais um. Arthur: -Nem percebi. Beca: - Só percebi porque Flor me falou. Arthur: - E ele ficar insistindo para a gente confessar? Flor: - Você perdeu a compostura aquele dia. Arthur: - Sei que aprendi muito com vocês, com a nossa comunidade e com a Mama Diva. Espero crescer cada vez mais. Flor levanta e tira a mesa. Beca ajuda. Arthur segura sua caneca e pede a Flor: - Serve mais um pouco de café? Flor: - Claro, amor. Beca vira os olhos. Arthur diz segurando a mão de Beca: - Acho que você fica com ciúmes. Beca: - Ciúmes de ser tua empregada. Flor: - Ah, vai para. No que me meto: - concordo com você, Beca. Beca então diz: - A Gal concorda comigo. Arthur: - E como sei que não é você dizendo isso? Eu então digo para Beca: - Diz que eu vi, ele pegar o último chocolate vegano do Flor, à noite, e comer. Flor bate em Arthur, dizendo: - Foi você então. Arthur sorri: - Parecia tão bom, deu fome e quis experimentar, antes que Beca comesse tudo. Beca: - Ai que malvado. Quando só tem um eu deixo para o Flor. Arthur: - Ok, me condenem. Flor: - Ligo não bobinho. Se vocês comerem tudo, sem deixar nada para mim, fico feliz. Beca então dá um beijo na bochecha de Flor. Flor alcança a xícara de café para Arthur que beija sua mão. Flor: - Você vai querer o que para a janta? Arthur: - Eu voto em café e pão. Flor vira-se para Beca e pergunta: - E você? Beca: - Por mim tudo bem. quer que eu compre na padaria? Flor: - Vamos juntos. Sei que você gosta de escolher sempre um doce junto. Arthur: - Ai, queria aquele bolo inglês que tem na padaria aqui perto. Flor: - Falando em formigas…quer aquele doce de leite para comer junto? Arthur:- Você me conhece amor. Todos se sentem mais um pouco para conversar. Beca então começa a enrolar seus cachos. Arthur desliga a televisão e começa a mexer no celular. Flor, percebe Beca fazendo o mesmo, então diz: - Gente, vamos deixar o celular para depois? Estamos em família. Vamos nos aproveitar? Arthur: - Vocês farão o que hoje? Flor: - Compras, bobinho. Beca: - Acabei com minha operação na bolsa. - diz guardando o celular. Então completa: - Quero ver se descubro um bom centro espírita aqui. Flor: - E eu um terreiro de umbanda. Você sabe de algum aqui, Arthur? Arthur: - Está brincando? Fui criado por uma católica daquelas que não gosta de espiritualidade. Desconheço. Flor: - Pelo visto vai ser outro problema nessa cidade. Beca: - Acho que pensamos muito além da época que essa cidade vive. Arthur: - Certamente...Só tentem não fazerem tanto barulho com isso. Flor: - Gente, vamos ter que usar o google. Rebeca: - Tinha pensado boca a boca. Arthur: - Cidade pequena...evitem conversar muito. Flor: - Gente não dá para fazer nada. Daqui a pouco compro duas focinheiras e coloco uma em mim e outra na Beca. Beca gargalha alto e, Arthur, não aguenta e ri também. Arthur: - Falo sério. Tentem não perguntar muito por aí. Beca pega o celular e diz para Flor: - Tentar achar um centro espírita e um terreiro de umbanda. Flor não fala nada. Arthur então vai pegar o seu celular e Flor bate na sua mão dizendo: - Não, não. Beca está pesquisando. Arthur: - Eu vou pesquisar também. Flor: - No **? Arthur solta um riso. Flor: - Aliás porque só você tem **? Arthur: - Já falei que o seu era cheio de fotos nossas e o de Beca também. O meu não gosto dessas coisas. Sou discreto. Flor: - Gente, eu sou o que? Beca: - Indiscreto. - Ela então bate no braço de flor dizendo: - Olha aqui florzinho, achei um terreiro, perto da padaria. Flor olha dizendo: - Daí podemos passar lá. Rebeca: - Vou ver agora centro espírita. Quero ver achar um filiado à FEB nesta cidade. Arthur: - Eu também. Flor: - Espero que eu goste do terreiro. Pelo visto só tem um. Em nossa cidade, tive que passar por cinco, para me sentir em casa em um. Beca: - Achei um centro espírita, mas não diz se é filiado à FEB. Ih, gente é mais longe. - Ela mostra o endereço para Arthur. Arthur olha o endereço dizendo: - É do outro lado da cidade. Não tem outro? Beca: - Não aqui no google. Flor: - Fazer o que? Bora ir lá. Beca: - Quem sabe saibam de algum. Lá dá para perguntar né Arthur? - diz com deboche. Arthur: - Você sabe que sim. Flor: - Espero que o terreiro não seja daqueles que misturam magia branca e n***a. - Ele se arrepia. Beca: - Ah, mas notamos de cara. Flor: - Verdade. As energias gritam. Beca: - Nossas mediunidades gritam. Precioso pula no colo de Flor e arranha com a patinha pedindo algo. Flor então o pega no colo, vai até a pia, pega um pote de biscoito canino e dá para ele. Sentando novamente, o filhote pega seu biscoito e corre para o sofá. Arthur diz: - Por isso ele tá imenso. Você fica dando besteira entre as refeições. Beca: - Você sempre colocando defeito em tudo né? Ele não tá gordo. Flor: - Ele tá no mínimo fofo. Os três gargalham juntos. Beca então olha para Arthur: - E você, vai nos acompanhar nos nossos templos religiosos, ou vai ir só na igreja? Arthur: - Você sabe que tenho uma amizade com o padre daqui. Com certeza vou ir na missa dele. Flor: - Ah, mas nós vamos também juntos. Beca: -Com certeza. Oração nunca é demais. Daí já aproveitamos e rezamos pela cidade toda. Flor: - Nossa muita prece. Os dois gargalham juntos. Beca: - E daí já vamos no terreiro e fazemos uns despachos e , no centro espírita, já levamos espíritos errantes, para tomarem um passe e serem doutrinados. Flor: - Limpeza, vamos passando vassoura Arthur leva a caneca até a boca e olha para Floriani e para o lenço. Ele exaltado diz apontando para Flor: - O que é isso Floriani? Flor olha para si e questiona, confuso: - Isso o que? Arthur repete apontando para o lenço: - Isso!
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