CAPÍTULO 10

1317 Words
Quando ouvi o toque na porta, eu ainda tava com as mãos molhadas, enxugando um copo. Era tarde. Tarde demais pra visita. Arthur dormia no colchão, com a fraldinha torta sobre o rosto. A televisão murmurava qualquer programa de auditório, e o cheiro de limpeza ainda pairava pela casa. Não esperava ninguém. Não queria ninguém. Mas alguma coisa em mim já sabia… que era ele. Olhei pelo olho mágico. E ali estava. Marcelo. Alto. Imóvel. Queixo tenso. Com aquela cara de quem tem o mundo nas costas e ainda assim, insiste em carregar mais um peso: eu. Abri devagar. E meu corpo inteiro… trincou. Era como se eu tivesse levado um choque. As pernas travaram, a respiração falhou, a garganta secou. Eu queria perguntar o que ele tava fazendo ali, queria brigar, fechar a porta, gritar que ele era um i****a. Mas nada saiu. Fiquei olhando. O peito apertado. O desejo me atravessando feito navalha. - Você tá maluco? - saiu mais como um sussurro desesperado do que uma acusação. Ele não respondeu de cara. Só me olhou como se já tivesse me despido cem vezes na cabeça dele. E talvez tivesse mesmo. Era como se cada segundo ali, naquela porta entreaberta, fosse um crime silencioso. E eu era cúmplice sem nem ter dito “sim”. - Talvez eu esteja. - ele disse. Quis fechar a porta. Juro por tudo que quis. Mas a mão… não obedeceu. Os olhos continuaram presos nos dele. O cheiro dele me invadiu. Amadeirado, masculino, quente. Um cheiro de erro que eu já tinha desejado cometer. - O que você tá fazendo aqui? - consegui dizer, finalmente. - Me arrependendo antes mesmo de entrar. E aí, algo dentro de mim… cedeu. A raiva virou calor. O medo virou pulso. E o corpo, esse traidor, ficou mole como se pedisse abrigo justamente no peito dele. A verdade é que eu queria odiá-lo. Mas tudo o que consegui sentir… foi vontade. De puxar. De testar. De saber até onde ele iria… se eu deixasse a porta aberta. E naquele instante, com a respiração presa e o coração gritando, eu entendi: Marcelo era o erro mais certo que já bateu na minha porta. Eu não o impedi quando ele deu um passo pra dentro. Foi só um passo. Mas pareceu um terremoto. O corpo dele colou no meu. Quente. Firme. Exato. E a respiração dele se misturou com a minha, pesada, urgente, como se o mundo inteiro estivesse em espera pra ver o que ia acontecer ali, no meio da minha sala, com a luz fraca e meu coração disparado. Minha mão foi até o peito dele. Instintivamente. Um gesto de recuo, mas fraco, incerto, como se eu mesma não soubesse se queria mesmo que ele parasse. - Marcelo… - minha voz saiu entrecortada. Mas ele não respondeu. Só me olhou. Um olhar que dizia tudo. Deixa. Sente. Para de fugir. - Só me deixa ficar. - ele murmurou, quase sem voz. E antes que eu pudesse pensar, ele me tomou num beijo. Não foi doce. Foi quente. Molhado. Profundo. Cheio de raiva e desejo acumulado. Aquele tipo de beijo que não pede licença. Que invade. Que domina. Minhas costas foram empurradas contra a parede, e eu senti o corpo inteiro dele encostar em mim duro, pulsante, descontrolado. Minhas mãos, antes na defensiva, agora agarravam os ombros dele como se ele fosse meu único ponto de equilíbrio. O beijo desceu pro meu pescoço. Mordeu meu ombro. Meu corpo arqueou, querendo mais. O beijo era descontrolado, ao mesmo tempo que me beijava, lambia minha boca e chupava minha língua, ele era insano! As roupas começaram a sumir. Uma peça por vez. Ele tinha pressa em me tocar. Em me sentir. Quando nossos olhares se encontravam, eu não enxergava aquele olhar frágil, mas sim um olhar feroz, que me comeria de todas as formas e jeitos. Aquela urgência entre o pecado e o prazer. Os olhos dele queimavam os meus. Assim que ele dá liberdade aquele p*u maravilhoso, empinado e grande. Não pensei duas vezes, sentei com força nesse homem que segurava em minha b***a com força. Eu gemi alto. Ele segurou minha cintura com força. Me movia num ritmo bruto e forte sentindo o p*u dele tocar num lugar nunca tocado. Ele estava entregue ao prazer e gemia ronco enquanto mamava um de meus s***s, nossos corpos pareciam que se conheciam há anos, mas só agora se permitiam. Era carne. Era suor. Era fogo. E por um instante, na sala, eu esqueci de quem ele era. E ele esqueceu quem eu fui. Éramos só dois errados… fazendo tudo do jeito mais certo possível: com o corpo. Senti meu orgasmo chegando então intensifiquei na sentada, senti minha bucetä encharcada. Quando sinto sua mão em minha boca abafando meu som. - Assim acordará seu filho - ele diz sussurrando Mas continuo sentando fortemente. - Me deixe te comer de quatro agora - ele diz já se levantando. Me posiciono, e fico devidamente empinada. E vejo o seu sorriso no canto da boca. Ele era a visão da luxúria. Ele entra em mim sem pedir licença. - Você é gostosa demais - ele fala entredente, enquanto mete bem devagar. Era torturante os movimentos dele. Ele sabia muito bem dar prazer uma mulher. Era forte e bruto. Até vir o primeiro estalo. Um tapa muito bem dado em minha b***a, que certamente ficaria marcada. As estocadas iam tão fundas que eu sentia meu prazer chegando novamente. - Eu vou gozar Marcelo - digo entre gemidos enquanto vejo ele me olhar e se afundar mais em mim. - Goza no p*u minha vagabunda - ele diz alto e percebo que ele gozaria também. O silêncio depois do prazer sempre foi c***l. Mas com Marcelo… ele veio como uma lâmina. O corpo ainda quente, suado, satisfeito. A respiração começando a voltar ao ritmo. Mas a mente já... gritando. Me levantei do sofá. Ele seguiu sentado, olhando pro teto, calado demais. E aquilo me irritou. - Então é isso? - perguntei, com a voz seca. Ele me olhou de lado, sem entender. Ou fingindo que não entendeu. - Isso o quê? - Você vem, me come, e agora vai voltar a fingir que é o delegado frio e intocável? Vai seguir com essa pose de quem tá no controle de tudo? Ele se levantou devagar, pegou a calça no chão, começou a vestir sem pressa. - Bruna, não começa. - Eu não tô começando, Marcelo. Eu só tô… tentando entender. Porque você veio aqui como se estivesse sendo arrastado por um desejo que não controlava. E agora que teve o que queria, volta pra esse personagem distante. Esse... policial que me olha como se eu ainda carregasse o cheiro do Canário na pele. Ele travou. Olhou pra mim, com raiva contida nos olhos. - Não fala o nome dele. - Por quê? Te incomoda? Ele ainda tá vivo dentro de você mais do que tá em mim. Porque sou eu quem tá tentando seguir. Sou eu quem tá criando um filho sozinha. Você só carrega a marca da farda. Eu carrego a do passado. Ele se aproximou, mas não com ternura. Com aquela tensão que vinha antes da explosão. - Você tem ideia do risco que corre, se eu me envolver com você de verdade? - E você tem ideia do que é carregar a culpa de sempre ser vista como ‘a mulher de bandido’? Até quando? Silêncio. Aquele silêncio que só existe entre dois que se desejam tanto quanto se machucam. - Eu não sou só isso, Marcelo. - disse, baixo. - Eu sei. - ele respondeu. Mas é isso que me assusta. A verdade caiu entre nós como um soco no estômago. Porque ele sabia que, se cruzasse aquela linha de novo, não ia mais conseguir voltar. E eu sabia que, se deixasse… talvez nunca mais conseguisse fugir.
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